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Vamos falar sobre canetas?

Iniciado por O Cara, 10 Setembro 2009 às 19:38:07

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edulpj

Não chega a ser ódio... Até porque, minha Montblanc foi presente do meu pai, portanto seria ingratidão odiá-la... Apenas entendo que nenhuma Montblanc se compense por análise lógica. Sou matemático por formação. Não faço nada na vida sem calcular (claro que tem algumas coisas que "escapam"...).

Mais algumas considerações... A maioria das canetas, possui dentro da tampa, uma tampa secundária, conhecida como "inner cap". A maioria das canetas, tem um ou mais orifícios na tampa, que servem para evitar que ao destampar a sucção produzida provoque vazamento (a tinta é "chupada" de dentro do reservatório), sujando a pena e a tampa por dentro.

Mas os orifícios, são uma "faca de dois legumes", pois da mesma forma que evitam vazamentos, provocam EVAPORAÇÃO da tinta. Se a caneta fica parada por alguns dias, o alimentador seca e a caneta tem dificuldades de arranque.

A Platinum desenvolveu uma engenharia especial para resolver esse problema... A "inner cap" da Platinum, SELA TOTALMENTE a região da pena, impedindo a evaporação da tinta. Essa selagem, é feita através de uma MOLA que comprime a "inner cap" contra a caneta. Quando se abre a tampa, sejam as de encaixe, sejam as de rosca, uma VÁLVULA incorporada ao sistema da mola, equaliza as pressões instantaneamente não deixando a sucção acontecer...

Com isso, as Platinum têm GARANTIA de arranque imediato. Já deixei uma Platinum fechada com a pena pra cima durante DOIS MESES. Ao abri-la, a caneta escreveu IMEDIATAMENTE. Com a pena pra baixo, há relatos de arranque imediato de uma caneta deixada parada e abastecida POR UM ANO...É a única caneta do mundo capaz dessa proeza...

Paulo Sergio

Obrigado pela paciência amigo!!! ;) ;) ;)
Diga-me um outra coisa...
Uma pena broad... é boa para escrita "normal" no dia-a-dia, ou é específica para um tipo diferenciado de escrita?
Abraço
Paulo Sergio
Abraço
Paulo Sergio

edulpj

Depende do tamanho da sua letra. Se você tiver escrita pequena, vai embolar muito. A vantagem das penas grossas, é a maior área de contato. São as mais macias que existem...

DonPepe

Citação de: edulpj online 20 Maio 2012 às 09:34:54

Ah! Ia esquecendo... A #3776, foi a primeira caneta tinteiro NO MUNDO a utilizar abastecimento por cartucho. É fornecida com conversor. A medida de cartucho adotada pela Platinum, é PROPRIETÁRIA, mas eles não se acanharam... A caneta é fornecida também com um ADAPTADOR, que permite a utilização de CARTUCHOS INTERNACIONAIS (medida européia, com "gargalo" de 2 mm)...

Caro,

Curiosa a informação. Até então eu tinha para mim que a primeira caneta tinteiro com sistema de abastecimento por cartucho e conversor fosse a lendária Parker 45 em 1961 (que por sinal tem um exemplar belissimo banhado a ouro em um post seu de ontem).

Vivendo e aprendendo

Arriba

DonPepe

Citação de: Paulo Sergio online 20 Maio 2012 às 11:07:22
Obrigado pela paciência amigo!!! ;) ;) ;)
Diga-me um outra coisa...
Uma pena broad... é boa para escrita "normal" no dia-a-dia, ou é específica para um tipo diferenciado de escrita?
Abraço
Paulo Sergio

Como bem o Edu bem respondeu, depende da sua letra mas por ter o traço muito grosso geralmente as penas broad são usadas para assinatura de documentos. Para uso diário uma pena média costuma atender melhor. A fina também é muito boa, mas (especialmente as orientais que são finas de verdade) tipicamente arranha um pouco.

