Rubis na máquina

  • 18 Respostas
  • 29340 Visualizações
*

Offline gzaiat

  • ****
  • 275
    • Ver perfil
Rubis na máquina
« Online: 03 Janeiro 2010 às 18:54:12 »
Eu sempre soube que em uns relógios mecânicos tem rubis na máquina...
Mas eu nunca soube pra que servem esses rubis!
E outra coisa, tem uns que está escrito "21 rubis" e outros "21 jewels". É a mesma coisa?

*

Offline Cigano

  • *****
  • 6.216
    • Ver perfil
Re: Rubis na máquina
« Resposta #1 Online: 03 Janeiro 2010 às 19:18:19 »
Qual é a finalidade dos rubis nos relógios ?

Os rubis existentes nos relógios são pedras vermelhas sintéticas (e portanto sem valor comercial) que são utilizados para reduzir o atrito, e consequentemente o desgaste de algumas partes mais sensíveis dessas máquinas, como no balanço, por exemplo.




Essas pedras são fabricadas a partir de uma mistura de óxido de alumínio e óxido de cromo, submetidos a uma temperatura de 2.000 graus centígrados. As pedras resultantes dessa operação são posteriormente polidas das formas desejadas.

Num relógio suíço simples, à corda manual, é desejável a existência de pelo menos 17 rubis, que estão assim posicionados:

    * 2 rubis para a terceira roda;
    * 2 rubis para a quarta roda;
    * 2 rubis para a roda de escape;
    * 2 rubis para os pivôs da âncora;
    * 2 rubis para as “levées” da âncora;
    * 2 rubis para os pivôs do balanço;
    * 2 Contra-pedras para os pivôs do balanço;
    * 1 como rubi de impulso para a mesa do balanço.

Bom para adiantar as coisas eu peguei um artigo que tinha salvo há muito tempo no pc e por acaso esbarrei nele hoje !!

Origem: Relógios e Supérfluos !!


Ahhh!! e quando se trata de Rubis e Jewels nos relógios é a mesma coisa !!


***Eu tenho um relógio mecânico que cujo o mecânismo dele não tem nenhum "Jewels ou Rubi" que dá no mesmo !!
« Última modificação: 03 Janeiro 2010 às 19:35:16 por Cigano »
Abraços,
Cigano!

*

Offline helio

  • *****
  • 904
    • Ver perfil
Re: Rubis na máquina
« Resposta #2 Online: 05 Janeiro 2010 às 07:55:41 »
Rubis são como mancais e servem como disse nosso colega para diminuir atrito, sua quantidade não tem a ver com a qualidade e sim com o projeto, o 861 tinha 17 rubis (um cronografo integrado, seu sucessor o 1861 tem 18), já um ETA&DD chega a 33 facilmente (2 módulos que seriam como 2 relógios independentes).
Na TimeZone foi publicado há tempos um artigo interessante e exclarecedor sobre o assunto
http://www.timezone.com/library/workbench/workbench0025

[]s

*

Offline gzaiat

  • ****
  • 275
    • Ver perfil
Re: Rubis na máquina
« Resposta #3 Online: 05 Janeiro 2010 às 17:04:53 »
Ahh legal!! Então é pra diminuir atrito.
Valeu gente

*

Offline Cigano

  • *****
  • 6.216
    • Ver perfil
Re: Rubis na máquina
« Resposta #4 Online: 05 Janeiro 2010 às 17:49:55 »
E hoje peguei o Dumont que ganhei do meu tio ele está em ótimo estado é quartz, mais por curiosidde eu abri a tampa para ver o estada e está bem inteiro e o movimento dele não tem assinatura mais tem um modulo eletrônico e o resto do mecanismo todo metálico incluindo rodas e tudo e pára minha surpresa tem rubis na platina das rodas !!

Como eu estou sem cam tirei do mecanismo dele com celular, não sei qual é o mecanismo mais não é comum !!

Como a imagem é ruim só dá para ver 1 dos rubis, mais olhando pessoalmente os outros 3 furos menores tem rubis também !!

Nem sei que movimento é esse não tem nada de assinatura e nem numeros !!
Abraços,
Cigano!

