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Breitling no espaço

Iniciado por Rafael_DF, 04 Maio 2015 às 11:29:27

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Rafael_DF

Viram isso? Achei interessante ver o Navitmer automático no espaço...
Afinal, relógios automáticos (sem ser a corda) funcionam lá? Achava que não...


Alberto Ferreira

Bom dia!

Sim, Rafael, os automáticos funcionam, talvez melhor dizendo, "carregam", ou seja eles podem ter a sua corda "carregada" no Espaço.

Na verdade, o carregamento se dá por inércia da massa oscilante, ou seja o efeito é em função da massa mesmo, e não exatamente pelo seu peso, este sim é uma função da gravidade.

Ou seja, se o astronauta fizer "pique-no-lugar"  ;) ,ou mesmo se movimentar normalmente, poderá carregar a corda.

Abraços!
Alberto

Dicbetts

Breitling é Breitling. Sim, sou "fan boy" da marca.

Dic

Rafael_DF

Pois é Alberto, mas pela ausência de gravidade se o astronauta der impulso na massa oscilante ela não tende a ficar girando indefinidamente, até quebrar onmecanismo? minha dúvida é se a massa oscilante para de girar aqui na Terra por causa da gravidade, do arrasto com o ar ou do próprio atrito do mecanismo...

RCComes

Citação de: Rafael_DF online 04 Maio 2015 às 12:45:06
Pois é Alberto, mas pela ausência de gravidade se o astronauta der impulso na massa oscilante ela não tende a ficar girando indefinidamente, até quebrar onmecanismo? minha dúvida é se a massa oscilante para de girar aqui na Terra por causa da gravidade, do arrasto com o ar ou do próprio atrito do mecanismo...

Pois é, estava pensando no mesmo.
Membro do RedBarBrazil

GuilhermeLago

Sim, quando você aplica aceleração ao seu pulso, por inércia o rotor irá girar. No espaço, não teremos a aceleração da gravidade, mas ainda teremos acelerações produzidas pelo movimento do punho do usuário.

Mesmo na ausência de gravidade, o rotor não ficará girando prá sempre, pois a maior resistência vem mesmo do mecanismo de carga (afinal, é aí que está a conversão de energia) e do atrito mecânico.

Ainda assim, os mecanismos de carga de movimentos automáticos possuem um sistema chamado de "brida deslizante", que não permite sua quebra por excesso de voltas na mola principal. Quando o torque aplicado à mola supera a força de atrito de destaque entre a brida (onde está presa a ponta da mola) e a parede interna do rotor, esta passa a escorregar, evitando o rompimento.

E palmas para a Breitling que ela merece!!!

Alberto Ferreira

Isso mesmo, Guilherme!
Inclusive as palmas.
8)

Um abraço a todos!
Alberto

Jim

Citação de: Rafael_DF online 04 Maio 2015 às 12:45:06
...
minha dúvida é se a massa oscilante para de girar aqui na Terra por causa da gravidade, do arrasto com o ar ou do próprio atrito do mecanismo...

Acredito que os três fatores que você citou ajudam a massa oscilante a parar. E ainda existe a força apresentada pelo colega Guilherme Lago, que são as forças contrárias ao movimento original.

Tentando me explicar melhor: o astronauta com o relógio na mão põe a massa oscilante para girar, após este primeiro movimento, o coloca no pulso e vai desempenhar suas atividades normais do dia. O relógio no pulso está sujeito a acelerações contrárias ao "impulso" original, contribuindo assim para a anulação das forças.
Prepara-se o cavalo para o dia da batalha, mas o Senhor é que dá a vitória. (‭Provérbios‬ ‭21‬:‭31‬ NVI)

Jim

Citação de: GuilhermeLago online 04 Maio 2015 às 13:22:41
Sim, quando você aplica aceleração ao seu pulso, por inércia o rotor irá girar.
...

Sem querer ser chato, apenas para aprimorarmos nosso conhecimento.

A inércia, sendo a tendência que os corpos possuem de manter a velocidade que estão submetidos, ela se oporia ao impulso original, correto?
Prepara-se o cavalo para o dia da batalha, mas o Senhor é que dá a vitória. (‭Provérbios‬ ‭21‬:‭31‬ NVI)

GuilhermeLago

A inércia é uma propriedade dos corpos que tem massa que se opõe à mudança em seu estado de movimento. Ao movermos o pulso, aplicamos uma força ao relógio. Caso essa força seja aplicada em uma direção que não seja totalmente coincidente o eixo de rotação do rotor e nem totalmente perpendicular a ele, essa força se traduzirá em torque. Esse torque produz uma aceleração angular ao rotor, fazendo-o girar. Por inércia, o rotor tenderá a permanecer girando a velocidade constante, até que outro torque o desacelere, ou mesmo o acelere mais ainda. A carga do sistema de corda produz sempre torque contrário ao movimento do rotor, assim como o atrito do eixo/rolamento.
Se vc tiver um relógio fundo transparente com rotor aparente, poderá fazer uma experiências. Como o mostrador na horizontal, ao acelerar o relógio verticalmente para cima ou para baixo, verá que o rotor não moverá, pois o torque será perpendicular ao seu eixo. Da mesma forma, com o mostrador na vertical, depois que o rotor estiver estável (totalmente "caído"), se acelerar o relógio verticalmente, o rotor tb não sofrerá aceleração angular.

