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Desmontando um Rolex 3135

Iniciado por MVasconcelos, 06 Março 2011 às 22:57:16

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flávio

Olhem, existe acabamento funcional e estético. A Patek possui excelência nos dois. Sobre ponte de balanço e balanço completo da Patek, mostrado em detalhes na foto. Vejam que não há acabamento perolizado na parte que se encaixa à platina, mas os pinos estão perfeitos. Eu acharia estranho se houvesse, e explico: se você aplicar perolizado nessa peça tão crítica, retirará massa do local e fatalmente o desalinhará. Na verdade, num bom balanço, você nunca encontrará decoração onde ela não vai aparecer (e aí não vai mesmo, porque depois de parafusado, enccaixa-se sobre outra peça). Mas vejam, por exemplo, que todas as bordas da peça são chanfradas, inclusive os buracos para os parafusos. Na minha opinião, mesmo tão aumentado assim, o acabamento é imaculado. O que achei estranho, comparando-se, por exemplo, a Pateks antigos, é que nesses a parte de baixo da roda balanço também era polida (pelo menos os braços), enquanto que aí não (e em cima é). De qualquer forma, mais uma vez, é uma peça que não será vista e, polindo-se o balanço, talvez tivessem problemas de equilíbrio. Mas isso também não faz muito sentido, pois poderiam poli-lo e depois aplicar o corte a laser para equilíbrio que claramente dá para ver na foto. Mas isso é questão de engenharia, estaria chutando aqui se afirmasse o motivo de não polirem a parte debaixo do balanço. Mas a ponte do balanço está perfeita.

Visualmente, voltando à Rolex, foi o que também disse: há pessoas que veem as rodas coloridas da Rolex e torcem o nariz. São feias mesmo. E, claro, nenhuma das rodas da Rolex possui chanfros nos raios como as da Patek. Mas o colorido, como explicado, tem funcionalidade, é aplicação em teflon. Mas no final das contas, o acabamento é simples, sem muita frescura. Sim, há perolizado em toda extensão, como ressaltado pelo Adriano. Em compensação, o rotor é simples, tambor, etc.

Visualmente falando, não preciso ir muito longe, o Adriano talvez concorde comigo, porque o viu: acho o movimento Elite que equipa um Zenith que tenho e foi revisado pelo nosso colega Mauro mais equilibrado.

Mas tudo é uma questão de gosto (visual) e funcionalidade. Cito por exemplo, aquele que talvez seja o calibre mais famoso para nós, interessados na história da relojoaria, o calibre 500 da Omega. Você não verá frescura ali: não há perolizados, não há chanfrados em tudo (a não ser nos locais onde se encontram os rubis, e isso é funcional), nada muito decorativo. Ainda assim, a simples proteção (funcional) da Omega da época, sem listas de genebra, perolizado, mas um "simples" folheado dourado, parece-me linda! Lembram os relógios britânicos de uma época áurea. Mas acreditem em mim: você também não encontrará rodas mal feitas, escapamento mal formado e desalinhos nesses calibres.

A título de curiosidade, vejo, por exemplo, o excesso de acabamento decorativo (mas claro, sem perder funcionalidade) nos relógios feitos à mão pelo Dufour, e a falta dele (o decorativo) nos relógios do "discípulo" de Daniels, o Roger Smith. Mas no Roger Smith, essa aparente simplicidade é apenas...aparente. Há um senso de "equilíbrio" no movimento, que quando você o olha, por inteiro, diz: isso está certo. Não dá para explicar o que é. Eu olho um movimento (e isso é questão de gosto) e penso: isso está certo. Exemplo, na minha cabeça? Os 2892 normais não me parecem "certos", não são harmônicos, não sei o que é, mas acredito que seja o tamanho do suporte do rolamento, furos para pivôs onde não deveriam...O 2500 parece-me mais "certo".

No fundo, vejo a Rolex hoje com muito menos preconceito do que antes e, para dizer a verdade, atualmente os acho fodas demais, por simplesmente fazerem tudo em casa, de boa qualidade e, pior, nunca achei que fosse dizer isso, na atual conjuntura, a preços "de mercado", nem mais, nem menos.

Flávio

Luis O

QUE AULA.....ESSE TÓPICO FOI SENSACIONAL...

ADRIANO, FLÁVIO...PARABÉNS PELAS POSTAGENS. OBRIGADO.

PS: Eu adoro as rodas rosa choque! kkkkkkkkkkk

abs a todos e ótima noite.

Adriano

Sim Flávio, na Omega é o mesmo esquema: Lubrifar, só de fábrica. Recomenda-se não lavar sem absoluta necessidade. Caso esteja suja, lá na Suíça, metem uma roda nova, com novo Lubrifar. É o recomendado, mas não obrigatório. Caso contrário, pode lavar, removendo todo o Lubrifar, e lubrificar do modo tradicional, com Fixodrop. É o que fazemos por aqui.

Abraços!

Adriano