Flávio, honestamente, a tabela da Omega prevê um valor de serviço parcial em mecanismo. Isso pode ser interpretado como regulagem, ajustes, e reparo somente na parte do automático.
Porém, sou mais honesto ainda em dizer que ninguém aqui usa isso. Por uma razão simples: CDC. Não há consumidor, nem juíz, nesse mundo, que entenda que um mecanismo de relógio, como um motor de um carro, possui elementos relativamente independentes. Pois no carro, o que acontece: você leva e o cara mexe numa coisa no motor. O carro volta a falhar, e ele fala que é outra coisa, você paga denovo. Aí falha denovo, e aí é um novo defeito, você paga denovo, e por aí vai. Eu já cheguei a pagar muito caro por 5 serviços diferentes no motor do meu carro. O sintoma era sempre o mesmo, mas o diagnóstico sempre diferente. Nunca fui coberto pela garantia.
Com relógio, parece que é diferente: abriu o relógio, tudo o que vier a acontecer com o relógio dali pra frente é problema seu. Não interessa o que você mexeu, não interessa que dê por escrito, nada. Abriu e mexeu, todos os problemas conseguintes são seus. Logo, existe um risco gigantesco em eu revisar a parte do automático do seu relógio, dali um mês, seis meses, um ano, dois anos, ele começar a atrasar, ou adiantar e etc. sem ter nada a ver com aquilo que foi mexido. Nenhum consumidor vai entender que a oficina só mexeu no automático. Se você mexeu, é problema seu. É assim que funciona. Por isso, tudo que envolve mecanismo, não se faz serviço parcial. É revisão completa ou nada. Assim, dou a garantia e se realmente apresentar um defeito nesse período, o problema é realmente meu.
Estou falando do consumidor "médio", aquele que representa 99,99% da clientela da assistência técnica. Não estou falando de um entendido de relógios. Seja feita essa diferença.
Abraços!
Adriano