Desculpe desviar completamente da linha que vcs estão seguindo, mas vc conhece a Parker Sonnet? Tenho duas, uma preta com clip dourado e pena fina em aço e outra com corpo em prata e pena em ouro 18k (Ciselé). A versão com pena em aço não é cara (uns $80 na amazon) e é uma caneta fantástica. Meu irmão estava querendo iniciar nas tinteiros e dei uma de presente a ele. Fica a dica.

Abraços.

Roncato

Citação de: Julio Celes online 19 Maio 2012 às 20:44:10
Boa noite a todos.

Caro amigo Edu,aproveitei o seu conhecimento em canetas e peguei uma dica sua para comprar a minha primeira caneta tinteiro.
Uma JINHAO X750 pena média.
Assim que chegar posto as minhas primeiras impressões.

Grande abraço

Julio Celes

Caro Julio, de qual vendedor do ebay você comprou o instrumento de escrita?
Neste endereço tem uma grande variedade! http://stores.ebay.com/Chinese-Pen-Supplier

edulpj

Citação de: DonPepe online 20 Maio 2012 às 16:39:58


Caro,

Curiosa a informação. Até então eu tinha para mim que a primeira caneta tinteiro com sistema de abastecimento por cartucho e conversor fosse a lendária Parker 45 em 1961 (que por sinal tem um exemplar belissimo banhado a ouro em um post seu de ontem).

Vivendo e aprendendo

Arriba

A Parker na verdade, era CONTRÁRIA ao uso de cartuchos. Seus dois carros-chefe na época, eram duas canetas de bomba fixa, a 51 e a 21. Lançar uma terceira caneta com uma grande novidade como eram os cartuchos na época, poderia canibalizar uma das duas. Mas nessa época, a Parker havia adquirido o controle acionário da empresa EVERSHARP, que tinha o modelo Eversharp 10000 pronto para lançar. Era uma caneta de produção barata e abastecida a cartucho. Coube a Donald Doman, o desenhista chefe da Parker, dar uma "enfeitada" na 10000 e fazê-la ficar com "cara de Parker". Assim nascia a Parker 45, que recebeu esse nome pois assim como a pistola Colt 1911 A1, também era abastecida a cartuchos.

O receio da canibalização, efetivamente aconteceu. A Parker 45 foi a responsável pelo final da produção da Parker 21, pois era mais barata para produzir e tinha uma procura cada dia maior.

Como os cartuchos deram certo, a Parker chegou inclusive a fabricar a Parker 51 Cartridge, que utilizava abastecimento a cartucho. Não vingou porém...

Paulo Sergio

"a Parker chegou inclusive a fabricar a Parker 51 Cartridge"

Chegou a ver alguma amigo?
Abraço
Paulo Sergio
Abraço
Paulo Sergio

edulpj

Citação de: Paulo Sergio online 20 Maio 2012 às 18:34:01
"a Parker chegou inclusive a fabricar a Parker 51 Cartridge"

Chegou a ver alguma amigo?
Abraço
Paulo Sergio

Só em fotografias... Foram bem raras até mesmo nos EUA. Não acredito que tenha vindo parar no Brasil... A Parker 51, era um monstro sagrado na época. Modificá-la, como foi feito mais tarde na Mk II e na Mk III, era assunto delicado na Parker. Principalmente na década de 50, quando ela vendia mais que pão quente...


DonPepe

Citação de: Paulo Sergio online 20 Maio 2012 às 18:42:00
Vejam:

http://www.parker51.com/cartr.html

http://www.fountainpennetwork.com/forum/index.php?/topic/207520-parker-51-cartridge-converter/

http://parkerpens.net/parker51.html

Já tinha ouvido falar muito sobre a 51... mas essa!!!  :o :o :o
Abraço
Paulo Sergio

A 51 merece a fama que tem. A segunda geração, fabricada a partir de 1948 (aerométrica) é tão confiável que mesmo hoje quase 40 anos depois que deixou de ser fabricada , não é dificil encontrar um exemplar funcionando perfeitamente mesmo sem manutenção. Se o amigo tiver a oportunidade de adquirir uma eu recomendo sem pestanejar.

