Restauração sempre envolve algo subjetivo, que varia pra cada peça e a relação com a mesma. Principalmente a forma como foi adquirida, se foi em leilão, presente, herança...
Tenho dois relógios que estão, digamos, sofridos: um Oriente três estrela e um Tissot Militar automático bumper.
O Oriente foi meu primeiro relógio mecânico. Foi comprado por mim, novo, quando tinha 12 anos de idade. Na ocasião meu irmão também comprou um (ele tinha 9 anos). Lembro que custou R$80,00 cada um. O dinheiro para esses relógios nós conseguimos vendendo uma porca gorda (é gente,
vivi na roça e
da roça alguns anos) que ganhamos, quando ainda era leitoa, de um tio que já não temos. Resumo: esse relogio não tem preço. Possui alguns arranhões que são suas cicatrizes e ficarão nele para contar sua história. Intervenção estética nesse relógio está fora de cogitação.
Já o Tissot foi adquirido no ML no estado que se encontra. Não sei nem quem o usou. Os lumes dos ponteiros estão escurecidos, o plaquê da caixa está desgastado, a coroa e o vidro são genéricos. O mostrador está impecável (ufa!
. Esse relógio está à espera de restauração completa. Quero vê-lo como novo porque gosto do modelo e é o relógio mais confortável que tenho.
Embora ambos estejam feios para quem os vê, pra mim, o estado de um é de relógio usado, do outro é de relógio velho. Percebem a sutileza?
Não gosto de usar relpógio "surrado", por isso os dois ficam guardados. Apenas dou-lhes vida uma vez por semana.
Depois de restaurado o Tissot entrará em uso.
Abraço!