Esse vídeo é muito legal, apesar de seguir um estilo "documentário" demais, típico da época.
Para quem teve paciência e entende inglês, os conceitos estão todos aí. O principal deles é explicado aos 0730 em diante e mostra como o escapamento mantém a energia perdida no oscilador, que "conta" o tempo (o balanço).
Na verdade, se pudessemos contar a história da relojoaria, ela se resumiria (de forma tosca, pelo amor!) na busca por um sistema de impulso que causasse o mínimo de interferência possível (pois, se perceberam, no escapamento mostrado, o de âncora, o impulso é dado pelo atrito da dos dentes da roda de escape com a levee) e um sistema oscilatório que girasse a maior parte do arco de circunferência de forma livre.
O escapamento de âncora se tornou bastante difundido em virtude do perfil dos componentes, que permite o impulso num arco ligeiramente pequeno, permitindo que o balanço gire sem interferência a maior parte do tempo e, também, com resistência a choques, com pouca possibilidade de parar.
Como já ressaltado em textos que escrevi, o ápice da precisão da relojoaria ocorreu há muito, com os escapamentos de cronômetro e os impulsos tangenciais, sendo dados uma vez a cada oscilação completa (ao invés de duas, como no de âncora), sem lubrificação. Mas eram (são) sujeitos a parar em choques, já que a retenção de todo o sistema era feito por uma mola, não pela própria disposição de componentes e ângulos, no caso do de âncora.
O que Daniels tentou fazer com o escapamento Coaxial foi unir as vantagens do impulso tangencial do escapamento de cronômetro com a boa resistência a choques da âncora.
Bom vídeo.
Flávio