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Posts - flávio

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Encerrando a análise do estudo da Morgan Stanley sobre o mercado suíço em 2023, é importante ressaltar o desempenho da Omega, que pela primeira vez foi desbancada no ranking de faturamento pela Cartier. A Omega, com um desempenho 4% maior do que 2022, alcançou 2,6 bilhões de francos em faturamento, ao comercializar 570 mil relógios. A estratégia atual da marca é tentar uma maior penetração das linhas Seamaster e Speedmaster na China, da qual seu faturamento depende em 29%: a linha da Omega com maior número de produtos vendidos no oriente é a Constellation. O sucesso da Cartier, com 3,1 bilhões em faturamento (+8% e 660 mil relógios vendidos), deve-se a uma linha composta majoritariamente por produtos icônicos, além da excelente penetração no mercado feminino. Aliás, se as joias vendidas pela Cartier forem computadas, seu faturamento atinge a cifra dos 10,7 bilhões de francos. O sucesso da Hermès também pode ser explicado pelo grande interesse do público feminino, sobretudo chinês e coreano, que enxergam na marca a epítome do status. A obsessão das mulheres chinesas e coreanas por bolsas de grife é a mola propulsora deste crescimento, uma vez que a aquisição de tais itens normalmente é feita através da “venda casada” com relógios. A Breitling, exemplo de gestão na indústria, também passou a focar o público feminino, que hoje representa 20% de suas vendas: a contratação de Charlize Theron e Victoria Beckham como embaixadoras da marca é um exemplo disto. Finalmente, 2023 já é considerado o ano dos relojoeiros independentes, que pela primeira vez figuraram na lista das 50 empresas com maior faturamento, muito embora com participação global no mercado risível, se comparados aos grandes grupos (FP Journe faturou 98 milhões, com 37º lugar na lista; Moser 91 milhões, 38º lugar; Greubel Forsey 50 milhões, 49º lugar). Os estudos anuais da Morgan Stanley sobre o mercado costumam ser criticados pela falta de transparência na coleta de dados e conclusões baseadas em suposições. Aliás, o Swatch Group manifestou-se recentemente no sentido de os dados estarem equivocados. De qualquer maneira, prestam-se à discussão de uma indústria tão complexa como a dos relógios suíços.



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Fórum principal / Indústria suíça em 2023 parte 3
« Online: 25 Março 2024 às 17:44:42 »
Além de uma visão global da indústria, o estudo publicado ano a ano pela Morgan Stanley também costuma analisar individualmente as marcas mais relevantes. Afinal, das 350 marcas existentes, apenas Rolex, Cartier, Omega e Patek, juntas, dominam 50% do mercado (as 25 empresas com maior faturamento representam 90% do mercado). Entre as marcas, a Rolex é a indiscutível líder: seu faturamento é maior do que o das outras 5 maiores marcas em conjunto! A tendência é que a Rolex, que possuía toda sua distribuição realizada através de terceirizados, passe a atuar de forma mista: a aquisição da Bucherer, que pode vir a gerar cerca de 7.5% do faturamento da marca no curto prazo, é um exemplo. Se a Rolex possuísse, a exemplo da Richard Mille, um canal de distribuição integrado através de boutiques próprias, seu faturamento seria muito maior, na casa dos 15 bilhões de francos. A Richard Mille, aliás, é o maior caso de sucesso da história da relojoaria, com margens de lucro de cerca de 50%, sem paralelo na indústria do luxo. Com um crescimento de 18% em 2023, nas palavras da Morgan Stanley, a marca está num “círculo virtuoso no qual a lucratividade aumenta desproporcionalmente ao número de produtos vendidos, que é relativamente estável (cerca de 5500 relógios por ano)”. Na “tríade sagrada” da relojoaria suíça, a Patek incrementou seu faturamento em 14%, impulsionada pelo maior controle dos seus canais de venda (descredenciamento de vários revendedores) e encerramento da produção de modelos, com relançamento posterior com alguma “inovação” a justificar o constante aumento de preços. A Audemars Piguet também reduziu drasticamente seus pontos de venda (de 470 para 81) e em apenas 10 anos quadruplicou seu faturamento. Vacheron Constantin ultrapassou, pela primeira vez, 1 bilhão de francos em faturamento (+18%), certamente impulsionada pela grande procura pelos relógios das suas concorrentes diretas, AP e Patek. Resta saber se este crescimento será constante, uma vez que seus produtos costumam não reter valor no mercado secundário, o que impacta o desejo do consumidor em adquirir o bem.




