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O ser humano e o espaço

Iniciado por solano, 31 Maio 2012 às 19:11:03

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solano

 O ser humano e o espaço

Hoje percebo o quanto não utilizamos bem os espaços que nos rodeiam. A arquitetura, como arte maior, estuda isso e idealiza soluções que não são adequadas ao mundo moderno. Mas não vou por esse caminho e sim pelo espaço urbano, do convívio de homens com homens, nas ruas, nos trens e nos carros.
Em primeiro lugar temos que pensar no todo e seus problemas. Como transportar milhares de um ponto a outro? E o que podemos fazer para minimizar o problema? Acho eu que temos que repensar a vida no "formigueiro". Isso mesmo! Um caos de gente se amontoando nos trens, metrôs, ônibus. Uns poucos em carros que são mal projetados para as cidades pequenas. Nós, formigas, temos que repensar a vida e facilitar as coisas: trabalhar perto da moradia, andar mais, não ter vergonha do transporte coletivo e ter carros menores.
Trabalhar perto de casa, um sonho para poucos realizarem. Que tal levar o trabalho prá casa? As empresas poderiam criar essas aberturas com a tecnologia existente, em certos casos pode dar certo. Fazer tua casa ficar perto do teu trabalho, ou mudar horários. Difícil mas não impossível. Que tal admitirmos que o nosso lar seja mutante? Alugar e não comprar, talvez...
Andar muito é bom! Faz bem e pode te ajudar a driblar a loucura do transporte urbano e não ter vergonha de subir no ônibus ou descer para o metrô. Fácil falar... O problema é que o carro deixou de ser um meio de transporte para ser a sua segunda casa, e tua carta de apresentação. Uma idéia americana que nos faz reféns de uma mídia fortemente comercial. Sem um carro você não é nada! É um pobre e vai sofrer. Então, vamos ser gente! Compre um carro ou uma moto e seja feliz! É, pode ser...
Em resumo: não sabemos valorizar nosso espaço com inteligência e dignidade, somem a isso a indústria automobilística e o governo faturando com impostos absurdos. Vá dar um passeio em São Paulo e repense o todo se sacrificando pela unidade. Burrice!
Vamos pagar esse preço até quando? Viver mal e sofrer parado, conformado ou não, calando a boca com feijão, como já disse Chico Buarque? Não! Não custa admitir que os carros pequenos são úteis e que o transporte coletivo tem que melhorar; e que cada um de nós faça a sua parte, cobrando do governo e elegendo os que já perceberam a vida dura da formiga industrializada.
" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana

edulpj

Sempre digo que quem trabalha num único lugar almoçando por ali e só voltando pra casa no final do dia, NUNCA PODERIA ir de carro pro serviço...

Trabalho num pinga-pinga alucinado o dia inteiro, o que me obriga a me locomover com veículo particular, uma motocicleta de 125 cm3 pra ser mais exato. Quando faz frio demais ou quando chove, sou obrigado a trabalhar de carro, o que provoca uma queda drástica no rendimento do meu trabalho. Moro numa cidade de aproximadamente 400.000 habitantes (Bauru - SP). O percurso médio que eu me desloco de um cliente para outro, é de 10 quadras. Com o aumento do número de carros em circulação, vaga para estacionar virou artigo de luxo...

Quando chego num cliente, é comum ter de dar de duas a três voltas na quadra até encontrar uma vaga... Ora... Três voltas numa quadra, equivalem a um deslocamento linear de DOZE QUADRAS, ou seja, de carro hoje, eu ando mais para estacionar do que pra me deslocar. Se dissessem que é piada de português, daria algumas gargalhadas.

Aprendi a andar de moto, "dispois di véio", pois queria um veículo econômico... Hoje, a economia nem é mais a principal preocupação. A moto hoje, se justifica pela simplicidade de estacionar (em qualquer cliente sempre tem um buraco onde eu coloco a moto sem atrapalhar ninguém)...

Mas também, não dá em sã consciência pra convencer uma pessoa que tem automóvel, que ela deve deixar o carro na garagem e ir de ônibus pro serviço, com a PÉSSIMA QUALIDADE DO TRANSPORTE COLETIVO...

solano

 Verdade! O automóvel é um meio EGOÍSTA de transporte! :P Temos que repensar a forma de viver, conviver e dividir os recursos! ;)

Abs,
" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana

Alberto Ferreira

Salve!

Pois é...

Eu sou engenheiro mecânico, com especialização em automóveis, e tal.
Curto-os, portanto.

Mas nós temos que admitir, e nada contra a máquina em si, é claro,...

Temos que admitir que ele, o não coletivo, se tornou um monstro...
...uma verdadeira Hidra de Lerna, que mata os homens apenas com o seu hálito e que (ainda) nos devora por aí.  :-[



Pior?...  Só a moto-serra.

