Salve!
Em qualquer relógio, os rubis (com exceção das duas levees, também conhecidas como pallets, que são montadas na âncora para Liberação da roda de escape e impulsor do balanço) são
mancais, ou seja, são apoios para pontas de eixos.
Como a pedra, o rubi, é extremamente dura (resistente ao desgaste) a sua função é a de "evitar" (diminuir) as folgas decorrentes da "ovalização" do próprio furo, devidas ao desgaste durante o uso, naqueles pontos onde as tais pontas de eixos se encaixam.
Num movimento básico há 17 posições (incluídas as duas levees e o impulsor) onde os tais rubis se fazem necessários ("necessários" sob o ponto de vista aí acima, bem entendido).
A partir desses 17 rubis, dependendo da construção do movimento (e eventualmente do acréscimo de outras funções - complicações, etc.) um número maior de rubis pode ser perfeitamente adequado.
A questão,... A "pegadinha" que por vezes nós vemos por aí é a seguinte...
Como foi criado um certo "conceito" (basicamente correto) de que os rubis aumentam a vida útil do movimento (entre revisões, etc), para muitos e inclusive para alguns fabricantes "pouco sérios" criou-se a ilusão de que a quantidade (muito maior) de rubis seria diretamente proporcional à sua qualidade, precisão, etc.
Em decorrência disso, surgiram os chamados "rubis supérfluos", que não têm função prática alguma, mas estão no movimento apenas para declarar uma quantidade maior de rubis.
No caso desses dois rubis "a mais" do Seiko 7S36 (se comparado ao 7S26), nós não podemos dizer que eles sejam supérfluos, não, posto que estão apoiando as pontas de eixos de "rodas" bastante funcionais (terceira roda e roda de escape).
Abraços!
Alberto
PS:
Vejam aqui (
http://www.timezone.com/library/workbench/workbench0025) uma ilustração do que seria um exemplo (bem exagerado, neste caso) dos tais rubis supérfluos, onde não há outra função que não a de apenas "declarar" um número elevado destes elementos.
No caso os 83 rubis, dispostos onde estão, não têm qualquer função prática.