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Fórum principal / Indústria suíça em 2023 - parte 2
« Online: 22 Março 2024 às 16:00:01 »
Conforme ressaltado na postagem anterior, a indústria suíça de relógios caracteriza-se pela concentração. Os 4 maiores conglomerados suíços, com efeito, dominam 75% do mercado: Rolex com 31,9%, Swatch Group 19,4%, Richemont 18,7% e LVMH 5.8%. O faturamento do Swatch Group e Richemont, por sua vez, com grande portfólio de marcas, é diretamente impactado pela performance discrepante de cada uma das suas manufaturas. No Richemont, por exemplo, Lange & Sohne, Vacheron Constantin, Cartier e Van Cleef & Arpels apresentaram bons resultados. A Cartier, aliás, superou a Omega pela primeira vez na história (7.54% vs 7.49% do mercado). No entanto, o faturamento global do conglomerado foi afetado pelo desempenho ruim da IWC (-13%), o que é explicado no estudo por uma política desproporcional de preços da marca: a Omega, sua concorrente direta, por exemplo, oferece produtos tecnicamente mais avançados e com melhor preço. O Swatch Group também tem problemas causados pelo seu grande portfólio de marcas. Apesar de Tissot e Swatch terem tido bom desempenho (somente o Moonswatch gerou 480 milhões de francos para o grupo), o Swatch Group se mostrou como o maior “doador” de fatia de mercado para outros grupos, sobretudo Rolex. A realidade é que o Swatch Group depende muito da Omega, que gera cerca de 60% de seu faturamento. Empresas outrora relevantes, como Breguet, atualmente representam pouco dentro do conglomerado. E mesmo entre as empresas mais lucrativas do grupo, como a Longines, há problemas estruturais a serem superados: a marca, por exemplo, teve uma queda de 6% em seu faturamento, o que é explicado pela extrema dependência do mercado chinês (65% da sua produção é vendida na China), que só agora demonstra sinais de reaquecimento. Os conglomerados com número pequeno de empresas também tiveram seus “problemas”: no grupo Rolex, por exemplo, a Tudor teve sua primeira queda de faturamento (-4%) desde 2017! E o fato por ser explicado por fatores atribuídos à sua empresa irmã, a Rolex. Com a queda de preços da Rolex no mercado secundário e maior disponibilidade no regular, o consumidor se volta para esta marca em vez da Tudor.



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Fórum principal / O estado da indústria suíça em 2023
« Online: 20 Março 2024 às 16:04:40 »
Pelo 7° ano consecutivo, a empresa de consultoria Morgan Stanley, em parceria com a LuxeConsult, disponibilizou um profundo estudo sobre o mercado relojoeiro suíço. As tendências verificadas em 2022 persistiram e intensificaram-se: incremento da polarização, com as maiores empresas adquirindo parcelas cadas vez mais expressivas do mercado; e a “premiumização”, a criação de produtos mais caros e que reflitam a posição social do consumidor. Indicarei em uma sequência de postagens os mais relevantes dados extraídos da pesquisa. É importante ressaltar, inicialmente, que os smartwatches, ao contrário do propalado há alguns anos, pouco impacto tiveram sobre a indústria suíça de relógios como um todo: com a reabertura do mercado chinês, a Suíça ultrapassou, pela primeira vez, a barreira de 50 bilhões de francos em vendas em 2023, um crescimento de 8%. Duas exceções à “premiumização” foram verificadas: a Swatch teve o maior crescimento entre todas as empresas analisadas (faturamento 63% maior) e contribuiu com 75% do aumento de volume de vendas de toda indústria (900 mil unidades a mais); a Tissot, por sua vez, aumentou em 14% o seu faturamento, impulsionada pela linha PRX (60% de seu crescimento se deve a esta linha específica). Rolex, Audemars Piguet, Patek e Richard Mille subtraíram parcela de mercado de todas as outras empresas, intensificando a polarização: elas respondem sozinhas por 43,9% de todo faturamento da indústria. Os grandes grupos (Richemont, LVMH e Swatch) foram os maiores “doadores” de parcela de mercado, em virtude da performance discrepante de suas marcas. Swatch, Tissot, Vacheron Constantin e Cartier, por exemplo, tiveram bom desempenho; por outro lado, IWC, Panerai, Jaeger Le Coultre e Piaget não, o que impactou o faturamento total dos grupos aos quais pertencem. A Rolex se mostrou como a principal ganhadora de fatia de mercado das demais, ultrapassando, pela primeira vez na história, 10 bilhões de francos em faturamento. Seu domínio de mercado (30,3%) é algo sem precedentes na indústria do luxo (a título de exemplo, a Louis Vuitton, considerada exemplo de concentração o mercado de luxo, detém “apenas” 19% de todo mercado de bolsas).





