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Sobre turbilhões e outras coisas...

Iniciado por flávio, 20 Fevereiro 2022 às 11:45:31

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flávio

Texto em português publicado na Espiral do Tempo, vale a leitura

https://espiraldotempo.com/um-turbilhao-na-historia-do-tempo/

Ps. Eu sinceramente não sei de onde tiraram essa informação a respeito da variação de marcha abaixo, acima e aos 220 graus... Eu não sou um cara da bancada, como sabem, mas eu sinceramente nunca ouvi falar nisso... A variação de marcha em posições tem muito mais a ver com o ponto de fixação da mola à virola (o centro do balanço) do que outra coisa. Mas enfim... Se alguém conseguir desenvolver este tema, agradeço, porque não me parece correta a afirmação no texto.

helio

Faz decadas que esta "complicação" (entre aspas porque no sentido puro da palavra não adiciona nenhuma função ao relógio e para muitos já perdeu a função com o advento do relógio de pulso, virando pura nostalgia, mas PQP é linda) se tornou o graal das empresas de relojoaria, calibre normais acessiveis a mortais, como o ST8000 fabricados pela Sea-Gull, teriam alguma qualidade? Pergunto porque hoje eles são encontrados montados na faixa dos $600.00 (Preço de um Orient Posseidon em Titanio ::)), existem ainda versões chinesas de carroseis funcionais com calibres desconhecidos por metade disto ::). Lembro que este mesmo calibre da Sea-Gull que citei não era encontrado por menos de $1,000.00 num passado não tão distante. Pergunta vale a pena como mata "T" ou seria apenas jogar $$$ no lixo.
[]s

flávio

Descobri agora, por acaso, buscando informações sobre outro tema, onde o autor tirou a informação sobre os 220 graus: é da obra The Theory of Horology.
Ô tio! Você interpretou o conteúdo de forma errada. O texto diz claramente que, em um exemplo hipotético, foi adicionado um ponto de desequilíbrio no balanço e, no exemplo, por acaso a amplitude é de 220. No exemplo! Vejam só



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flávio

Voltei de novo em alguns artigos e sim, os erros posicionais realmente se equilibram aos 220 graus, como dito no artigo original. Fui precipitado... Porém, estou procurando aqui o motivo disso... Tenho que pesquisar mais... Se alguém da bancada souber a teoria por trás disso, agradeço.

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Adriano

Não é complicado, patrão. O que ocorre é que na prática, 220° é aproximadamente 1 1/4 de volta do balanço em seu funcionamento habitual (que nunca chega a 360°).

Se você pensar que convencionamos que as posições verticais são 4, separadas por 90°, um desbalanceamento a cada 1/4 de volta, por 4 vezes, vai se anular.

Outra coisa: o que você falou sobre a posição da virola, ela é o que mais influencia as diferenças posições verticais. Depende. Isso é verdade EM PROJETO. É algo intrínseco do sistema de balanço e espiral e que você não tem como fugir. Quiçá, driblar. Mas não foge. E por isso tem que decidir isso quando está projetando um mecanismo.

Uma vez projetado, você não muda mais isso. Isso é problema do mestre relojoeiro/engenheiro. Ou seja, para o reparador/ajustador, isso na verdade é irrelevante pois não há nada que possa ser feito a respeito.

Em contrapartida, para o reparador, entra aí a correção/compensação/drible dos "defeitos" intrínsecos das pequenas imprecisões de fabricação que TODOS os relógios tem. Nenhuma peça é perfeitamente idêntica às suas dimensões teóricas e é por isso que falamos em tolerâncias.

Mas igualmente, aí não é mais problema do projetista, mas do reparador. E aí entra um mundo de coisas que afetam o desempenho posicional entre as verticais e entre verticais e horizontais.

Mas voltando ao assunto, um desses defeitos é um balanço desequilibrado, por ter algum lado de seu aro ou seu conjunto com mais peso, deslocando o centro de gravidade para fora do seu centro geométrico (que é exatamente o centro do seu eixo).

Quando o peso extra está abaixo do centro geométrico, a tendência é acelerar a marca. Por que? Porque esse peso favorece a aceleração pela gravidade. Tal como um pêndulo. Imagine isso na sua cabeça. O balanço se torna um pêndulo. Conforme esse pêndulo começa a oscilar acima de seu eixo, ele começa a desacelerar, já que estará brigando contra a gravidade que o puxa para baixo enquanto ele quer subir.

Logo, então, o peso abaixo do centro geométrico acelera o balanço. Acima dele, desacelera. E exatamente no mesmo plano, à direita ou esquerda, não tem efeito.

Desse modo, em amplitudes baixas, abaixo de 180° principalmente, quando o peso extra não passa de meia volta, os erros se exarcebam, mas vão diminuindo até se neutralizarem a 220° e depois começarem a aparecer de novo. Mas com menos intensidade. Porque o momento elástico da espiral começa a entrar em jogo muito mais do que em baixas amplitudes.

Tanto que uma das técnicas (que eu prefiro) para encontrar o ponto pesado para meter broca nele (e fazer o famoso "equilíbrio dinâmico"), é procurar por ele com amplitude de 160° aproximadamente. As diferenças posicionais ficam muito evidentes e fica fácil achar o ponto pesado.

Abs.,

Adriano


Adriano

Aqui, retirado do livro "Watch Adjustment", de Hans Jendritzki. Gentilmente emprestado para mim pelo Igor há uns 50 anos atrás mas está comigo até hoje (cuidado com muito carinho).

Abs.,

Adriano

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flávio

Valeu, agora entendi. Bicho, olha que coincidência... O que me fez voltar neste tópico foi um artigo que estava lendo no qual... Uma imagem diz mais que palavras...



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Adriano

Show! E que livro é esse aí?

Abs.,

Adriano

flávio

Bem legal.



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Adriano