*

nilomis

Re: Rubis na máquina
« Resposta #5 Online: 05 Janeiro 2010 às 18:02:16 »
Meu 1c:

No passado remoto (anos 50-60), por puro marketing, algumas empresas implantaram na cabeça dos consumidores que "quanto mais rubis, melhor é o relógio".
De uma certa forma é como se tivesse mais valor um automóvel com um maior número de rolamentos!

Me recordo, sem muitos detalhes pois fazem décadas e décadas, um vendedor oferecendo um relógio, não me lembro da marca, para o meu pai, usando este tipo de argumento. Nem sei se a transação foi realizada ou não. Tomara que não.

Olhando o link do post do Hélio, da para entender até que ponto chegaram ... 100 rubis, dos quais 83 não tem finalidade alguma (observem que pularam um rubi para dar a conta certa de 100!).

Nos dias de hoje, parece que este meme foi praticamente extinto (não tenho a menor ideia de quantos rubis tem o relógio que estou usando neste momento) sendo substituído por outros como:

1) Novos tipos de escape (CoAxial e outros)
2) Movimentos "in house" difíceis/caros de manter
3) Bezel de cerâmica frágil/quebradiço
4) Molas (cabelos) azulados
5) E a lista vai

Como sempre, nós adoramos estes novos memes e vamos em frente, pois aí está o grande barato dos relógios, ou de todos artefatos tecnológicos.

Abs,

Nilo


*

Offline Cigano

  • *****
  • 6.216
    • Ver perfil
Re: Rubis na máquina
« Resposta #6 Online: 05 Janeiro 2010 às 18:16:54 »
Grande Nilo um dos mestre em fotográfias do forum...

É verdade, um pouco é marketing puro pq hoje até os chinocas de U$ 20,00 tem rubis nos movimentos, e esse de 100rubis é brincadeira mesmo, mecionam 100 rubis mais o que adianta se só 17j são funcionais !!

Eu tenho um relógio que a mola do balanço é azul que para mim era normal e quem vai ficar olhando uma simples mola de balanço sendo que não é tão facil de se ver assim á não ser que seja esqueleto, mais é que nem carro quanto mais letras atrás maior é o valor !!
« Última modificação: 05 Janeiro 2010 às 18:48:03 por Cigano »
Abraços,
Cigano!

*

Online igorschutz

  • *****
  • 8.058
  • Santo Anjo do Senhor de piroquinha
    • Ver perfil
    • http://igorschutz.blogspot.com/
Re: Rubis na máquina
« Resposta #7 Online: 05 Janeiro 2010 às 18:43:03 »
Dando continuidade à linha de pensamento iniciada pelo Nilo, acredito que até mesmo a idéia de que o relógio mecânico tem alma/é arte/é mais elegante/enfim, é melhor que o relógio quartzo é um artífice marqueteiro que a maioria aceita sem questionar, tal qual já foi no passado essa estória de que quanto mais rubis, melhor o movimento.

Um abraço,

Igor
Opinião é como bunda: todos têm a sua. Você dá se quiser.
Opinião é como bunda: você dá a sua e eu meto o pau.

NÃO ACREDITE NO QUE 'FALAM' AQUI, ESTUDE BEM E TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES

*

Offline FALCO

  • *****
  • 2.478
    • Ver perfil
Re: Rubis na máquina
« Resposta #8 Online: 05 Janeiro 2010 às 19:14:05 »
...
acredito que até mesmo a idéia de que o relógio mecânico tem alma/é arte/é mais elegante/enfim, é melhor que o relógio quartzo é um artífice marqueteiro
...Igor

FRM: contra argumentos, não há fatos !!!

*

nilomis

Re: Rubis na máquina
« Resposta #9 Online: 05 Janeiro 2010 às 20:03:52 »
...
acredito que até mesmo a idéia de que o relógio mecânico tem alma/é arte/é mais elegante/enfim, é melhor que o relógio quartzo é um artífice marqueteiro
...Igor
Igor/Turma,

Como se diz na minha terra: "Pera aí!".

Os relógios de quartzo são, como todo produto da tecnologia eletrônica moderna, desenhados para ficarem obsoletos e/ou não durarem mesmo.

Fomos treinados para aceitar este final programado (ou como é que poderíamos aceitar um Iphone que nem tem como trocar a bateria e ela é projetada para durar 400 ciclos de carga/descarga?). Os relógios de quartzo (e estou usando um neste instante -- X33) ainda trocam a bateria mas não podemos esperar que daqui a dez ou vinte anos alguém ainda estará fabricando uma bateria compatível.

