Menu principal

O futuro da Omega

Iniciado por fernando r, 18 Março 2011 às 11:13:07

tópico anterior - próximo tópico

fernando r

Respondendo a três perguntas da Revista Alemã Chronos(Especial Omega out/2008), o então presidente do Grupo Swatch Nick Hayek Jr assim se manisfestou:

Pergunta: Descreveria a Omega como uma marca de luxo?
Resposta: "Luxo" é uma palavra que sempre foi usada e abusada. O que é, na realidade , o luxo? Luxo significa que alguém compra algo de que, em absoluto, não precisa. Para a maioria das pessoas, os relógios da Omega são um luxo. Quando se olha dessa forma, um BMW, um Mercedes e, mais recentemente, um Audi, são automóveis  de luxo. A Bentley e a Rolls-Royce são marcas de prestígio. Traduzindo para as marcas de relojoaria, um Bentley seria uma peça Patek Philippe, Breguet, Blancpain, A. Lange & Söhne, Glashutte Original ou Vacheron Constantin. Um BMW seria um Rolex ou um Omega.


Pergunta: Agora que a Omega desenvolveu o novo calibre 8500, está habilitada indubitavelmente a definir-se como manufactura. É um caminho que a Omega planeia seguir?

Resp: O termo francês "manufacture" não é realmente assim tão importante para a Omega que é uma marca de fabrico industrial e não pode ser comparada com a Breguet ou a Blancpain, em que a percentagem de fabrico artesanal é muito maior. A Omega produz movimentos mecânicos da alta qualidade através de métodos industriais, isto quer dizer que cada componente é permutável. A qualidade tem de ser extremamente boa e muito consistente para alcançar isso. Não é tolerado desvio algum.
Para responder à sua questão: sim nós continuamos o caminho da manufatura. A Omega planeia introduzir com sucesso toda uma família de calibres na base do Calibre 8500. Teremos um caibre de relógios para senhora, um movimento com um calendário anual, um cronógrafo...Esta família de calibres, com identidade Omega a 100%, irá finalmente animar quase todos os relógios mecânicos da marca, exceptuando o Moonwatch, que continuará com o seu histórico movimento Lemania. A ETA SA desenvolveu o Calibre 8500 em conjunto com a Omega que também dirigiu e supervisionou o processo de fabrico. Todos os investimentos foram, e são, da responsabilidade da Omega. Naturalmente, a Omega manterá a colaboração com a ETA SA e a Nivarox continuará a fornecer as espirais. Estamos a expandir as instalações em Biel, para onde vamos mudar parte da produção Omega, tanto T1, a montagem dos movimentos como T2, a colocação dos movimentos nas caixas.



Pergunta: Durante os últimos anos, tem havido muita conversa acerca do silício como um novo material para certas partes dos movimentos de relógio. Seguindo as pisadas da Breguet, que igualmente pertence ao Grupo, a Omega começou agora a usar espirais feitas de silício. Este material vai substituir os materias tradicionais nos componentes de relógios? Ou, no futuro, a Omega vai usar o silício em conjunto com outras substâncias mais familiares?

Resposta: O silício é, claramente, um material interessante. É anti-magnético, pode reduzir a necessidade de lubrificação e até torná-la obsoleta em certas partes do movimento. Mas o silício não é uma panaceia, nem faz o relógio funcionar com precisão. O seu uso depende das necessidades específicas das marcas. A Breguet, a Blancpain e a Omega tem perfeitamente definido aquilo que querem e como querem. Todos os investimentos serão suportados separadamente por cada marca. A Omega irá equipar a sua família de calibres com espirais de silício em poucos anos e, todo o escape Co-Axial será feito deste material.


Em resumo: adeus Frederic Piguet em Omega, adeus Valjoux em Omega.
Eles tem consciência de que sua única concorrente é a Rolex. Não tem a pretensão de ser uma "manufatura" no sentido de fabrico artesanal. Trata-se de produção industrial.
De outra parte, e se trata da minha opinião, se a Rolex quisesse fazer modelos complicados ela faria. A Omega também, assim como a VW fez o Phaeton. Teriam dificuldade em vender, talvez.
Agora, ficaria bem difícil para as marcas de prestígio mencionadas, fazerem um modelo de entre 2000-5000 dólares.
Mas essas marcas também não estão preocupadas com isso e sim com a venda de relógios a partir de 20.000 dolares, com vários modelos superando a fasquia dos 100.000 dólares.(se bem que a Blancpain tem peças a partir de 12.000 dolares).
Ou seja, cada marca sabe dos seus objetivos e de suas capacidades.
Abraços.