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Fórum principal / Re:Longines Ultra Quartz
« Online: 15 Março 2024 às 11:11:17 »
Não acho que esses movimentos "elétricos" com balanço tenham grande relevância, salvo os Hamilton, que foram os primeiros (e eram uma porcaria em durabilidade, reza a lenda). A Elgin, salvo engano, também fabricou movimentos elétricos muito antes da Seiko e Citizen, com mesmo conceito da Hamilton, embora com o funcionamento "invertido": numa marca os eletroimãs movimentavam o balanço, noutra, os eletroimas estavam no balanço.

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Fórum principal / Re:Rolex Submariner Data 41mm
« Online: 13 Março 2024 às 08:19:59 »
Muito melhor.

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Fórum principal / Re:Relógios pneumáticos de Paris
« Online: 08 Março 2024 às 16:30:55 »
No Youtube. Há alguns artigos também na rede. Se e somente se você não for um bot hahahahaha Mas enfim....

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Fórum principal / Re:Longines Ultra Quartz
« Online: 08 Março 2024 às 11:37:15 »
Na verdade os Beta 21 (dois um, não vinte e um como o 99.99999% do povo fala) estão em outro patamar tecnológico, o circuito era integrado, o da Longines não, um monte de resistores, transistores, etc, todos soldados à mão. O conceito também era diferente: no Beta 21, a frequência chegava ao motor vibratório a 272 hz, já dividida, no Longines não, motor vibratório tinha sua frequência e quartz outra, e este corrigia a do outro.


Flávio

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Fórum principal / Re:Longines Ultra Quartz
« Online: 06 Março 2024 às 22:50:52 »
Bateria acima à direita, frequência aproximadamente 9khz no quartzo, 170 no motor vibratório

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Fórum principal / Longines Ultra Quartz
« Online: 06 Março 2024 às 15:16:47 »
Texto publicado agora no Instagram

Em 1927, enquanto trabalhavam nos laboratórios da Bell Telephone para criar um método confiável para determinação de frequências de transmissão de rádio, Warren Marrison e Joseph W. Horton acidentalmente fabricaram o primeiro relógio a quartzo da história: ao utilizarem um circuito eletrônico para dividir a frequência de um oscilador a quartzo, eles conseguiram acionar um motor síncrono que movimentava ponteiros. No entanto, o aparelho, que funcionava com válvulas, ocupava o volume de um aposento. O relógio a quartzo de pulso, assim, já existia como conceito, bastando “apenas” reduzir o tamanho do modelo de Marrison a míseros 3 cm³... As empresas suíças de relojoaria se interessaram pela tecnologia pouco tempo depois, sendo que Omega e Longines cronometraram os Jogos Olímpicos de 1952 com relógios a quartzo de fabricação própria. Em 1954, a Longines obteve o recorde de precisão nas competições de cronometria de Neuchatel, com um relógio a quartzo pouco maior do que uma caixa de sapatos. O próximo caminho era a miniaturização do modelo. Em 1964, a Longines firmou uma parceria com a empresa de engenharia eletrônica Bernard Golay, com o intuito de fabricar um relógio de pulso. Em 1967, no entanto, o CEH, que inclusive era patrocinado pela Longines, apresentou o 1° protótipo de relógio de pulso da história (Beta 1) que, submetido às competições naquele ano, pulverizou todos os recordes. O modelo, porém, utilizava um divisor de frequência flip-flop. O sistema em desenvolvimento pela Longines, muito mais simples, não utilizava divisores de frequência e, em tese, poderia ser produzido em massa em menor tempo. Então, apressou seu desenvolvimento e, em 20 de agosto de 1969, 4 meses antes do Seiko Astron e 8 meses antes do Beta 21, apresentou ao público o “Ultra-Quartz”, o “primeiro relógio a quartzo comercializado do mundo”. Em 2010, em um canto obscuro do Museu de Relojoaria de La Chaux de Fonds, deparei-me com algo de que nunca ouvira falar, um módulo do “Ultra-Quartz”, um emaranhado de componentes eletrônicos soldados à mão. A realidade é que a marca só conseguiu comercializar os primeiros modelos em 1971, transformando-o em um rodapé na história da relojoaria….





