Só uma observação, a respeito do primeiro texto, do colega de Portugal. Ele disse que o relógio não pode ser testado pelo COSC uma vez que o tic-tac dele é diferente, é numa frequência bem baixa. Bem, eu sei o que ele pensou quando escreveu: nos cronocomparadores, vulgo Vibrograph e Witschi por aí. Sim, esse relógio não pode ter sua marcha aferida por esses aparelhos pois eles se baseiam no som do tic-tac para medir a marcha e não estão programados para fazer a leitura dessa frequência de oscilação.
Porém, isso nada tem a ver com o COSC pois os relógios lá não são aferidos com meros cronocomparadores acústicos, mas sim, visualmente, ou opticamente (já que visualmente não é o termo apropriado pois não fica um caboclo lá 24 horas olhando para o ponteiro do relógio) pelo ponteiro de segundos. Sim, os mecanismos são enviados sem relógio mas montados em um mostrador especial (na verdade, um mostrador bem simnples mas com marcações bem precisas e contrastadas) e ponteiros. A marcha é medida pelos ponteiros.
Logo, a frequência de oscilação não é empecilho para o teste no COSC, mas sim a ausência do ponteiro de segundos. Um caso clássico são os Panerai Marina. Os modelos são certificados, exceto o basicão sem ponteiro de segundos. Não há como ser aferido pelo COSC.
Outra coisa, ele comenta que o relógio acelera a marcha com muita corda e diminui a marcha com pouca corda. É o oposto na verdade, em teoria, e até certo ponto. A tendência do relógio teórico e sujeito à um isocronismo bom, ainda que imperfeito, é ter uma marcha mais lenta quando a amplitude é alta, logo, com corda cheia, depois ir acelerando a marcha conforme a amplitude cai. E volta a atrasar quando a amplitude está realmente muito baixa, com o relógio quase morrendo.
Ou seja, contraria a crença popular, e compreensivelmente, pois parece óbvia, de que o relógio anda rápido com muita corda e devagar com pouca corda.
Abraços!
Adriano