Sobre a tão falada precisão dos mecanismos a quartzo, ela é ... razoável e não mais que isto, mesmo nos mecanismos termo compensados, quando comparamos com, por exemplo, relógios atômicos.

O relógio mecânico sobreviveu, na minha percepção, por conta de:

a) Virou uma jóia predominantemente masculina
b) É um dos poucos objetos tecnológicos que, se bem cuidado, pode durar mais que o dono
c) Alguns são, mesmo, um objeto de arte portátil

O resto é marketing, com suas "edições limitadas" (a Omega é mestre nisto) ou outros truques comerciais (uns válidos e outros bem desonestos).

Mas no final, fica o objeto artístico:


(Foto do web site da Breguet - www.breguet.com)

E para fazer algo como o relógio acima, acreditem, vai um pouco mais do que tecnologia.

Abs,

Nilo

Re: Rubis na máquina
« Resposta #10 Online: 05 Janeiro 2010 às 21:25:58 »
...
acredito que até mesmo a idéia de que o relógio mecânico tem alma/é arte/é mais elegante/enfim, é melhor que o relógio quartzo é um artífice marqueteiro
...Igor
Igor/Turma,

(...)

O relógio mecânico sobreviveu, na minha percepção, por conta de:

a) Virou uma jóia predominantemente masculina
b) É um dos poucos objetos tecnológicos que, se bem cuidado, pode durar mais que o dono
c) Alguns são, mesmo, um objeto de arte portátil

O resto é marketing, com suas "edições limitadas" (a Omega é mestre nisto) ou outros truques comerciais (uns válidos e outros bem desonestos).

Mas no final, fica o objeto artístico:


(Foto do web site da Breguet - www.breguet.com)

E para fazer algo como o relógio acima, acreditem, vai um pouco mais do que tecnologia.

Abs,

Nilo

Pessoal,

Eu acrescentaria uma terceira razão:

TOC (ver link abaixo)

http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/12744

O tempo é a substância de que sou feito.

*

Offline FALCO

  • *****
  • 2.478
    • Ver perfil
Re: Rubis na máquina
« Resposta #11 Online: 05 Janeiro 2010 às 21:48:50 »
Nilo, concordo com o que você disse, em tudo.
Mas, ao citar o Igor e agora grifo...
...
acredito que até mesmo a idéia de que o relógio mecânico tem alma/é arte/é mais elegante/enfim, é melhor que o relógio quartzo é um artífice marqueteiro
...Igor
Quero dizer que um ETA estampado e montado em máquinas, ao custo de us$ 10 não tem alma ou é arte, ao menos não mais do que um quartz.
Este relógio que você postou não cabe como exemplo, uma vez que relógios deste nível são exceção, este tem alma e é arte não porque é mecânico, mas sim por que é um tradition.
Um Campanola, montado e pintado à mão, na minha opnião, tem muito mais mérito e valor que a enorme maioria dos mecânicos.
FRM: contra argumentos, não há fatos !!!

*

Offline Miguel

  • *****
  • 1.872
    • Ver perfil
Re: Rubis na máquina
« Resposta #12 Online: 05 Janeiro 2010 às 22:09:10 »

Bem mais, aliás.

Se me engano, corrijam-me por favor, mas já li que um bom escapamento é projetado para durar um trilhão de "tics".

Isso dá, para um relógio de 21.600 oscilações por hora = 6 "tics" por segundo: 5 mil anos.


Igor/Turma,

b) É um dos poucos objetos tecnológicos que, se bem cuidado, pode durar mais que o dono

Abs,

Nilo
Abraços,
Miguel
"...all that we need is wine and good company!®"



Re: Rubis na máquina
« Resposta #13 Online: 06 Janeiro 2010 às 04:08:39 »
Porque uma pessoa compra um carro? simples, para poder se locomover, mais um celta não se movimenta do mesmo jeito que uma ferrari se movimenta então porque uma pessoa compra uma ferrari? o mesmo motivo de um relogio mecanico (hobby, muito dinheiro ou querer aparecer), concerteza a ferrari vai ser mais cara que um celta, concerteza tambem o motor da ferrari vai ser mais resistente que um o celta é concerteza tambem o tempo de estudo para montar a ferrari demorou mais que para o celta.