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Fórum principal / Re:Relógios pneumáticos de Paris
« Online: 29 Fevereiro 2024 às 12:01:27 »
Nunca tinha ouvido falar também. Um cabra enviou-me um direct a respeito no Insta, e guardei para eventualmente fazer alguma pesquisa e depois escrever sobre o assunto, sobretudo porque parece um troço completamente fora da casinha, numa época na qual, por exemplo, Londres já usava (meia bomba o sistema, diga-se...) cabos telegráficos para isso.

Flávio

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Atualizando o tópico. Saiu ontem no The Sunday Times toda querela envolvendo a Cousins e o o SwatchGroup: a questão vai aos tribunais britânicos nesta semana.

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Fórum principal / Como ajustar os diferentes tipos de calendário perpétuo?
« Online: 23 Fevereiro 2024 às 12:43:13 »
Excelente vídeo publicado recentemente pelo Tim Mosso, ajustando vários tipos de calendários:

- Patek, o tradicional, com a necessidade de prestar atenção nas horas de ajuste e com necessidade de utilizar chave para acionadores;
- IWC, mecanismo engenhoso que pode ser ajustado somente pela coroa, muito embora só ande para frente (se você errar a data para mais, tem que esperar o dia chegar com o relógio parado...) e necessite também de horário especial para mudança dos parâmetros
- Ulysse Nardin, tudo pela coroa, para frente e para trás, sem horários e o relógio ainda leva em conta os erros do calendário gregoriano
- Moser: Idem, mas mais simplificado ainda, já que só mostra ao usuário o que ele precisa saber, dia e mês


https://www.youtube.com/watch?v=5aZ8_P9Ecas&t=82s

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Isso a Breitling não fará, pois ela comprou um NOME, já que a fábrica da Universal sequer existia mais (não que eu saiba), e provavelmente todo repositório técnico (até 2009, salvo engano, a UN tinha calibres com microrotor em seu portfólio, que com certeza a B. usará). Mas lembrem-se que a Breitling já absorveu uma marca, no caso a Kelek, que ainda operava... Isso foi em 1998, salvo engano.

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O único X da questão aí é que o Kern disse que a Universal seria posicionada ACIMA da Breitling em seu portfólio, o que faz sentido num grupo, mas não nas raízes históricas da marca... Aguardemos.

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Fórum principal / Re:Vendo um filme e… tchãaann
« Online: 16 Fevereiro 2024 às 16:08:25 »
Sim, só depois que se repetiram percebi que eram um bot. Dois, aliás. Bani dois usuários robôs

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Só agora percebi, e por isso deixo aqui o tópico, que houve a invasão de bots aqui. Bani o usuário. Vou acompanhar...

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Fórum principal / Re:O futuro dos relógios mecânicos: ameaça ou oportunidade?
« Online: 15 Fevereiro 2024 às 13:09:24 »
Caro Daniel, tive que dividir o tópico mais uma vez, eis que a pergunta foi feita dentro de discussão já existente, alheia à pergunta.

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A pergunta foi postada em local errado, por isso dividi o tópico. Há um tópico chamado "relógios chineses" que aborda a questão.

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Com o avanço tecnológico, surgiram os smartwatches e outros dispositivos que podem mostrar as horas. Isso afeta a apreciação e valorização dos relógios tradicionais? Os entusiastas consideram a tecnologia uma ameaça ou uma oportunidade de inovação? Como essa influência afeta o mercado de relógios e a comunidade relojoeira?



Vou tentar responder da forma mais rápida possível: smartwatches e relógios de luxo não são o mesmo produto e sequer competem entre si. Aliás, há uns 10 anos, quando a discussão começou aqui no FRM e na midia, o medo era que as fábricas de entrada, como Tissot, etc, pereceriam na competição com os smarts, mas o que se viu foi que elas se reinventaram e, hoje, existem um mercado tanto para um quanto para outro.

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