Mas o problema não são as "cândidas" e obedientes máquinas, o problema somos nós...

...Nós, os inconsequentes humanos.

Abraços,
Alberto

solano

 Alberto

Esse é o ponto! A máquina sai da mente humana...

Abs,
" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana

Jefferson

Olá pessoal,

Solano, importante reflexão você levanta, como de costume.

Essa relação entre o homem e o espaço é um dos problemas que mais preocupa os geógrafos, comunidade da qual faço parte.

Temos aí alguns problemas, como você bem apontou.

O espaço é ao mesmo tempo um reflexo do que somos como sociedade, e, após construído, torna-se um condicionante de nossas ações.

Após construído, torna-se difícil uma transformação radical. Basta ver que temos nas cidades vestígios de suas diferentes épocas. E a preservação do patrimônio histórico é coisa recente. Essas marcas estão aí por que é realmente difícil remodelar de todo um espaço já construído, pensando na cidade como exemplo.

Difícil por dois motivos: a dificuldade material, e o obstáculo das instituições, nossos costumes, leis, hábitos, tabus.

Ao longo do século XX, as cidades foram pensadas para permitir fluidez à circulação dos automóveis, e o automóvel assumiu o status de  importante setor da economia e símbolo da prosperidade individual, num mundo de consumo francamente expansivo. Uma combinação perigosa.

No caso brasileiro, a coisa é ainda mais complicada. Tivemos uma industrialização tardia, e concentrada no território em alguns pontos específicos. Além disso, um modelo de agricultura de expulsou do campo contigentes despreparados para a vida nas cidades, para a inserção na economia urbana.

Assim, surgiram nossas grandes metrópoles, num ritmo acelerado que causou espanto aos primeiros geógrafos franceses que vieram trabalhar na USP.

Em escala nacional, construímos uma rede urbana rarefeita, com poucas cidades médias, e altamente polarizada, em direção às metrópoles nacionais, como São Paulo e Rio de Janeiro. Um fenômeno que hoje começa a ser revertido, mas que levará tempo a dar os sinais de mudança, sobretudo nas metrópoles.

É importante lembrar também que o espaço é uma mercadoria. Nesse sentido, interessa a muitos que as coisas permaneçam como estão.

Enfim, é um tema muito complexo, tentei apenas colocar umas idéias para contribuir.

Parabéns pelo tópico.

Ah, uma sugestão de vídeo a respeito do tema: http://www.youtube.com/watch?v=Fwh-cZfWNIc

Abraço,

Jefferson

solano

 Amigo

A minha ótica é de um observador. Fico feliz em saber que um grupo seleto se preocupa e estuda esse assunto de forma sistêmica. O homem merece viver melhor e pode! ;) Resta saber dividir o espaço com racionalidade e sentido de coletividade, mas para isso é necessário educação básica e civilidade! 8)

Obrigado por sua intervenção! :D

Abs,
" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana

Jefferson

Amigo Solano, você tem razão!

Falando em racionalidade e coletividade, lembro de uma coisa que sempre é dita a respeito de formas alternativas de transporte, uma dos maiores problemas em nossas cidades, mesmo nas médias.

Quando se fala do exemplo do uso da bicicleta em países como a Holanda, sempre se ouve algo do tipo "isso é questão cultural..."

Como se a cultura fosse algo natural, logo, difícil de ser transformado, modificado.

Este vídeo mostra como nem sempre as bicicletas tiveram a preferência naquele país, foi necessário mobilização para tal: http://www.youtube.com/watch?v=2g0aghfjxag

Grande abraço,

Jefferson

edulpj

Bicicleta no Brasil, é considerada veículo de pobre... Costumo dizer, que bicicleta é mortadela de metal e duas rodas...

Depois que quebrei um pé há alguns anos, meio que parei de pedalar... Estou querendo voltar.

Desenvolvi alguns projetos há alguns anos e preciso tirar a poeira delas...

Tenho uma Fixed Gear, uma bicicleta touring sem roda livre, ou seja, tem de pedalar sem parar... Tenho também um bicicleta reclinada (Recumbent), que eu construí. Roda traseira aro 26" e dianteira aro 20"... Ah! Ela é de tração dianteira...

Estou começando a reativar um velho projeto que ficou parado por alguns anos... Uma bicicleta sem corrente.

Aí, quero voltar a pedalar e usar carro/moto o mínimo possível...

Alberto Ferreira

Salve!
Pois é...

Filosofias pessoais à parte... E nós temos mesmo que começar por nós próprios, isto é certo.
Nada a questionar aqui.

E na questão da "cultura"... Do coletivo?
Ou, melhor dizendo... Naquela tal "questão cultural" que muitos alegam, como disse o amigo Jefferson.

