achei esse artigo traduzido, acho que pode ajudar. no link tem fotos, vale à pena ir ao link.
http://www.relogioserelogios.com.br/fatos_historia.asp?idDica=12O relógio Roskopf
Por Wilson Gomes de Oliveira
Georges F. Roskopf (1813-1889) nasceu na Alemanha e naturalizou-se suíço.
Em 1829 foi para a cidade de La Chaux de Fonds e começou o aprendizado em comércio com F. Mairet & Sandoz, que tinha um negócio de ferragens e peças para relógios.
Em 1833 ele decidiu se tornar um relojoeiro e foi começar o aprendizado com J. Biber, em La Chaux de Fonds.
Financiado por sua esposa, ele abriu um negócio como um "établisseur", ou seja, produtor de relógios que comprava os mecanismos e todas as outras partes de relógios e os montava. Ele fabricou relógios com os sistemas de cilindro e âncora para exportar para a América do Norte e Bélgica.
Os relógios eram bem feitos, mas o negócio não foi rentável e, em 1850, Roskopf decidiu vendê-lo.
Em 1851, ele se tornou sócio de B. J. Guttman Frères (Wurzburg), que era o gerente de uma fábrica em "La Chaux de Fonds". Eles fabricaram relógios do tipo "inglês".
Em 1855, Georges Roskopf abriu uma companhia com o seu filho, Fritz Edouard, e Henri Gindraux, com o nome de Roskopf, Gindraux & Co.
Dois anos depois, o filho abriu seu próprio negócio em Genebra e Gindraux foi para Neuchâtel para se tornar o diretor da escola de relojoeiros.
Roskopf foi um idealista que sonhou em fazer relógios baratos e de boa qualidade para a classe trabalhadora. Para atingir seus ideais, ele usou uma velha idéia, na qual os ponteiros eram impulsionados diretamente pelo eixo (árvore) da mola principal ("mainspring"), na qual está acoplada a roda minuteria, ele trabalhou nesse projeto outra vez.
Em 1860, ele começou a fabricar um relógio que poderia ser vendido por 20 francos, que, além de ter excelente qualidade, era simples e sólido. O relógio tinha um grande tambor no centro, o escapamento por pinos de Perron e balanço monometálico. Depois de discussões com Moritz J. Grossman, ele adotou o sistema de escape com pinos, simples e intercambiável (separadamente).
Lista das propriedades do novo calibre:
1. Escapamento em uma plataforma usando âncora com pinos, mas com a possibilidade de se poder usar âncora normal ou cilindro,
2. Ausência de roda central e sim um tambor de corda maior;
3. Impulsão dos ponteiros diretamente através do eixo do tambor;
4. "Philippe free spring", uma mola que permite o ajuste das horas sem que o mecanismo pare de funcionar;
5. Botão para ajuste de horas, quando é pressionado.
O movimento Roskopf
Roskopf encontrou indiferença e hostilidade entre os fabricantes de relógios da região, os quais continuaram trabalhando como "indústria caseira", pois não estavam de acordo e não desejavam fazer relógios como os que Roskopf oferecia. Em 1866, por exemplo, Roskopf fez um pedido de duas caixas de mecanismos para Emile Roulet e pediu a Gustava Rosselet para fazer os escapamentos. Ambos recusaram a atender esses pedidos ao perceberem o "destino" das peças. Então, em 1867, ele começou a produzir um modelo de relógio usando "ébauches" e caixas da Malleray Watch Co., e peças de muitos outros fabricantes, tendo eles sido montados em Damprichard, França, por M. Chatelain. O pedido original feito a Malleray foi de 2000 peças (caixas e ébauches). No fim de 1867, ele estava "dentro" do negócio e, em 1870, ele já tinha pedido 20.000 caixas e "ébauches" (a Malares).
Roskopf registrou a patente nos Estados Unidos com o numero 75.463, no dia 10 Março de 1868, a qual descrevia um escapamento intercambiável para relógios (na patente dizia que o escapamento poderia ser adaptado para ser usado em sistema "cilindro" ou "âncora", com pinos). Roskopf patenteou seu relógio na França com a patente n. 80611, em 25 de Março de 1868, para um mecanismo com um tipo de plataforma ajustável para o escapamento. Ele registrou suas patentes em diversos países (Bélgica, No. 21988, 3 agosto. 1867) mas nunca na Suíça, porque o país ainda não tinha um sistema de registro de patentes, e, também, porque a idéia já tinha sido usada antes.
Através da influência da casa Breguet em Paris, à Roskopf foi permitido apresentar seu modelo de relógio na "Feira Universal de Paris", em 1868, e ganhou uma medalha de bronze. Desde então, Breguet começou a enviar seus pedidos de peças. Alguns mecanismos foram fornecidos para a Borel & Courvoisier. Outros pedidos também foram atendidos.
como foi mencionado, antes vários fabricantes não queriam fornecer peças para G.F.Roskopf, porque seriam destinadas a relógios baratos
O relógio Roskopf foi mostrado na Exibição de Amsterdam (Holanda) em 1869 e ganhou medalha de prata.
Em 1870, Georges Roskopf introduziu um segundo modelo com mecanismo de ajuste: este relógio custava 25 francos. Tinha um número reduzido de peças, simplificado encaixe de escapamento e um aperfeiçoado sistema de dar corda. O escapamento foi montado em sua própria plataforma ajustável.
No grande tambor de corda, ele conseguiu o direito de usar a mola real (mola da corda) de Adrien Philippe (Patek Philippe), sistema no qual o relógio não pára quando se dá corda, logicamente ele pagou os direitos autorais para usá-la em cada relógio.
Em 1873, Roskopf transferiu seus negócios a Wille Freres e seu associado, Ch. Leon Schmid.
Quando Roskopf morreu, em 1889, um grande número de firmas reclamaram o direito de ser o sucessor de "Roskopf", mas Wille Freres já detinha os direitos da firma.
Wille Freres e Vve. Ch. L. Schmid já vinham usando a marca Roskopf anos antes da morte de G. F. Roskopf, com a sua permissão.
A partir dessa idéia, os relógios do tipo Roskopf foram se tornando populares na Suíça e várias companhias começaram a fabricar relógios com "Sistema Roskopf".
Com a intenção de serem realmente baratos, os mecanismos foram feitos por máquinas e não eram muito bem acabados.
Estes últimos mecanismos usam âncora com pinos e o escapamento não tem sua própria plataforma, enquanto que nos modelos fabricados desde 1868 sim, tinham a plataforma do escapamento ajustavel.
Tradução e comentários : Wilson Gomes de Oliveira - Paineiras - MG
Gostaria de agradecer ao Sr Roland Buser por gentilmente permitir a tradução do texto.
Fonte:
http://www.datacomm.ch/rbu/index.htmlRevisado por Flávio Maia