Para mim a arte não esta no relogio patek phillipe de 1 milhão de reais, está nos esforços,estudos feitos pelos relojoeiros em conjunto para desenvolver um movimento mecanico.

é mais prazeroso ir para o shopping de celta ou ferrari? eu considero isto a mesma forma de é mais prazeroso usar um relogio quartz ou mecanico?

é uma opinião minha

estou com os mecanicos é não abro  ;D

Abraço

*

Online igorschutz

  • *****
  • 8.058
  • Santo Anjo do Senhor de piroquinha
    • Ver perfil
    • http://igorschutz.blogspot.com/
Re: Rubis na máquina
« Resposta #14 Online: 06 Janeiro 2010 às 08:22:30 »
Nilo,

Os relógios de quartzo são, como todo produto da tecnologia eletrônica moderna, desenhados para ficarem obsoletos e/ou não durarem mesmo.

Discordo. Há quartzos e quartzos!
Assim como já existiram diversos modelos de movimentos mecânicos descartáveis, há modelos de movimentos quartzo que são projetados para durar a vida toda.

Um Citizen Chronomaster tem garantia de 10 anos. Você acha que isso é coisa de relógio que não dura?
E um Seiko 9F que tem prazo de revisão de 50 anos?
E os milhares de G-Shock dos anos 80 que sofreram abusos até não poder mais e estão aí tinindo de novos?
E o Citizen Aqualand do nosso amigo Marcelo Costa?

Quando você diz que os relógios quartzo foram propositalmente desenhados para ficarem obsoletos, você está generalizando, tal qual é generalizar dizer que todo relógio mecânico tem alma.

Há mercado e público tanto para quem apenas quer um relógio barato e bonitinho, como para quem quer um relógio duradouro. Para os primeiros, temos os quartzos descartáveis, para os segundos, temos também relógios alguns quartzo, e não apenas mecânicos.


Fomos treinados para aceitar este final programado (ou como é que poderíamos aceitar um Iphone que nem tem como trocar a bateria e ela é projetada para durar 400 ciclos de carga/descarga?). Os relógios de quartzo (e estou usando um neste instante -- X33) ainda trocam a bateria mas não podemos esperar que daqui a dez ou vinte anos alguém ainda estará fabricando uma bateria compatível.

Também não podemos esperar que daqui a dez ou vinte anos vá existir peças pro seu Zenith Rainbow.

"Ah, mas se tiver alguém bom por aí, vai dar pra fazer uma peça do zero!"
Isso é verdade, mas vai custar uma nota preta, que provavelmente você não irá querer pagar. Há milhares de relógios por aí, com calibres que já foram comuns um dia, que estão parados porque o dono não topa pagar para construir peças novas para eles. Alguns são excelentes relógios, por sinal...

Agora, cá entre nós: a probabilidade de existir baterias para um relógio quartzo daqui a dez ou vinte anos é BEM maior do que a de existir peças para o Zenith, não é não?


Sobre a tão falada precisão dos mecanismos a quartzo, ela é ... razoável e não mais que isto, mesmo nos mecanismos termo compensados, quando comparamos com, por exemplo, relógios atômicos.

Existe relógio atômico de pulso?
Então estamos comparando laranjas com maçãs...

Dentro da categoria "relógios de pulso", a precisão de um relógio quartzo termocompensado é na casa do milhar de vezes mais preciso que o melhor mecânico.


O relógio mecânico sobreviveu, na minha percepção, por conta de:

a) Virou uma jóia predominantemente masculina
b) É um dos poucos objetos tecnológicos que, se bem cuidado, pode durar mais que o dono
c) Alguns são, mesmo, um objeto de arte portátil

O resto é marketing, com suas "edições limitadas" (a Omega é mestre nisto) ou outros truques comerciais (uns válidos e outros bem desonestos).

Não lhe tiro a razão, mas:

a) O relógio em si é uma jóia masculina, e não apenas o relógio mecânico. O quartzo também pode ser uma jóia. Essa idéia de que apenas o relógio mecânico é uma jóia, e que o quartzo é um bem de consumo semi-descartável, é coisa do marketing suíço moderno, que vende um relógio mecânico com uma margem de lucro imensamente superior à de um relógio quartzo. É o tal do meme que você citou lá atrás.
b) Um bom quartzo também, vide meus comentários acima.
c) É verdade, mas esses eu não tenho dinheiro para comprar, e até agora não vi ninguém postando um no tópico "Que relógios estou usando hoje"...


