Desfiz de parte da minha coleção há alguns meses porque só usava um relógio e, depois de conversar com um confrade daqui, decidi me aventurar na terra dos high end.
Depois de muita pesquisa, o Lange 1 moon foi o escolhido. Cheguei nele porque queria algo com complicações mas não excessivamente formal -- ou seja, versátil o bastante para usar não só em ocasiões especiais.
Inicialmente, peguei o 109.032, que é a versão antiga em ouro rosa, mas depois vi que não usaria tanto e fiz um upgrade para o modelo mais novo, de 2017 em ouro branco e mostrador preto. Esse modelo tem algumas diferenças que vou comentar aqui e que, apesar de pequenas, fizeram a diferença para mim.
Pra começar, pelas próprias cores, o relógio fica bem mais versátil, o que faz com dê pra aproveitar mais. Essa combinação, desse modelo com mostrador preto, foi lançada só em 2017 e não estava disponível antes.
Esteticamente, ele pode parecer igual à versão anterior se você olhar rápido (ambas têm o mesmo tamanho de 38,5mm), mas tem muita coisa diferente: o bezel é um pouco mais fino, o que aumenta o mostrador; a fonte também ficou um pouco menor e mais discreta; e, por último, uma máquina nova e uma complicação a mais.
A complicação é um indicador de dia/noite e não é fácil de perceber à primeira vista: atrás do disco da lua, agora há um disco celestial que dá uma volta completa a cada 24 horas. O disco, assim como a lua, é feito em ouro e tem um tom mais claro para a metade do dia e um mais escuro com 383 estrelas para a noite. É sério, não é hipérbole: tá no site da Lange.
Esse disco, por sinal, foi um dos motivos de escolher essa versão: ele deixa o mostrador mais dinâmico, já que cada hora está de uma cor. Até agora, meus horários preferidos são 6 da manhã, quando o dia está nascendo, e 7 da noite, quando está acabando. O céu fica dividido e ganha um tom muito bacana.
Sobre a máquina, não posso falar muito porque não entendo: sou um diletante, então vou só repetir mesmo o óbvio. São 438 peças, 8 chatons, acabamento à mão e balance bridge também gravada à mão (não encontrei ainda, mas dizem que nos manuais consta o nome da pessoa que fez a decoração do seu relógio, porque cada artesão tem um estilo único). Funcionalmente, na máquina nova, quando a corda acaba, o ponteiro de segundos volta automaticamente parra a posição de 0; acredito que para facilitar a acertar a hora depois. A reserva é de 72 horas (3 dias), mas dura mais de 80.
A máquina talvez seja a única coisa que eu mudaria: nesse novo modelo, dá pra ver muito pouco do acabamento ou da "mágica" acontecendo. Uma pena.
No pulso, ele veste bem pra caramba: tem 47mm de garra a garra e cerca de 10mm de altura (o que eu acho bem pouco para tanta coisa acontecendo lá dentro). Tem bastante presença no pulso, e, na minha opinião, o pusher quebra um pouco a formalidade. Por ser feito em ouro, é bastante robusto: gosto disso porque você sempre sente que ele está lá.
Já escrevi demais pra racionalizar a compra. Ficam aí algumas fotos meio toscas de celular.
(Uma da tarde, céu claro)
(Seis da manhã; reparem como o dia nasce, à esquerda da Lua, e as estrelas se põem, à direita)