Arriba

DonPepe

Citação de: edulpj online 20 Maio 2012 às 18:18:02
Citação de: DonPepe online 20 Maio 2012 às 16:39:58


Caro,

Curiosa a informação. Até então eu tinha para mim que a primeira caneta tinteiro com sistema de abastecimento por cartucho e conversor fosse a lendária Parker 45 em 1961 (que por sinal tem um exemplar belissimo banhado a ouro em um post seu de ontem).

Vivendo e aprendendo

Arriba

A Parker na verdade, era CONTRÁRIA ao uso de cartuchos. Seus dois carros-chefe na época, eram duas canetas de bomba fixa, a 51 e a 21. Lançar uma terceira caneta com uma grande novidade como eram os cartuchos na época, poderia canibalizar uma das duas. Mas nessa época, a Parker havia adquirido o controle acionário da empresa EVERSHARP, que tinha o modelo Eversharp 10000 pronto para lançar. Era uma caneta de produção barata e abastecida a cartucho. Coube a Donald Doman, o desenhista chefe da Parker, dar uma "enfeitada" na 10000 e fazê-la ficar com "cara de Parker". Assim nascia a Parker 45, que recebeu esse nome pois assim como a pistola Colt 1911 A1, também era abastecida a cartuchos.

O receio da canibalização, efetivamente aconteceu. A Parker 45 foi a responsável pelo final da produção da Parker 21, pois era mais barata para produzir e tinha uma procura cada dia maior.

Como os cartuchos deram certo, a Parker chegou inclusive a fabricar a Parker 51 Cartridge, que utilizava abastecimento a cartucho. Não vingou porém...


Eu conheço a história da 45, mas até então para mim ela teria sido a primeira a usar o sistema de abastecimento a cartuchos e conversor e as demais seguido o sucesso da Parker.

edulpj

A primeira patente de cartucho descartável para caneta tinteiro, é de 1827... Nos EUA a primeira tentativa com sucesso zero, foi da Waterman na década de 30.

Cabe à Platinum a distinção de ter fabricado a primeira caneta tinteiro QUE DEU CERTO no pós guerra. A primeira Platinum a cartucho, foi fabricada ainda na década de 40 e o cartucho deles, com canal de 4 mm e selado com esfera metálica, mantem o padrão até hoje.

A Parker não foi a primeira nem nos EUA, mas como sempre, o produto deles foi o que acabou tendo maior destaque, pois a Parker sempre foi mais eficiente na parceria entre engenharia e marketing...

edulpj

Citação de: DonPepe online 20 Maio 2012 às 18:47:54
Citação de: Paulo Sergio online 20 Maio 2012 às 18:42:00
Vejam:

http://www.parker51.com/cartr.html

http://www.fountainpennetwork.com/forum/index.php?/topic/207520-parker-51-cartridge-converter/

http://parkerpens.net/parker51.html

Já tinha ouvido falar muito sobre a 51... mas essa!!!  :o :o :o
Abraço
Paulo Sergio

A 51 merece a fama que tem. A segunda geração, fabricada a partir de 1948 (aerométrica) é tão confiável que mesmo hoje quase 40 anos depois que deixou de ser fabricada , não é dificil encontrar um exemplar funcionando perfeitamente mesmo sem manutenção. Se o amigo tiver a oportunidade de adquirir uma eu recomendo sem pestanejar.

Arriba

Sem sombra de dúvida!!! A Parker nunca poupou despesas na hora de pesquisar materiais e tecnologia. A principal razão da durabilidade e confiabilidade da P51 e da P21, é o material do "ink sac". Enquanto todos os fabricantes da época faziam os "ink sacs" com LÁTEX, a Parker usava um material desenvolvido sob encomenda dela chamado comercialmente de PLI-GLASS... Na verdade, trata-se de BORRACHA DE PVC. Dura POR BAIXO, dez vezes mais que látex.

As Esterbrook, apesar de serem canetas fantásticas, usam ink sac de látex. A chance de encontrar uma Esterbrook com ink sac original é PRATICAMENTE ZERO. Encontrar Parker 51 com ink sac original, é a coisa mais fácil do mundo...

