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Os calibres Omega série 1000

Iniciado por flávio, 30 Setembro 2021 às 17:53:03

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flávio

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[5:40 PM, 30/09/2021] flavio maia: No final da década de 1960, a Omega encontrava-se em um impasse diante dos concorrentes e novas tecnologias: como incrementar a competitividade e reduzir custos? Na época, a marca utilizava os mecanismos produzidos em massa que eram considerados os melhores do mercado, a série 500. Equipados com balanços monometálicos em Glucydur, baixa frequência (19800 bph), reguladores "pescoço de cisne" e excelente acabamento, superavam a concorrente Rolex em número de certificados de cronômetro emitidos.
Em 1968, sob a batuta de Kurt Vogt, a Omega lançou seus novos movimentos, a série 1000. Com balanços de alta frequência (28800 bph), a fábrica buscava manter a performance dos antigos calibres 500, embora reduzindo custos. Foram eliminados os reguladores "pescoço de cisne", o acabamento em cobre folheado e outras decorações. A mudança foi um desastre... As rodas reversoras danificavam-se rapidamente, em virtude de um erro de projeto, e os relojoeiros não estavam preparados para as novas exigências de lubrificação de um mecanismo de alta frequência. Em 1972, para solucionar estes problemas, a Omega reprojetou o mecanismo, lançando ao mercado as séries 1010 à 1022. Embora considerados "feios" para os padrões da Omega, tornaram-se um sucesso. Foram fabricados cerca de 1.5 milhão de unidades até 1984, quando a marca, abalada financeiramente após a "Crise do Quartzo", passou a utilizar mecanismos da ETA.
Em 1997, meu avô batalhava contra um câncer quando resolvi visitá-lo no hospital. Desiludido e com a voz fraquinha, chamou-me até seu leito e disse: "o Omega Constellation que ganhei na aposentadoria e está no cofre, quero que fique com ele...."
Meu avô faleceu poucos dias depois e guardei a confidência só para mim por alguns meses, até que acabei relatando o fato à minha mãe. Ela, pessoa que não sabe guardar segredos, contou à minha avó... Certo dia, com um brilho nos olhos, ela entregou-me o relógio e disse: "seu avô fazia questão que ficasse com você". O relógio, um Constellation "C" fabricado em 1973 e equipado com um movimento 1021, foi o estopim do meu interesse pela relojoaria....



DonPepe

Citação de: flávio online 30 Setembro 2021 às 17:53:03
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[5:40 PM, 30/09/2021] flavio maia: No final da década de 1960, a Omega encontrava-se em um impasse diante dos concorrentes e novas tecnologias: como incrementar a competitividade e reduzir custos? Na época, a marca utilizava os mecanismos produzidos em massa que eram considerados os melhores do mercado, a série 500. Equipados com balanços monometálicos em Glucydur, baixa frequência (19800 bph), reguladores "pescoço de cisne" e excelente acabamento, superavam a concorrente Rolex em número de certificados de cronômetro emitidos.
Em 1968, sob a batuta de Kurt Vogt, a Omega lançou seus novos movimentos, a série 1000. Com balanços de alta frequência (28800 bph), a fábrica buscava manter a performance dos antigos calibres 500, embora reduzindo custos. Foram eliminados os reguladores "pescoço de cisne", o acabamento em cobre folheado e outras decorações. A mudança foi um desastre... As rodas reversoras danificavam-se rapidamente, em virtude de um erro de projeto, e os relojoeiros não estavam preparados para as novas exigências de lubrificação de um mecanismo de alta frequência. Em 1972, para solucionar estes problemas, a Omega reprojetou o mecanismo, lançando ao mercado as séries 1010 à 1022. Embora considerados "feios" para os padrões da Omega, tornaram-se um sucesso. Foram fabricados cerca de 1.5 milhão de unidades até 1984, quando a marca, abalada financeiramente após a "Crise do Quartzo", passou a utilizar mecanismos da ETA.
Em 1997, meu avô batalhava contra um câncer quando resolvi visitá-lo no hospital. Desiludido e com a voz fraquinha, chamou-me até seu leito e disse: "o Omega Constellation que ganhei na aposentadoria e está no cofre, quero que fique com ele...."
Meu avô faleceu poucos dias depois e guardei a confidência só para mim por alguns meses, até que acabei relatando o fato à minha mãe. Ela, pessoa que não sabe guardar segredos, contou à minha avó... Certo dia, com um brilho nos olhos, ela entregou-me o relógio e disse: "seu avô fazia questão que ficasse com você". O relógio, um Constellation "C" fabricado em 1973 e equipado com um movimento 1021, foi o estopim do meu interesse pela relojoaria....


Difícil saber o que é mais bonito: o relógio ou a história! Parabéns pela peça. Aproveite-a com saúde e com as boas memórias do avô!

Arriba!!


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Devenalme Sousa

História muito legal, Flávio.

Eu não costumo gostar de relógio dourado, mas esse Omega do seu avô é muito lindo. Até o movimento do bicho é bonito.

Espero que dure mais algumas gerações.

fbmj

Mesmo o mais feio da Omega ainda consegue ser mais bonito que os da Rolex kkkk

cass

QUANTO MAIS AUMENTA-SE  NOSSO CONHECIMENTO, MAIS EVIDENTE FICA NOSSA IGNORÂNCIA.

Adriano

Detalhe: esses calibres são MUITO precisos. Claro, por serem antigos, você vai encontrar exemplares gastos, mexidos por curiosos... aí a precisão vai para o brejo. Mas quando estão em ordem, são incrivelmente precisos.

Abs.,

Adriano

DonPepe

Tenho esse Deville 166.051 com calibre 1002 que herdei do avô da minha esposa há exatos 10 anos atrás.
Estava bem detonado e ficou em condição de novo após uma revisão e restauração na Watchtime.
Posso dizer que esse relógio foi o que me despertou a curiosidade pelo assunto.



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DonPepe




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