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As origens do Ebel 137

Iniciado por admin, 06 Abril 2015 às 16:25:58

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flávio

Essa história já foi discutida aqui em vários tópicos, mas resolvi fazer um rápido resumo, indicando um texto da net, para traçar as origens de tal movimento, até mesmo porque houve questionamentos recentes sobre o assunto.

A Ebel, apesar de ser uma marca que atualmente tenta recuperar pelo menos um pouco da sua fama, sobretudo com relógios femininos, pode ser apontada, juntamente com a Rolex, pelo renascimento do cronógrafo mecânico. Em meados dos anos 80 ter um Ebel Sport Wave era o máximo do "cool", muito mais do que possuir um ultrapassado Rolex Daytona com corda manual. É que a Ebel havia comprado um punhado de movimentos NOS da Zenith e colocado no seu novo modelo, que fez fama no pulso do Don Jonhson do Miami Vice. O relógio era a Ferrari branca que usavam, mas em formato de relógio: não passava batido, iconoclasta e CARO PRABARALHO!

Aquela história do Charles Vermot salvar a Zenith tem uma ligação muito maior com a Ebel do que Rolex, que só entrou na jogada quando aquela já estava fazendo seus modelos S Wave. A Rolex pensava em fazer o que a Ebel já estava fazendo, simples assim. Fato é que quando a Rolex entrou na jogada, a Ebel, que tinha uma produção de relógios mecânicos pequena (faziam só quartz), achou que poderia ficar a ver navios quando a Rolex - sobretudo pelas modificações que seriam introduzidas no El Primero - , abocanhasse toda produção.

Nessa época, então, a Ebel começou um projeto conjunto com a Lemania, que na época era independente, para produzir um novo movimento.

O movimento que saiu das pranchetas da Lemania era descendente direto dos 1340, que inclusive foram usados pela Omega nos primeiros speedies automáticos. E o 1340, por sua vez, descendia diretamente dos 1871 que equipavam o Moonwatch, com a clássica arquitetura de alavancas longas para acionamento do crono e sistema de came.

Fato é que lá pelas tantas o Investcorp adquiriu não apenas Breguet e Lemania com a própria Ebel. O movimento 137 feito para a Ebel, pois, foi parar dentro dos modelos Aeronavalle e Transatlantique da Breguet, com a modificação do flyback, inexistente originalmente.

Depois, Lemania e Breguet foram vendidas para o Swatch Group, enquanto Ebel foi parar nas mãos do LVMH.

A Ebel inicialmente contratou a própria Lemania para continuar com sua expertise fabricando peças críticas do 137 e, depois, a Depraz.

Portanto, numa situação um tanto quanto inusitada na indústria, em determinado período de tempo, dois movimentos praticamente idênticos foram fabricados "in house" por duas manufaturas diferentes, que detinham direitos de fabricação.

O calibre 137, na minha singela opinião, até mesmo porque possuo um relógio equipado com o troço, tem uma capacidade cronométrica absurda, podendo ser ajustado facilmente para os padrões do COSC, mesmo anos após o uso.

Tem, ainda, um acabamento bastante razoável, padrão "Zenith", sobretudo nas suas últimas edições, que continham um rotor trabalhado com um desenho usinado de um compasso, remetendo ao slogan "os arquitetos do tempo" da marca, além de pontes, com a do deslocamento lateral do crono, totalmente polidas a mão. No entanto, não gosto do sistema magic lever dele, que tende a desgastar a alavanca de carga e te deixar na mão. Aliás, meu Ebel E Type carrega mal DEMAIS DA CONTA, e não estou disposto a revisá-lo novamente, eis que não faz nem cinco anos que isso ocorreu.

Aliás, o padrão de acabamento da Ebel, aos meus olhos, em nada difere do seu irmão ainda usado pela Breguet nos Aeronavalle que, também vamos dar a César o que é de César, está aquém dos modelos "tradicionais" da própria marca.

Fato é que a Ebel, até mesmo pela sua veia de relógios de design, acabou se perdendo no rumo da história nos últimos anos e não emplacou nenhum relógio significativo, em que pese a qualidade do seu acabamento.

Há dois anos, pois, acabou vendendo o projeto do 137 para a Ulysse Nardin, que o modificou esteticamente.

A Ebel, portanto, deixou de ser uma manufatura no estrito termo e diminuiu muito sua produção, tentando, agora, emplacar relógios mais simples entre as mulheres, além de estar relançando algumas linhas de sucesso, com a S Wave.

Eu, como disse antes, comprei meu Ebel E Type muito mais pelo movimento e sua história do que visual do relógio em si. O relógio não envelheceu tão bem, mas o movimento contido no seu interior, o 137, parece imortal, porque teima em não morrer junto com a marca, permanecendo vivo, hoje, na Breguet e UN.

O post que encontrei na gringa sobre essa história, com fotos:


http://www.intlwatchleague.com/showthread.php?704-Tracing-the-roots-of-the-Ebel-137-%28Lemania-Omega-Tissot-Breguet-UN-content%29

Flávio


roadadv

Muito bacana Flavio! Aproveito para agradecer as informações postadas no meu tópico também sobre o 137.

Realmente é um mecanismo belíssimo, em que pese mais de 05 anos de trabalho para seu desenvolvimento, vale à pena até mesmo ficar admirando o mecanismo em ação através do case de safira. Pesquisei alguma coisa também, e é uma máquina composta por mais de 320 partes, com detalhes que vão dos parafusos polidos, fundos pontilhados ou grafados com marcas circulares.

Como mecanismo não é considerado um sucesso pela própria Ebel, mas quantas qualidades na evolução da relojoaria mundial nesta peça.

Encontrei também maiores informações no link que segue, bem interessante!

http://www.vanyalee.com/2014/10/ebel-caliber-137.html

Abs!