Há mesmo que modificar, ou implantar (novos) hábitos. Sim... Mas há que haver os meios...
Portanto, a questão é de educação, de esclarecimento, mas também, e principalmente, de planejamento.
Não há outra saída...  E há que ser logo! Pois já é tarde.

Mas,...
Infelizmente, eu estou vendo as coisas caminhando no sentido contrário.
Errado...
Na verdade, seguindo literalmente na contramão do que seria a do bom senso.

Por exemplo, como sabem, há um ano eu me mudei aqui para Brusque, depois de viver por cerca de quarenta anos em Sampa e um par de outros no exterior, na Suécia.

E o que eu vi por lá e agora por aqui?
Em Sampa, aquela megalópole, maior do que pode ser, segue inexorável aquele caos crescente das motos em meio ao transito travado dos automóveis.
E há ônibus, trem e metrô... Cujo crescimento não acompanha a demanda.
Mas o número de motos, principalmente para a prestação de serviços, é mais do que crescente...
E crescente de forma descontrolada... Anárquica.
E cada vez mais também há muito mais automóveis, e com apenas uma pessoa a bordo.
Bicicletas?
Infelizmente, como "condução", não é algo propriamente viável?  Onde estão as ciclovias?
Então...
Como opção de transporte, só em pouquíssimas e restritas áreas, ou talvez apenas para quem quiser se arriscar a morrer ou a ficar paralítico, atropelado e estirado no asfalto, em plena Avenida Paulista.

Na Suécia, onde eu vivi em algumas cidades...
Em Örebro, por exemplo, a duzentos e poucos quilômetros de Estocolmo, há bicicletas para uso público gratuito, é só pegar, usar e devolver... Sem burocracias.
E há senhoras sexagenárias usando bikes... Na boa.
OK, a topografia da cidade ajuda, mas elas não ficam em casa "pilotando" (apenas) cadeiras de balanço e não andam só de "buzão".
E lá tem transporte público eficaz.

E aqui, em Busque?
O transporte coletivo é, para dizer pouco, falho, com linhas insuficientes, monopolizado, e com muitos bairros com a consequente pouca opção de horários, sem o serviço aos domingos, e por aí vamos...
E naquela tal "contramão" da falta de planejamento, como vai a coisa?
Um número crescente de "motinhas", aquelas tais Biz...
Pilotadas, em sua maioria, por jovens. Usadas como meio de condução para o trabalho...
Mas que, por falta de "cultura" (no sentido de não haver muita educação formal para o uso destes veículos) matam e aleijam mais que "bala perdida".
Algo que tende a se transformar rapidamente em um problema crescente, caótico, e não em qualquer tipo de solução.

Então, como disse o Jefferson, onde estão os interesses?  Quem (ou quais administradores) quer mesmo mudar a situação?

Abraços,
Alberto

edulpj

Os administradores nem sequer pensam em mudar nada... Da Biz até o Rolls-Royce, veículos automotores significam ARRECADAÇÃO... Pagam IPVA, pagam taxa de licenciamento, pagam DPVAT, pagam pedágio, PAGAM MULTAS!!!

Político em campanha, chama o cidadão de TRABALHADOR. Político eleito, chama o cidadão de CONTRIBUINTE.

Eles não são capazes nem mesmo de tentar mascarar suas reais intenções...

Jefferson

Lembrei agora de uma passagem, que diz respeito à Santa Catarina amigo Alberto.

Certa vez, estávamos em uma saída de campo de uma das disciplinas que cursava no doutorado da UFSC.

Fizemos um roteiro em uma série de cidades no Vale do Itajaí.

Agora infelizmente não lembro de qual município, mas lembro que visitamos uma indústria têxtil.

Na entrada, havia um grande estacionamento de bicicletas, lotado mesmo, bonito de ver. Claro, uma cidade pequena, a bicicleta era bastante viável.

Para nossa surpresa, um dos administradores nos informou que a prefeitura estava fazendo uma campanha para incentivar o uso do ônibus por parte da população.

Precisa dizer algo mais a respeito dos interesses?

Sobre a questão do planejamento, infelizmente tivemos poucas experiências no Brasil. No período dos governos militares, houve, podemos questionar os métodos, as intenções, mas havia algum tipo de planejamento.

No período pós-redemocratização, as infraestruturas e a configuração do território foram deixadas ao sabor das forças do mercado, algo pouco inteligente, na minha opinião.

Pensando no caso das bicicletas e das grandes cidades, precisamos pensar em modelos híbridos, como os planejadores holandeses disseram no vídeo que postei.

É impossível imaginar uma pessoa cruzando grandes distâncias nas cidades, mas pode-se pensar em trajetos feitos por diferentes meios de transporte.