Adriano

Verdade, tenho duas 51 e uma 21, que foram de meus pais, e as 3 estão com o "sac" originais. Inclusive na época que m deram as canetas, perguntei e minha mãe confirmou que as canetas nunca foram mexidas. Aliás estavam com tinta dentro. Seca, claro, mas eram canetas de uso normal, nunca receberam cuidados especiais e continuam perfeitas. Bastou lavar, encher de tinta e sair escrevendo. O único detalhe é que a 51 do meu pai, cinza, desenvolveu uma mancha pequena, marrom, perto da pena.

Abraços!

Adriano

edulpj

Antigamente, as tintas eram extremamente corrosivas. Pouco podia ser feito para preservar as canetas. A Parker então, bolou a primeira tinta moderna, não corrosiva e que de quebra limpava a caneta enquanto fluía. Foi a primeira tinta QUINK, lançada junto com a P51. Não era corrosiva para os metais, mas por conter FENOL, não podia ser usada sob nenhuma hipótese em canetas fabricadas em ACETATO (o popular celulóide).

Para tanto, foi necessário substituir o celulóide (a Parker 51 era de ACRÍLICO e a Parker 21 de POLIESTIRENO) e usar uma borracha que aguentasse o fenol. Os sacs de látex, têm uma tendência natural a ressecar. Com fenol na tinta, ressecam três vezes mais rápido. Foi aí que nasceram os sacs de borracha de PVC.

Tenho uma Parker 21 que comprei há dois anos. É uma 21 Super, que encerrou a fabricação em 1965. A caneta estava NOS. O ink sac dela, ainda estava transparente, nunca viu tinta. A caneta, na melhor das hipóteses portanto, passou TRINTA E CINCO ANOS fechada numa caixa. Bastou encher e usar... Ah! Usei tinta Parker Quink de 1948 nela...

Paulo Sergio

Ah... as tintas!!!
Diga-me uma coisa amigo: tinta não vence?  :-\ :-\ :-\
Ademais, como saber quais tintas antigas são corrosivas?
Ouvi dizer que as tintas da Hero são corrosivas... procede?
E qual é, na sua opinião, a melhor tinta no mercado... vale dizer no nacional e no mundo, OK?  ;) ;) ;)
Abraço
Paulo Sergio
Abraço
Paulo Sergio

edulpj

Tintas muito antigas, podem deteriorar se sofrerem influência do oxigênio do ar. Se o vidro estiver bem fechado e nunca aberto, duram bastante. Há dois anos, comprei quatro vidros de tinta Parker Quink. Vendi dois e fiquei com dois. Estão perfeitas.

Minha regra prática para não comprar, é nada anterior à Quink da Parker.

Hero... Tem as "coloridas" e tem a Hero High Carbonic Ink (Hero 234). Esta última, é tinta com pigmento e não com corante. O pigmento dela, é NEGRO DE FUMO obtido de fuligem de queima de carvão mineral. Na China, 90% da frota ferroviária é tracionada por locomotivas a vapor, pois eles têm enormes jazidas de carvão mineral. A HHC utiliza negro de fumo extraído de limpeza de fornalhas de locomotivas... A boa notícia, é que a HHC tem a cor preta mais intensa que existe. A má notícia, é que o pigmento entope alimentadores mais finos com muita facilidade. Só tenho duas canetas que não entopem com ela, uma Faber Estudante e uma Pelikan M75. Mas quanto à fase líquida da tinta, não concordo que seja corrosiva...

Melhor tinta do mercado??? Puts... Ninguém até hoje viveu o suficiente pra responder a essa pergunta. Fala-se muito da Noodler's estadunidense.

Hoje, eu tenho usado três tintas. Lamy preta lavável, Parker Quink (as de 1948...) e Pilot Azul lavável. Esta última, vem do Japão e é embalada no Brasil. Compro em frascos de meio litro...


Adriano

"Dá hora!!!!!"

Vou experimentar a Hero High Carbonic! Sempre busquei o preto mais preto possível. Até então a Sheaffer é a que tinha em agradado mais. Acho que essa Hero na minha MB Carrera, que é uma cachoeira de tinta, ficará bem legal. Até porque, é uma caneta fácil de lavar, em todo caso.

Abraços!

Adriano