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movimento 8500 omega

Iniciado por RAMOS, 17 Setembro 2017 às 21:41:15

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RAMOS

Olá amigos , alguém sabe informar se houve algum problema com o movimento 8500 (IN HAUSE) do Aquaterra da Omega?
Sempre houvi falar muito bem do movimento 8500 , porem na nova coleção o movimento tem outra designação.
Grande Abraço a todos.

João de Deus

Pelo que sei 100% confiável.
João

jfestrelabr

O IN HAUSE sim, deve ser 100% :P

Agora o in house não diria 100% pois ja vi alguns amigos terem problemas, eu acho que nada é 100% o calibre é muito robusto SIM, senão a omega não daria a garantia que da, porem tudo da problema.
Rolex ou Rolex.

Fórum Genérico, respostas genéricas.

CSM

meu caro bom dia, o movimento "IN HOUSE" da omega 8500 vem/vinha apresentando um problema que eu já vi em uns 3/4 relógios diferentes aonde o ponteiro da hora que também serve para mudar a data do relógio fica "bobo". Ele começa a rodar em falso e fica solto. tal problema é resolvido pela assistência, todos os que eu vi foram resolvidos pela garantia e não voltaram a ter problema. parece que a Omega já trocou a tal peça que dava problema nos novos e parou de apresentar este problema.

abraços
Membro do RedBarBrazil

flávio

#4
Well, well, well... Só o Adriano poderia dizer com mais propriedade se ocorreu ou estão ocorrendo problemas com os 8500, vou dar minha opinião pelo que já ouvi reclamarem e vi com meus próprios olhos.

Teoricamente, o movimento da Omega, "feito em casa" por eles (na verdade, eu diria que é um projeto exclusivo para eles, não feito totalmente nas suas premissas, eis que, pelo menos quando visitei a Longines, há uns seis ou sete anos, até mesmo lá eram fabricados componentes para a Omega), foi lançado com sacadas técnicas para melhor performance que o colocavam entre os melhores projetos do mundo (pelo menos na teoria). O troço, por exemplo, utiliza duplo tambor de corda, utilizando um torque ótimo na maior parte do tempo, para melhor isocronismo; escapamento coaxial, para melhor precisão e desnecessidade de revisões a longo prazo; mancal de massa oscilante em cerâmica, para melhor durabilidade e desnecessidade de revisão; tambores de corda com tratamento DLC interno, para maior durabilidade e, no caso dos novos, utilização de silício em todo escapamento, tornando o efetivamente anti magnético.

Porém... Eu tenho um Aqua Terra com calibre 8500, de três anos atrás, que uso esporadicamente, e este nunca deu pau. Mas já soube de dois ou três de foristas e amigos próximos que quebraram o mecanismo de ponteiro, que funciona como no GMT Master (odeio esse sistema...), e possibilita o avanço de hora em hora das horas através de cliques. A mola interna quebra, o ponteiro fica bambo e... Bem, o relógio tem garantia de 4 anos, mas imagine se essa joça quebra fora da garantia? Eu sinceramente não sei o que fizeram, disse o Adriano em outras conversas aqui que a Omega teria alterado o projeto da mola para algo mais resistente e que nos novos isso não ocorre, apesar de a Omega não ser muito transparente no que faz...

Há notícia, ainda, de uma revisão feita num modelo com apenas um ano de uso, está por aí na net, cujo relojoeiro notou queda brusca de amplitude com o tempo, sem motivo aparente.

E há o de um colega (o Turiba, Estrela...), cujo modelo apresentou o mesmo problema, marcha errática, e foi corrigido através da... Troca de tambores, isso num relógio com menos de um ano de uso.

Olha, eu não sei se posso generalizar isso como um problema nos 8500... Quantos movimentos desse a Omega faz por ano? Uns 300 mil? Eu só conseguiria, pois, dizer que o mecanismo é problemático tendo acesso à estatísticas globais, mas fato é que três pessoas próximas a mim tiveram problema com o movimento. Repito, isso não diz nada, porque se esses houverem sido apenas os 3 problemas numa linha de 300 mil relógios, a taxa de sucesso é muito grande. Mas só quem está nas internas pode dizer se o movimento é confiável ou não.

Ps. Há algo nos 8500 que eu sinceramente não curto e está justamente ligado ao que faz dele singular no mercado: o escapamento coaxial. Como assim Flávio? Bem, quem já leu algo escrito pelo próprio Daniels sabe que o escapamento Coaxial que ele fazia, METÁLICO, não podia ser reproduzido facilmente em massa e por isso foi modificado pela Omega. As primeiras versões, do 2500, usavam rodas metálicas, as novas são em silício.

