Bem, sou "charuteiro" assumido, sendo este na verdade meu segundo hobby, perdendo apenas para os relógios. Sou estudioso do assunto também, participo de confrarias, eventos, viagens e etc. Planejo ir à Cuba em 2011 para concluir a "formatura".
Já fumei mais, cerca de 8 charutos por semana, hoje, principalmente por motivos de tempo (ou melhor, a falta dele), fumo algo em torno de 4 por semana. Isso não conta charutos pequenos (como Toscanos) e nem cigarrilhas.
Bem, para quem quer começar, recomendo obviamente começar por charutos mais fracos. E isso significa que fatalmente os cubanos, mesmo os mais fracos, ainda serão fortes demais. Sugiro começar com nacionais fracos, puramente de fumo mata fina (sem mata norte), como os Daneman Artist Line. Aliás, nacionais mata fina só recomendo esses. Quando for optar por um nacional mais forte, vá para os Monte Pascoal, que estão excelentes, de longe, os melhores nacionais. Mas contém fumo mata norte, o que os deixa com mais "pegada" e por isso não recomendo para começar.
Ou comece com dominicanos fracos. Não significa que todo dominicano é fraco. Vide La Flor Dominicana Doble Ligero, um dos charutos mais fortes que há. Mas apenas que há opções de charutos fracos dominicanos, coisa que não há entre os cubanos, numa escala geral. Para não gastar demais como um Avo, Zino, ou Davidoff, recomendo o "Bundle Selection", produzidos pela Davidoff, mas sem nenhuma marca da Oetinger (empresa suíça dona da Davidoff, Avo, Zino, e recentemente da Camacho). São espetaculares, e muito baratos. E digo isso como um fumante assíduo de marcas da Oetinger, especialmente da Davidoff. Conheço quase todos os Davisoff e os fumo com frequência, especialmente os Grand Cru e os Rue de Rive nr.2, que são feitos para e vendidos exclusivamente na Davidoff de Genebra. E também fumo muitos "Bundle Selection" para o dia-a-dia e costumo sempre dizer que desafio alguém a fazer uma desgutação cega entre Bundle Selection e Davidoff Milenium Blend. Duvido alguém que saiba a diferença às cegas. O que prova que os Bundle são excelentes. E são todos de fumo inteiro (long filler) e não de fumo picado como os Private Stock, que são também uma segunda linha da Oetinger.
E para não morrer de vontade de fumar um cubano, experimente o Romeo Y Julieta Mille Fleur. É suave, muito aromático e fácil de fumar.
Importante não confundir cor de capa (folha mais externa) com a força do charuto. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. A capa tem apenas uma pequena influência sobre o aroma e não determina se o charuto é mais forte ou mais fraco, como pode-se pensar.
O tamanho também engana: não pense que o charuto menor é mais fraco. Recomendo para os iniciantes o formato "robusto", que é um dos mais clássicos. Mesmo que nao se consiga fumar um robusto inteiro no início, é melhor fumar um robusto do que tentar fumar um charuto menor, sob o risco do menor ser mais forte, mais apertado, e mais difícil de fumar. É melhor pegar um robusto e fumar o quanto aguentar. É normal que nao se consiga fumar o primeiro charuto completo.
Então o que escolher no charuto:
- nacionalidade, que pode ser nacional, cubano, dominicano, hondurenho, que são os principais.
- marca
- tamanho e formato, que possuem nomes específicos.
O resto é experimentar bastante e escolher o que mais agrada. Fuja, mesmo no início, de charutos de fumo picado, como aqueles de banca de jornal. Aquilo não é charuto e dará uma impressão errada. Quem quiser começar a fumar, recomendo que siga exatamente como falei. Não se aventurem em outras marcas e nos muito baratos.
Charuto de menos de R$ 10,00 não presta, sob nenhuma hipótese.
Esse é só o começo. Depois me extendo para os cachimbos também.
Abraços!
Adriano