Tenho que admitir que visto essa carapuça do desânimo Às vezes até namoro alguma coisa no Instagram e canais de YouTube que sigo, mas é difícil justificar a compra de algo novo sabendo que usarei apenas em casa de chinelo e bermuda pelos próximos meses Essa alta do dólar também não contribui.
Bem, meu desânimo, e acredito que já martelei isso aqui à exaustão, já ocorre há décadas, baseado em três premissas: conversa fiada de empresas, que vendem algo singular, artesanal e de "contato com quem o fez", quando na verdade não é nada disso (a propaganda é alma do negócio); a absurda desvalorização do real frente ao dólar, mas também um incremento de preços em francos, que faz com que o hobby só seja acessível a paulistanos endinheirados com mullets, gel no cabelo e pullover Dória Style; e pela BABAQUICE das empresas, que fecharam o mercado de peças para independentes, causando, com isso, a MORTE do relojoeiro reparador, com uma total ausência de concorrência no mercado de assistência técnica.
O último relógio que comprei na vida foi há 6 anos, e não pretendo comprar outro tão cedo, mesmo se for uma barganha. E creia, essas aparecem: outro dia mesmo me foi oferecido um Breguet complicado a preço muito, mas muito, mas muuuuuuuuuuuuuuito inferior ao de lista e eu passei pra frente, porque a aquisição de um relógio mecânico complexo hoje é a mera prestação de entrada de uma APORRINHAÇÃO atroz que se terá no futuro ao pagar revisões, aquela zica que já sabem que eu ODEIO.
Porém, contudo, no entanto, você não precisa ser dono de uma Ferrari para gostar de Ferraris ou mesmo ser um especialista nelas, vide a quantidade de ferraristas no mundo. O último texto que escrevi sobre o assunto "relógios", complexo, longo, e que me demandou uma baita pesquisa, informa que eu ainda me interesso (e muito!) sobre o assunto "marcadores do tempo". Ter ou comprar os objetos? Deixo para o Dória...
Flávio