Salve, amigos!
Pois é...
Eu prometi contar a história e então aí vai o “causo”.
Trata-se deste Zenith.
Anos atrás, um tio da minha mulher, sabendo do meu interesse por relógios me contou uma história e me pediu um favor...
A história...
Em tempos "brabos" ele mandou derreter as pulseiras da esposa, seus anéis (vindos de Portugal) e a caixa de dois relógios.
Na verdade ele nunca se conformou totalmente...
Das pulseiras ele dizia...
Bem, elas eram de ouro português (quiçá brasileiro...
pensava eu em silêncio, mas deixa pra lá...) e não eram de alta ourivesaria...
Mas os relógios não...
O Zenith que tinha a caixa de ouro eu comprei com o meu primeiro dinheiro, muito tempo atrás... O ourives me devolveu a máquina e eu jurei que um dia poria outra... Dizia ele.
E tinha também um Patek de bolso, que uma era "jóia de família". Deste o ourives não devolveu a máquina (esse ele não derreteu nada... pensei eu cá com os meus botões...
), contava ele....
Ele me disse ainda que após tudo isso ele tinha deixado o Zenith com um relojoeiro, para pôr uma nova caixa, mas o sujeito o enrolou por vários anos e só devolveu quando ele o cobrou já com a paciência esgotada...
Bem,...
E é agora que vem o porquê de eu ter dito que este assunto me deixa "encabulado"...
Na ocasião em que ele me deu o Zenith para "pôr a caixa" eu perguntei se ele tinha certeza que aquele relógio que o relojoeiro lhe devolveu sem fazer o serviço era de fato o seu.
Afinal, eu percebia que estava com o mostrador desgastado, um dos ponteiros não era original e a máquina não me parecia a de um modelo que um dia fora montado em uma caixa de ouro, etc.
Ele "jurou" que era o mesmo... Que só estava um pouco sujo, pois ficou anos com o tal relojoeiro...
Resultado, eu não quis contrariá-lo e peguei o Zenith assim mesmo...
Isso já tem mais de dois anos... Nos primeiros meses eu tentei achar uma caixa (original de um Zenith) e não consegui. Depois eu como que fui desistindo da idéia e esquecendo...
Agora, durante uma visita da minha sogra, me foi dito que ele tinha se lembrado e perguntado pelo relógio...
Ele está com noventa e poucos anos...
E agora, José?
Eu acho que vou ter que "me virar nos trinta"...
Abraços a todos,
Alberto