Mas no final, fica o objeto artístico:


(Foto do web site da Breguet - www.breguet.com)

E para fazer algo como o relógio acima, acreditem, vai um pouco mais do que tecnologia.

É verdade, este é um relógio verdadeiramente artístico, que sintetiza tudo o que o marketing suíço diz dos relógios mecânicos. Mas também custa R$ 125 mil na Amsterdan Sauer.
Eu não encontro alma/arte num relógio de R$ 20 mil no shopping, encontro? E R$ 20 mil é um belo dinheiro...


Um abraço,

Igor
Opinião é como bunda: todos têm a sua. Você dá se quiser.
Opinião é como bunda: você dá a sua e eu meto o pau.

NÃO ACREDITE NO QUE 'FALAM' AQUI, ESTUDE BEM E TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES

*

nilomis

Re: Rubis na máquina
« Resposta #15 Online: 06 Janeiro 2010 às 10:56:11 »
Igor,

Concordo que coloquei um pouco do meu preconceito pessoal contra os relógios de quartzo e concordo que ...

Um G-Shock, anos 80, dura bastante (tenho um, que uso como relógio de reserva) mas dificilmente atingirá a duração de um mecânico. Compare com os relógios dos anos 30, mecânicos.

O principal, e que não ficou claro, é que os relógios com tecnologias eletrônicas podem, e devem, ser superados como tudo que é parte desta tecnologia. Compare, por exemplo, um Motorola Star Tac (que era o celular da moda nos anos 90) com um iPhone ou Blackberry. Não se vê ninguém querendo um Star Tac, nos dias de hoje. A superação é parte/consequência da própria tecnologia.

Por acaso, estou usando hoje um Omega Speedmaster X33 (o chamado Mars Watch, pelos marqueteiros da Omega). Será que ele vai durar tanto quanto o meu Omega Seamaster CK 14755-61? Acho que não. O mostrador do X33, de LCD, tem uma vida útil determinada e quando ela acabar acho que não irei encontrar um outro mostrador para ele.

Quanto ao Rainbow, as peças dele não tem uma vida útil definida. Acho, e posso apostar, que dentro de 20 anos ele estará funcionando como hoje.

Quanto as baterias, não sei não. Lembre-se de que as baterias originais (de mercúrio, particularmente tóxicas) do teu Accutron não existem mais.

Meu único termo compensado, um Breitling B-1, não é tão preciso como os "da propaganda". Acerto ele, que reside em uma gaveta, e passados alguns meses da para perceber um desvio significativo.

Concordo que se pode fazer uma joia de quartzo mas ... fica bem sem graça, não. Mesmo aqueles que usam aquela "cozinhada" da Seiko (o Spring Drive), não tem muita alma.

O fato de não termos o capital para empatar em uma joia de pulso, não tira o mérito da joia. Não é caro, apenas ganhamos pouco.  ;D

Quanto a "alma", ela tanto pode existir em um relógio de milhões como em um belo Seiko 6105 e um 6105, bem comprado, é um relógio bem acessivel, não?
Usei o Breguet como exemplo extremado e acho que v. entendeu.

O ponto, que tornou este tópico interessante, é que somos atraídos por estas maquininhas reluzentes e aí reside todo o barato desde vício e a razão de ser deste fórum.

O que tentei destacar é que, como tudo na vida, somos manipulados pelos marqueteiros que vivem de forçar a barra fazendo:

a) Marcas de relógios produzidos em larga escala (Omega, Rolex, etc.) como alta relojoaria, o que obviamente não são.
b) Vendas de relógios, no Brasil, com preços absurdos e que não podem ser explicados pelos elevados impostos locais.

Abs,

Nilo







*

Online igorschutz

  • *****
  • 8.058
  • Santo Anjo do Senhor de piroquinha
    • Ver perfil
    • http://igorschutz.blogspot.com/
Re: Rubis na máquina
« Resposta #16 Online: 06 Janeiro 2010 às 11:47:21 »
Nilo,

Um G-Shock, anos 80, dura bastante (tenho um, que uso como relógio de reserva) mas dificilmente atingirá a duração de um mecânico. Compare com os relógios dos anos 30, mecânicos.

