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Escutando e diagnosticando

Iniciado por prgarcia, 24 Agosto 2010 às 09:47:06

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prgarcia

Saudações.

Certa vez, um relojoeiro afirmou-me que, para um bom profissional, a auscultação era um meio de diagnóstico de vários problemas em um mecanismo.

Embora não seja relojoeiro, percebi,  estes dias, só escutando, que uma de minhas peças provavelmente estava com algum problema: o timbre do impacto das leveés contra o dente do escapamento mudava constantemente.

Não estou falando em "rebatida" ou problemas de sincronismo no trabalho do escapamento e da levée.
Estou falando de mudança de timbre: com o relógio em posição horizontal o timbre do impacto,  um som claro e cristalino por vezes tornava-se um som "seco" e curto.
Olhei atentamente a roda de escape e as levées da âncora e nada de anormal encontrei. ???

Ficou a dúvida: essa mudança de timbre, com o relógio na mesma posição, é sintoma de qual problema?

Um abraço.
Garcia.


igorschutz

É verdade sim que dá para fazer um bom diagnóstico e detectar uma série de problemas com o escapamento pelo som, afinal é assim que aparelhos como o Vibrograf e os Witschi trabalham. Porém, o sujeito tem de ser muito bom de ouvido para, sem o uso de qualquer aparelho, detectar problemas no mecanismo.

Sou um pouco cético, e não acreditaria se um relojoeiro me dissesse que consegue diagnosticar apenas com o ouvido nu, a não ser que o escapamento esteja com um problema muito evidente.
De qualquer modo, preferiria "passar" o relógio num Witschi.

Um abraço,

Igor
Opinião é como bunda: todos têm a sua. Você dá se quiser.
Opinião é como bunda: você dá a sua e eu meto o pau.

NÃO ACREDITE NO QUE 'FALAM' AQUI, ESTUDE BEM E TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES

Alberto Ferreira

Salve!

Muito bem observado, Garcia.

A auscultação foi, e ainda é, um importante meio de fazer, ou iniciar, um diagnóstico.
Na Medicina, na Mecânica de Automóveis, e na Horologia... Os exemplos são vários.

As ferramentas, certamente evoluíram e se sofisticaram.
Mas não está distante o tempo em que um bom mecânico, antes de desmontar algo, auscultava o motor com um simples "bastão" apoiado no bloco, etc.

E nem os médicos de hoje "deram alta" para os seus estetoscópios.

Se hoje há tomógrafos, sofisticados "vibrograf´s" e etc, o diagnóstico mesmo continua sendo feito pelo especialista, que é quem em última análise interpreta os "dados".

Vamos ver se um dos nossos colegas profissionais pode responder à interessante pergunta que o amigo fez.

Abraços a todos!
Alberto

prgarcia

Alberto e Igor.

Agradeço a participação de ambos.

Se Deus quiser, daqui há 15 dias estou com a versão chinesa do Witschi em mãos (um Acetimer) e aí abandono o "estetoscópio" e parto para o "diagnóstico por imagem" ;D ;D 8)

Abraços.
Garcia

Cigano

Muito boa essa aula, é vivendo e aprendendo, sempre faço isso nos relógios, mecânicos ou não!! rsrss!

Citarauscultava o motor com um simples "bastão" apoiado no bloco, etc.

Isso me fez lembrar de um episódio que vi esses dias ao levar o carro na auto elétrica, quando dei a partida no carro, o eletrecista, escutou algo de estranho no alternador, e lá veio ele com um bastãoque ele usa de apoio para esticar as correias, ele colocaou ele no alternador com motor ligado e com amão apoiada na outra ponta colocou o ouvido, ele disse " - os rolamentos já era", não botei muita fé na coisa, e pedi para abrir e, na minha frente ele sacou os rolamentos danificados, que já estavam fazendo milágres para manter o resto em funcionamento!!
Fiquei penssando na imagem que vi, por alguns dias!!rsrs
Abraços,
Cigano!