Fugindo do assunto, mas ainda sobre planejamento de Estado e soluções híbridas, posso dar um testemunho.

Como pesquisador, trabalho em áreas rurais, é meu foco de pesquisa. Presenciei muitos agricultores usando as mais variadas formas de produzir energia e retirar água do subsolo. A força do vento sempre foi usada, em pequenos geradores, adaptando peças de carros e hélices feitas em madeira, ou a mesma solução para bombear água do lençol freático.

Nos anos 2000 O governo federal decide levar energia às áreas rurais. Era uma boa oportunidade de aproveitar esse know how e abertura dos agricultores e desenvolver projetos diversificados para geração de energia.

O que foi feito? Um sistema convencional, totalmente dependente do sistema elétrico geral.

Em alguns anos, aquele conhecimento será perdido.

Abraços,

Jefferson

Alberto Ferreira

Salve!

Isso...
Nos idos de meados da década de 1960, eu, então estudante de engenharia, visitei com um grupo da faculdade, a Tupy (fundições) em Joinville.

Naquela época, nos chamou muito a atenção o tamanho dos estacionamentos, para as bicicletas dos funcionários.
Como dito, a topografia da cidade ajuda, mas a cultura fazia toda a diferença.

Faz algum tempo que eu não vou lá...
E eu não sei como está hoje o "equilíbrio" bike vs motocas...

Mas já tem Biz no pedaço.  :D


Foto da NET - segundo a legenda, da campanha salarial de 2007/08.

Aqui em Brusque, bem no centro, nós ainda podemos ver o estacionamento de bikes, hoje deserto e abandonado, na desativada (e falida) indústria têxtil Schlösser...

E a Irmãos Fisher, que começou como uma oficina de bicicletas...


Oficina de bicicletas de Ingo Fisher... O início da empresa...

Dentre muitos outros produtos, a Fisher ainda fabrica "magrelas"...
Mas eu pouco as vejo nas ruas... Para onde elas vão, eu não sei.



E, sim.
O negócio é mesmo a integração.  Sem ela não dá...

Quando a empresa em que eu trabalhei transferiu suas fábricas para Örebro, saindo de Nacka (em Estocolmo), houve um período de transição em que parte dela ainda ficou nas instalações originais, hoje transformadas em um imenso centro comercial e residencial.

Pois bem,...
No ir e vir, em que eu ficava, pois eu trabalhei no departamento de projetos e desenvolvimento de produtos, um dos últimos a ser totalmente "desativado" em Nacka.
Nós íamos de bike até a estação de trem em Örebro, onde eu já morava, seguíamos de trem e metrô até o antigo complexo industrial e administrativo da empresa e retornávamos, sem sangue nem suor e nem lágrimas, dormindo ou lendo nos confortáveis e rápidos trens...  Na boa. ;)

Ah! Os ônibus urbanos por lá têm uns suportes que permitem o transporte de bicicletas, é claro.
Eles trafegam em espaços próprios e as bikes também. Cada um na sua.  8)


E o Edulpj tem mesmo razão...
Mas eu acho que é ainda pior.

Nos chamados  "anos de eleição", eles nos chamam de "querido eleitor" e instam a que exerçamos o nosso "dever democrático"...
Depois...
Não chamam de nada.
"Tão nem aí!"  :P

Abraços a todos!
Alberto

edulpj

Você me lembrou, Alberto, de umas férias que eu passei na minha infância na cidade de Carlos Barbosa - RS. Cheguei lá num tranqüilo domingo. Quando amanheceu a segunda-feira, fui acordado por uma forte sirene... Corri na janela pra ver, pois meu quarto ficava de frente pra rua... Essa rua era a única via de acesso para a fábrica TRAMONTINA... A imagem me marcou a memória... Nunca vi tanta bicicleta junta na minha vida. Era uma verdadeira procissão. Se algum trabalhador da Tramontina ia de carro pra fábrica, provavelmente era algum "bacana" ou esnobe...


solano

 Amigos

Fico mais animado quando vejo que não estou só na observação do problema! Vamos mudar nossa mente e melhorar o mundo real, os transportes são eixos importantes dessa mudança! ;)

Abs,
" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana

edulpj

No feriado prolongado estive a passeio em Minas Gerais. O local, Santa Rita de Ouro Preto, distrito de Ouro Preto. É um pequeno distrito, encrustado em montanhas. Há muitos carros lá, mas ficam quase sempre nas garagens e seus proprietários andam mais a pé do que de carro. Razão??? Se puser o carro pra rodar pra valer, não há suspensão que agüente (as ruas são revestidas de pedras) e não há freio que agüente (as ladeiras são severíssimas).

Ah! Não vi ninguém obeso nas ruas.

Nessas horas, dá uma vontade maluca de mudar pra um lugar desses...