De cabeça não vou lembrar todos os detalhes, pois não estou teclando de casa. Fato é que a Vulcain, dos anos 50 para frente, pertencia ao conglomerado MSR, que englobava Vulcain, Revue e Thommen (esta última fabricannte de produtos aeronáuticos). Com a quebradeira dos anos 70, acho que só a Thommen permaneceu no mercado.
Nos anos 90 a Vulcain ressurgiu, podemos assim dizer, não como Vulcani, mas Revue Thommen. Em 1997 a Revue Thommen lançou uma série limitada do famoso relógio da Vulcain, o Cricket. Tenho um...Eles não custavam tão caro na época, paguei 750 dólares no meu, no exterior. Aqui giravam em torno de 1500 dólares ou mais, que os representava era a Vivara.
Na minha opinião, os relógios usavam calibres Cricket "NOS", mas em e mail enviado para a fábrica, disseram que não, que haviam fabricado alguns e colocado nos relógios (eu ainda duvido disso...).
Fato é que no início dos anos 2000 a Revue Thommen foi comprada por um grupo asiático, a Grovana e, na mesma época, os detentores do nome Vulcain (a fábrica não mais existia, pois, como disse, a fábrica era a Revue Thommen. Eles só tinham o nome) meteram um processo na RT para que não mais usassem os movimentos clássicos do Cricket e muito menos o nome.
Eu não sei se isso foi decidido por acordo ou em sentença, mas fato é que os donos do nome Vulcain ganharam não só o direito exclusivo de usar o projeto do movimento do Cricket como seu nome.
Criou-se uma situação no mínimo estranha: em meados dos anos 90, os Vulcain Cricket foram relançados com tal nome, mas feitos por uma fábrica sem nenhuma raiz com a MSR, que era dona de tudo antigamente; a Revue Thommen continuou existindo, fabricando tudo na antiga fábrica onde os Vulcain eram produzidos mas...sem mais nada com a Vulcain!
De qualquer forma, observa-se uma nítida vantagem técnica entre os Vulcain atuais e os Revue Thommen (Vulcain) da década passada. Cito meu relógio, por exemplo. Ele é bem feito, singular, mas sem frescura. O bracelete metálico é simples, o movimento não tem acabamentos decorativos, etc.
A "nova" Vulcain colocou no mercado reedições, como o Cricket Nautical e, mais, novos modelos, com movimentos automáticos, coisa que nem antigamente existia. E melhorou muito o acabamento de suas peças, como pude ver na Suíça e aqui, onde o representante é a Amsterdan Sauer.
Claro, ficaram bem mais caros, mas nada fora da realidade dos produtos suíços. Eles possuem movimentos na linha sem ter calibres feito em casa a preços bem acessíveis. Os Crickets é que subiram de preço.
Sim, existe também assistência técnica.
Flávio