O Igor manja mais do assunto do que eu. Mas posso dizer algumas coisas.
Um dos elementos que impõe maior precisão no relógio é o orgão regulador. Assim como o escapamento está para o relógio mecânico, o cristal de quartzo está para o relógio quartzo. Tanto em um caso como em outro, não adianta todo o mecanismo ser excelente se o órgão regulador for ruim. Logo a qualidade do cristal é fundamental para que ele tenha precisão. O cristal de boa qualidade vibra o mais próximo possível dos 32.768 Hz em uma larga faixa de temperaturas, mas especialmente na temperatura em que o relógio fica quando está no pulso (algo próximo dos 30ºC).
O que faz um cristal ser melhor que outro, ou seja, vibrar o mais próximo possivel da frequência teórica, é a qualidade do material e principalmente do corte. O cristal, mais comumente no formato de diapasão, é cortado à laser e um exato alinhamento à sua estrutura cristalográfica determina se ele vai vibrar em sua frequência teórica ou não. São necessários equipamentos e técnicas apuradas para se conseguir cristais de alta qualidade. Logo, cristais mais precisos, são mais caros, e equipam mecanismos mais caros.
Cristais com menor qualidade vibram em frequências imprevisíveis e podem ser compensados até certo ponto por um método de inibição do circuito. Mas se não se sabe exatamente qual é a frequência, não se sabe também o quanto de inibição na contagem dos pulsos usar. Logo, a precisão é comprometida.
Máquinas quartz em sua maioria são mecânicas também. A parte mecânica tem pouca ou quase nenhuma influência na precisão, mas é determinante no consumo do mecanismo. Máquinas de melhor qualidade possuem não só um ressonador de melhor qualidade, mas um circuito mais apurado e econômico, e uma parte mecânica refinada, apoiada sobre mancais de baixo atrito (rubis), que resulta em baixo consumo de bateria e melhor exatidão na movimentação e alinhamento dos ponteiros.
Basicamente é isso.
Abraços!
Adriano