Novos Tudor Black Bay Ceramic

[flávio]

Como o próprio nome diz, a caixa em cerâmica é totalmente preta, assim como o movimento. Aliás, o movimento com o acabamento preto ficou muito melhor visualmente falando do que o padrão, com seu acabamento industrial estilo Seiko de entrada... Eu sinceramente não sou fã de relógios em cerâmica, quanto mais pretos, mas tenho plena consciência de que o mercado os adora, basta ver a profusão de modelos que surgiram nos últimos anos. Abstraindo meu gosto pessoal, curti esse novo Black Bay.

E ainda tem uma questão técnica útil para o usuário, a certificação METAS. Para quem não se lembra, o governo suíço se uniu ao Swatch Group e, em 2015, apresentou uma nova certificação, aplicada nos relógios da Omega, que ia além do tradicional COSC. E creiam, não era apenas uma propaganda furada da Omega, porque não só os relógios tinham que passar por todos os requisitos do COSC, como também serem muito resistentes ao magnetismo (e eu já tive relógio adiantando DEMAIS por conta de magnetização, um Cricket). Quando digo resistentes, digo muito resistentes, 15 mil gauss (os 1000 gauss do Rolex Milgauss parecem piada ao olhar esse requisito). Mas não só... Ao contrário do COSC, que testava (e testa) apenas movimentos, a certificação METAS incluía testes realizado com o relógio montado, nas condições que o usuário o encontraria na loja, inclusive resistência a choques e água. Tudo isso só foi alcançado porque a Omega praticamente criou um modelo de produção que permitia apenas os seus relógios a passarem nos testes (a Omega passou a usar espiral em silício, pivôs do balanço, antichoque e ponte da roda de escape em uma liga antimagnética (Nivagauss, liga proprietária).

E não é que e Tudor, marca de uma empresa rival da Omega, agora também passou a certificar seus relógios pelo METAS? Tudo bem que a certificação, vou repetir para deixar claro, não é DA OMEGA, mas governamental, mas a Omega participou do seu desenvolvimento, tanto é que o nome oficial dado ao certificado é... Master Chronometer, algo que me lembra... A Omega...

Para o consumidor, que se dane, é um produto melhor. Mas que eu acharia estranho um Rolex, no futuro, ter a inscrição Master Chronometer no mostrador, ah!, eu acharia! Mas eles não farão isso, o Superlative Chronometer está tão vinculado à história da Rolex como o... Master Chronometer está no nome da Omega... Ou da Tudor?


Vejam só.


https://www.hodinkee.com/articles/the-tudor-black-bay-ceramic-the-first-metas-certified-tudor

https://www.ablogtowatch.com/tudor-black-bay-ceramic-master-chronometer-watch/

https://watchesbysjx.com/2021/05/tudor-black-bay-ceramic-m79210cnu.html


Ps. Eu não sei se a Tudor modificou mais alguma coisa no escapamento para passar nos testes, pois de acordo com o material publicitário, o movimento é o mesmo, apenas com cor diferente (o movimento da Tudor já tinha espiral em silício). Curioso... Ninguém dos blogs gringos tocou neste assunto, mas acho estranho o movimento não ter algo "a mais", se a Omega teve que colocar pivôs, antichoque, etc, em materiais diferentes, por que não a Tudor? Ninguém tocou neste assunto. Mas fiquei curioso...