Se não complicou mais ainda.... ??? ??? ??? ??? deve ter esclarecido  ;D ;D ;D

paulomario77


Alberto Ferreira

Jim,
Não há "chatice" alguma em aclararmos as nossas dúvidas.
Aliás, este o propósito principal aqui do nosso FRM.

Então, vamos lá...

Na verdade não é necessário, por assim dizer, o tal "impulso inicial" e nem menos ainda contar (apenas) com ele para o carregamento.
E quando eu digo que não precisa de um "empurrão" (uma aceleração) inicial eu quero dizer que o efeito é contínuo, ocorre ao longo do tempo.

Veja lá,...
A chamada "massa oscilante" é "excêntrica", então com os movimentos naturais do braço do astronauta, ela irá se movendo continuamente.
Mas como já foi explicado, ela não gira livre.  Ela está ligada, através de um sistema de engrenagens ao tambor de corda e desta forma irá "enrolando" (tensionando, comprimindo...) a mola que está em seu interior (ou seja, a corda).

Mas esta compressão (o enrolamento) da corda também não é totalmente livre...
E é aí é que entra a tal brida deslizante, que como o nome diz, desliza e não deixa a tensão na corda passar do limite. Portanto não há qualquer risco de "carregar" demais e quebrar a mola.

Bem,...
Nós temos alguns tópicos em que, ao longo dos tempos  ;) aqui no FRM, o assunto foi discutido.

Mas, uma "dica",...   
Siga aquela regra de ouro...   Se não entender algo pergunte, ok?
Por vezes quem tenta responder pode ter alguma dificuldade em perceber o exato ponto em que a dúvida está.

Um abraço a todos!
Alberto

Dicbetts

Não sei se os prezados observaram, mas o relógio da esquerda é um Cockpit. A quartzo.

Então, não ficaria sujeito (em tese, claro) às influências da falta de gravidade.

O da direita, um Navitimer, sim. Por tudo que o Lago e o Alberto explicaram.

Dic

paulomario77

Caro Alberto,

A massa oscilante então não precisa dar voltas completas para carregar a corda? Essas movimentações em ângulos menores do que 360 graus já são suficientes? Mesmo nos mecanismos em que a corda é unidirecional (e.g. 7750)?

Alberto Ferreira

Paulo Mario,
Numa resposta "ampla" e geral, ok?

Eu creio que o mais acertado seria dizer que em última análise tudo vai depender do projeto em si.

Realmente, há os sistemas que carregam de apenas de forma unidirecional (seja no sentido anti-horário ou no horário) e os bidirecionais (em ambos os sentidos).
E também a depender do projeto em si, o ângulo de giro que já promove algum "carregamento" pode ser maior ou menor, não sendo portanto imperativo (não necessariamente) haver um giro completo.
Pode, por assim dizer (no caso dos bidirecionais) funcionar num "vai-e-vem" ou ir de "arco-em-arco" (na falta de uma imagem melhor...  ::)) no caso dos unidirecionais.

Mas, importante, estes são todos parâmetros básicos estabelecidos no projeto, e por esta razão podem ser fundamentados em critérios diferentes de caso a caso.

Abraço!
Alberto

Dicbetts

Citação de: paulomario77 online 04 Maio 2015 às 15:47:56
Caro Alberto,

A massa oscilante então não precisa dar voltas completas para carregar a corda? Essas movimentações em ângulos menores do que 360 graus já são suficientes? Mesmo nos mecanismos em que a corda é unidirecional (e.g. 7750)?

Observe que para completar 360º, em qualquer direção, seria necessário que seu pulso fizesse um movimento semelhante - como se estivesse mexendo a colher de um caldeirão, por exemplo.

Daí que o sistema, quando está 100%, carrega ao menor movimento da massa. Como trabalha por cumulatividade, despreza a energia assim que atinge a capacidade máxima.

Dic

Jim

Obrigado mestre Alberto.
Prepara-se o cavalo para o dia da batalha, mas o Senhor é que dá a vitória. (‭Provérbios‬ ‭21‬:‭31‬ NVI)

RSAM

Interessantes explanações, sempre bom aprender mais um pouco.

Abraços.