Dê tempo ao G-Shock. A gente só vai poder dizer se isso é verdade daqui a 50 anos.
O que sei dizer é que você encontra por aí muitos GP com cal. série 350 funcionando perfeitamente. E são relógios do início da década de 70.


O principal, e que não ficou claro, é que os relógios com tecnologias eletrônicas podem, e devem, ser superados como tudo que é parte desta tecnologia. Compare, por exemplo, um Motorola Star Tac (que era o celular da moda nos anos 90) com um iPhone ou Blackberry. Não se vê ninguém querendo um Star Tac, nos dias de hoje. A superação é parte/consequência da própria tecnologia.

Com relógios essa regra não funciona.
A função do relógio é marcar horas, e ele vai funcionar perfeitamente bem tendo um modelo novo no mercado ou não. Um Swatch de 1983 se passa por um modelo de 2009 tranquilamente.
Um relógio com tecnologia nova, ou então com novas funções, não necessariamente substitui o anterior.


Por acaso, estou usando hoje um Omega Speedmaster X33 (o chamado Mars Watch, pelos marqueteiros da Omega). Será que ele vai durar tanto quanto o meu Omega Seamaster CK 14755-61? Acho que não. O mostrador do X33, de LCD, tem uma vida útil determinada e quando ela acabar acho que não irei encontrar um outro mostrador para ele.

Aí são dois pesos e duas medidas.
Será que seu Seamaster vai durar infinitamente sem que seja preciso trocar qualquer componente? Nem mesmo a mola do tambor ou algum eixo desgastado? E se param de fabricar a mola ou o eixo, como é que fica?
O X-33 sofre do mesmo problema. Se a tela parar e a Omega não tiver peça de reposição, o problema é com a Omega, e não com a tecnologia, pois foi a Omega que decidiu não abastecer seu estoque.
Acontece que, por razões comerciais, a Omega jamais ficará sem molas e eixos no seu estoque, mas pode ser que ela abra mão da tela do X-33...


Quanto ao Rainbow, as peças dele não tem uma vida útil definida. Acho, e posso apostar, que dentro de 20 anos ele estará funcionando como hoje.

Algumas peças tem vida útil definida sim, como é o caso da mola do tambor, que falei acima.
Quanto à outros componentes, se a revisão for feita a contento, pode não haver problemas. Mas dentro de 20 anos, vai-se embora uma bela grana em manutenção (ainda mais um Zenith El Primero que for usado diariamente).


Quanto as baterias, não sei não. Lembre-se de que as baterias originais (de mercúrio, particularmente tóxicas) do teu Accutron não existem mais.

Mas existem substitutas, e aí resolve-se o problema.
Baterias não deixaram de existir, apenas as de mercúrio.


Meu único termo compensado, um Breitling B-1, não é tão preciso como os "da propaganda". Acerto ele, que reside em uma gaveta, e passados alguns meses da para perceber um desvio significativo.

Os relógios termocompensados, para ficarem iguais ao "da propaganda", precisam passar no mínimo 12 horas ao dia no pulso, senão a margem de precisão dobra.
Um Breitling B-1 passa de +/- 10 segundos/ano para +/- 20 segundos/ano.


Concordo que se pode fazer uma joia de quartzo mas ... fica bem sem graça, não. Mesmo aqueles que usam aquela "cozinhada" da Seiko (o Spring Drive), não tem muita alma.

Eu discordo.
Um Spring Drive, ou um Grand Seiko quartzo qualquer, recebe muito mais mão humana que um Rolex, um Breitling, um Omega do mesmo preço...
Se um desses tiver alma (o que é uma grande bobagem), certamente serão os primeiros.

A não ser que a tal "alma" seja um balanço virando pra lá e pra cá... mas aí é blasfêmia... ;D


O fato de não termos o capital para empatar em uma joia de pulso, não tira o mérito da joia. Não é caro, apenas ganhamos pouco.  ;D

Com certeza.
O problema é que muita gente fala mil maravilhas de um relógio automático comum, enquanto na verdade este é um produto tão massificado quanto um relógio de McLanche Feliz (mas em menor escala).

Relógio-jóia, relógio-arte, relógio-alma é aquele que recebeu os cuidados de um verdadeiro artista, e não o Poljot montado a mão num fabriqueta em que toca pagode russo...

