Vocês com certeza manjam de marketing mais do que eu, e o negócio é por aí mesmo. Esticando com o que o amigo Ogum comentou, tem marca que quer se inserir no mercado de luxo apenas puxando preço para cima. Com o acesso à informação hoje, o consumidor realmente exigente não é bobo e quando mete a mão no bolso, quer um produto de qualidade, inserido ou não na categoria de luxo. Logo, nenhuma marca sustenta preço alto sem qualidade por muito tempo.
Outro fenômeno que tenho notado é que há marcas que sempre tiveram qualidade e preço normal. Mas surgiram tantos concorrentes com produtos são inferiores que deu o direito à marca subir seu preço com boa justificativa e se posicionar numa categoria bem superior à que possuía.
Abraços!
Adriano
é, a confusão entre o caro e o raro tá dando lucro pra muita gente.
luxo é o raro, exclusivo pois é raro, não necessariamente caro. uma bicicleta com quadro feito sob medida, com soldas especiais nos tubos especiais de aço. sai mais barato que muita bicicleta de linha por aí. mas vc não encontra outra igual quando sai pra pedalar.
pois é, pra pensarmos bem, omega e rolex não são marcas de luxo. são caras para o padrão brasileiro, são bons relógios par ao euorpeu comprar. mas não são exclusivas. agora, um relógio da eva leube é luxo. como qualquer um dos membros da académie horlogère des créateurs indépendants.
não necessariamente são relógios caros quanto um rolex todo em ouro - ou são? mas são bem mais exclusivos.
aquela mega loja que adaslu abriu há alguns anos - antes de se descobrir o esquema estelionatário de sonegação - era a antítese do luxo. era apenas um grande supermercado de coisas caras.
mas deu lucro pra muita gente.
o consumidor de produtos de luxo tem dois perfís básicos:
o rico - seja o nobre do ancien régime ou ou nouveau riche - que consome coisas para afirmação de classe social, e num dado momento tem uma lista do "must have" cheia de produtos caros. se assemelhea a esse grupo os acendentes (classe média que compra um rolex com $$$ de um financiamento bancário, p. ex.).
o idiossincrático, que tem algum fetiche específico. não necessariamente é rico, mas direciona boa parte de sua renda para manutenção dum determinado gosto. é o jovem advogado que tem dois pares de sapatos apenas, mas os dois feitos sob medida. é o bike courier que usa um quadro de bicicleta feito sob medida num frame builder. normalmente é o "especialista", o "aficcionado" (e normalmente frequentador de fóruns de discussão.... hehehe). e junto a esse grupo, os profissionais do setor, não necessariamente endinheirados, mas conhecedores do setor.
são dois perfis de consumidores, e nenhum dos dois perfis gosta de comprar o que é objeto dessas compras numa máquina...
mas vai saber. de repente esse troço dá certo. ou não. vai se saber....