Cigano

Gostei da entrevista!!
Obrigado por compartilhar!!!

O futuro da Omega será baseada praticamente no 8500, pois foi uma das coisas que entendi!

Não sei qual a situação atual da Omega, depois do falecimento do Sr. Nicolas Hayek!!!
Alguém saberia ???
Abraços,
Cigano!

igorschutz

Citação de: Cigano online 18 Março 2011 às 11:24:02
Não sei qual a situação atual da Omega, depois do falecimento do Sr. Nicolas Hayek!!!
Alguém saberia ???

Não muda nada. O finado não tinha envolvimento direto com a marca, então não tem o que ser afetado.
Opinião é como bunda: todos têm a sua. Você dá se quiser.
Opinião é como bunda: você dá a sua e eu meto o pau.

NÃO ACREDITE NO QUE 'FALAM' AQUI, ESTUDE BEM E TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES

Adriano

#3
Nada muda com o falecimento do Hayek Sr. Essa é uma entrevista de 2008, tudo continua exatamente nesse mesmo rumo. Os calibres de manufatura com escapamento co-axial serão o padrão. E é verdade, os Valjoux e os Frederic Piguet vão desaparecer dentro da Omega. Já está acontecendo, mas não vai ser nada tão rápido assim. Nos últimos dois anos ainda tivemos lançamentos com ambos os mecanismos. Eu acho que ainda leva até 2020 para que todos os Omega estejam equipados com calibres de manufatura mecânicos. Sem contar, é claro, o Moon, que vai ser para sempre a mesma coisa.

Abraços!

Adriano

Cigano

Obrigado pelos esclarecimentos caros, Igor e Adriano!! 8) 8)
Pois achei/achava, que o finado tinha um envolvimento mais direto com a manufactura!!!

Abraços,
Cigano!

flávio

E só um adendo: a Omega não faz complicações porque não quer vírgula, pois tem as complicações na linha, de calendários anuais a turbilhões. A Rolex é quem não faz porque não quer. Disse porque não quer, pois capacidade para tal tem, e muita.


Flávio

igorschutz

A Rolex possui patentes de big date, calendário perpétuo e turbilhão. Acho que já até postei link para estas patentes aqui no Fórum.
Opinião é como bunda: todos têm a sua. Você dá se quiser.
Opinião é como bunda: você dá a sua e eu meto o pau.

NÃO ACREDITE NO QUE 'FALAM' AQUI, ESTUDE BEM E TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES

fernando r

Boa Noite,

Desculpe a falha: ela tem 12 modelos para o mesmo mecanismo turbilhão(segundo uma autorizada aqui do Brasil somente sob encomenda). Mas, até pela entrevista citada, não é o que ela mira.
Calendário anual é recente, derivado do calibre 8500. Mas o relógio não custa uma exorbitância considerando os modelos correlatos(9.400 dólares nos EUA é mais barato do que um Sea-Dweller e seus 3900 WR, de preço sugerido 9.800 dólares).
Ela também tem rattrapante e fly-back, ambos Frederic Piguet mas que devem reaparecer no calibre de manufatura para cronógrafos. Tem fases da Lua Lemânia.
Mas acho que ela não tem interesse em calendários perpétuos, equações de tempo, repetidores de minutos. Me parece que não é o nicho dela. Até pq essa complicações encarecem sobremaneira os modelos.
Foi isso que eu quis dizer.
Abraço.


Citação de: flavio online 18 Março 2011 às 17:59:52
E só um adendo: a Omega não faz complicações porque não quer vírgula, pois tem as complicações na linha, de calendários anuais a turbilhões. A Rolex é quem não faz porque não quer. Disse porque não quer, pois capacidade para tal tem, e muita.


Flávio

Eduardo Chaves

O 'moon' sempre presente!

;)

Edu
Omega SpeedMaster Professional