Tem gente que adora falar que seu Rolex tem alma. Deve ser a maneira que ele encontra para justificar pagar mais de R$ 15 mil num relógio...


Quanto a "alma", ela tanto pode existir em um relógio de milhões como em um belo Seiko 6105 e um 6105, bem comprado, é um relógio bem acessivel, não?
Usei o Breguet como exemplo extremado e acho que v. entendeu.

Aí vai do conceito de alma de cada um.
No meu, se um relógio realmente não for um trabalho singular (e com isto não estou falando em "edição única"), então é só mais um.


Um abraço,

Igor
Opinião é como bunda: todos têm a sua. Você dá se quiser.
Opinião é como bunda: você dá a sua e eu meto o pau.

NÃO ACREDITE NO QUE 'FALAM' AQUI, ESTUDE BEM E TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES

*

nilomis

Re: Rubis na máquina
« Resposta #17 Online: 06 Janeiro 2010 às 12:55:12 »
Eu discordo.
Um Spring Drive, ou um Grand Seiko quartzo qualquer, recebe muito mais mão humana que um Rolex, um Breitling, um Omega do mesmo preço...
Se um desses tiver alma (o que é uma grande bobagem), certamente serão os primeiros.
A não ser que a tal "alma" seja um balanço virando pra lá e pra cá... mas aí é blasfêmia... ;D

Aí vai do conceito de alma de cada um.
No meu, se um relógio realmente não for um trabalho singular (e com isto não estou falando em "edição única"), então é só mais um.
Igor/Turma,

A hipótese propalada pelo pessoal da Seiko sobre o Spring Drive pode ser ou pode ser mais uma jogada de marqueteiro.

O meu conceito de "alma" para um relógio é ligado ao dono e a relação dele com o relógio e não ao relógio em si.

Se uma pessoa tem como "grail" um relógio, tanto faz ele ser um trabalho singular como pode ser uma peça bem pedestre mas que o seu dono adora.

Antes de escrever isto aqui, tentei imaginar qual ou quais dos meus relógios tem a tal de "alma" e fiz uma lista.

Note que nada tem com o número de rubis e/ou com o valor/singularidade dos mesmos:

Eis a lista, que não segue nenhuma ordem de preferência:

Seiko 6105 , 6139
IWC Mark XV, Aquatimer (mais antigo)
Bulova Accutron
Zenith Rainbow
Omega Speedmaster Moon, Broad Arrow, X33 e o PO
Casio G-Shock 5600

Ahh, ia me esquecendo! Tem também a "Joia da Coroa" (não é Rolex, please), mas isto é outra história.  ::)

Cada um deles tem um motivo para ter a "alma".

Pode ter sido difícil de obter ou pelo fato de eu me sentir bem com ele no pulso.
Portanto, este é meu ponto final, a "alma" depende do dono e não do relógio.

Abs,

Nilo

*

Alberto Ferreira

Re: Rubis na máquina
« Resposta #18 Online: 06 Janeiro 2010 às 18:52:47 »
Salve, amigos!

Interessantes colocações, sem dúvidas!  8)

Eu concordo com muitas delas, mas em especial com uma...

"Alma", com ou sem aspas, quem tem (ou deveria ter...  ) somos nós, os seres humanos.
E nós apenas tentamos transferi-las para outras coisas, de pets a relógios, "obras de arte", etc.

Na verdade (vixe eu acho baixou um "filósofo" de fim de tarde aqui...  ;) :D),...
Na verdade mesmo, eu tenho a séria desconfiança de que nós é que precisamos dessas coisas...
 ... ou seja, de ver alma nas coisas, seja de forma figurada ou não.
 ;)  ;D

Das considerações técnicas, eu gostaria de enfatizar uma.
Como disse o Igor,...

Há que saber usar.
Um relógio guardado na gaveta, o exemplo o citado termocompensado, pode não ter o desempenho para o qual foi especificado e construído.
A rigor, eles foram simplesmente feitos para serem usados.

Abraços, a todos e parabéns pela evolução do tópico, que de "suflê de chuchu" com "molho de abobrinha", convenhamos, não tem nada!

Legal!
 8)
Alberto
« Última modificação: 06 Janeiro 2010 às 18:54:24 por Alberto Ferreira »