Mas no projeto original de Daniels, a grande vantagem era A DESNECESSIDADE DE LUBRIFICAÇÃO, o que aumentaria o intervalo entre revisões e a precisão do relógio nos anos. Na Omega, tanto nas versões 2500 como 8500, o escapamento usa lubrificação. Olha, não vou explicar aqui o funcionamento de um escapamento normal, em âncora, mas se se lembram, neste cada dente da roda de escape recebe uma gotinha de óleo (que é transferida para as faces de impulso das levees), porque a impulsão é feita com atrito. No escapamento coaxial, as faces das rodas coaxiais e levees não "deslizam" uma sobre a outra, mas se "impactam", o que não gera atrito. Mas gera IMPACTO. E a Omega, depois de perceber que este impacto constante criava desgaste nas peças, optou por colocar uma graxa nas superfícies, que "amortece" o choque das peças.

Primeiro problema: a quantidade de graxa é tão pequena, mas tão pequena, mas tão pequena, que é impossível visualizar a peça e colocar a exata quantidade de lubrificante sem ter um microscópio estéreo com cerca de 30 vezes de aumento. Quem tem isso? Autorizadas... Minto, há relojoeiros que possuem o sistema, que não é barato (uns 3 mil reais um para uso de laboratório). Mas não basta ter, tem que saber fazer... E sejamos honestos: que relojoeiro vai caçar manual técnico para lubrificar um escapamento coaxial? Só os treinados na fábrica... Ou seja, possuindo um Omega com escapamento coaxial, você está preso para sempre aos serviços da autorizada, que não são baratos (mas não são tão caros como os da Rolex, por exemplo...).

Mas há um segundo problema... Se o troço possui lubrificação, algo que Daniels não usava, o que acontecerá com a deterioração desta? E quanto tempo demora para deteriorar? Questiono isso, porque o grande problema da deterioração da lubrificação em escapamento de âncora sequer é a perda de propriedade do lubrificante, mas seu deslocamento pelo atrito: cada vez que a roda de escape "arranha" a superfície das levees, o óleo que está lá é arrastado para fora de onde é necessário, e não tem fixodrop que segure isso. O Adriano talvez queria desenvolver o assunto...

Tudo bem, nos coaxiais isso teoricamente não ocorre pois, como diz, não tem nada arranhando superfícies ali, mas se impactando. E aí, o lubrificante dura muito?

Well... Não sei...

Vou dar um depoimento, mas sobre o calibre 2500, que equipa um PO que comprei em loja em 2008. Ou seja, já tem quase dez anos...

Não o coloquei no Timer para ver amplitude e marchas diárias médias, mas o estou usando há três dias e a marcha diária acumulada, de uso mesmo, comparada ao horário atômico, está em apenas +3. Ele tem acumulado um segundo ao dia todos os dias, uma performance de pulso, repito, de pulso, que não tem nada a ver com o modo que ele está num Timer, pois não verifiquei, simplesmente excelente, e depois de 10 anos sem passar por revisão.


Flávio

jfestrelabr

Caralho, precisava de um post desse tamanho? Deus iluminai a mente desse inseto.
Ps: Sou ateu.


[emoji41]Death Star[emoji41]Rumo aos 5000 posts[emoji90]
Rolex ou Rolex.

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Enéias

Fico até assustado. Quanto conteúdo!

ejr888

Cara tem que ser bacharel em direito para discorrer das idéias assim.


Isso não é post, é defesa de monografia.

Abs

Paulo Sergio

Excelente amigo Flavio!!!
Gostei... bem explicado... e bem falado...
Abraço
Paulo Sergio

RAMOS

Flavio, show de bola sua resposta colocou pulgas atras das orelhas,  fico pensando sera que o novo movimento Aquaterra e devido aos problemas citados? ou ao novo balizador inclusive de precisão (METAS). 

RAMOS

Aproposito desculpe o inglês ele é péssimo mesmo.

Adriano

Well... Não posso dar detalhes técnicos, além do que já foi dito.

Quanto à questão da lubrificação, corroboro. No Co-axial, a lubrificação tem impacto desprezível no desempenho cronométrico dele, e serve mais para garantir a durabilidade do que qualquer coisa.

Defeitos, todo mecanismo novo acaba sofrendo. E por "novo" entenda-se por 10, 15 anos no mercado. Não sou íntimo de todos os mecanismos "modernos", mas sou de muitos deles, e não conheço UM, de qualquer marca, que não tenha apresentado pelo menos UMA falha em quantidade acima do normal, passando por algum upgrade, ou vários.

Abraços!

Adriano