Bem, quase não escrevo no fórum, até por ser iniciante e pouco conhecer tecnicamente da arte, mas ultimamente muito tenho lido aqui.
De todos os comentários feitos em relação às situações de roubo assistidas ou vivenciadas por nossos colegas, a mais abalizada que li foi a do Flávio.
Por óbvio que sou solidário com todos os colegas deste fórum que foram vítimas de violência e tiveram bens seus retirados à força. Somente quem já esteve do outro lado, com um "cano na cara" sabe o quão traumatizante é uma experiência dessas para sua vida, e pior fica se desse cano sair uma "bala", como no passado aconteceu comigo, por sorte, sem maiores danos físicos (ainda bem que o sujeito era ruim de tiro).
Ocorre que, enquanto assistimos às notícias de roubos, somos literalmente roubados todos os dias,....todos os minutos nesse país e, na maioria das vezes, sem nos indignarmos com isso. E esta sensação se reforça em mim justamente agora, quando lido com a minha famigerada Declaração de Ajuste Anual de Imposto de "Renda", sendo que, na verdade, vivo de salário.
Como bem fi dito, a cada dia mais nos preocupamos em prover nossa segurança pessoal contra a ação dos criminosos, porém o fazemos contra os ladrões de varejo que agem nas ruas, e ficamos à mercê de uma horda transvestida de administradores do dinheiro público que nos saqueiam por vias indiretas e, na maioria das vezes, nada fazemos (ou podemos) fazer contra isso.
Como uma verdadeira trupe de ididotas, cosumimos diariamente um menu de porcarias colocadas no ar pelos veículos de comunicação de massa que teatralizam e banalizam a violência e o crime nas ruas e depois discutimos na raia miúda se a culpa é da falência do modelo social calcado na família, da educação que não educa, desta ou daquela polícia que não esta preparada, do sistema judicial que é moroso, do prisional que não recupera ninguém, do aparato normativo legal que esta ultrapassado, etc, mas não nos atemos que todo este quadro pode ser uma mera decorrência daqueles 17 MILHÕES que o Flávio citou como exemplo, dinheiro público cuja destinação era fazer a estrutura funcionar e que foi parar nos bolsos de alguém, alguém este a quem por óbvio não intressa que nada disso funcione mesmo.
Como diria Juvenal (Sátira X, 77-81) "panem et circenses", que no melhor modelo brasileiro entendido como país do carnaval, do samba, do futebol e, principalmente, da patifaria política.
Flávio me permita plagiá-lo, mas "DÁ UM DESÂNIMO"!!!
Acho que me excedi. Isso aqui é um espaço para discussões salutares, não para desabafo. Peço desculpas.