Também moro em Brasília e, ao contrário do colega, só conheço mesmo o povo da antiga autorizada Omega aqui, Francelino e Cia. Um dos filhos dele está seguindo o caminho e, inclusive, o acho muito competente, tem feito seus treinamentos do exterior, etc. Mas eles não são barateiros, pelo contrário. E também não estão na pindaíba, justamente porque resolveram seguir o caminho de somente revisar relógios que, comercialmente, valham à pena. Entenda-se: eles revisam qualquer coisa, mas às vezes a revisão custa mais caro do que o relógio que o cara quer arrumar, e o serviço acaba não sendo feito.
O outro filho dele certamente irá pular fora do negócio, pois está se formando em Direito e atuando na área.
Porém, vejo o seguinte. Apesar dos pesares, temos uma classe média incipiente se formando no Brasil (não digo só aqui, mas em todo mundo, apesar de toda crise). No Brasil, bens de consumo que não eram acessíveis às pessoas estão começando a ser, inclusive relógios de luxo, e aqui retorno ao conceito que envolve vários segmentos, que vão de coisas de 1000 reais (o que não é pouca grana NUNCA) até centenas de milhares.
Os poucos relojoeiros no Brasil suprem a demanda? Não sei...Com a palavra o Adriano, que é gerente de uma Autorizada no Brasil. Acredito que não, pois mesmo nas autorizadas, os serviços não tem sido feitos de forma tão rápida como eu gostaria. O volume de serviços deve estar razoável. Mas são ilações.
No entanto, chegará num momento em que teremos mais relógios de luxo no mercado, precisando de revisão. Acredito que a tendência seja o mercado para relojoeiros ressurgir, no médio prazo.
Mas não acredito no ressurgimento do relojoeiro independente no Brasil e até mesmo no resto do mundo, sobretudo pela política de distribuição de peças pelas empresas e credenciamento de autorizados.
Uma coisa, porém, é fato: a clientela exige serviço de altíssima qualidade e investimentos deverão ser feitos pelas próprias fábricas. Afinal, quem compra uma Mercedes não quer serviço pós venda mal feito.
Flávio