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O assunto que ninguém quer tocar no forum: Fashion Watches

Iniciado por fbmj, 25 Outubro 2017 às 01:44:16

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fbmj

https://www.hodinkee.com/articles/four-revolutions-fashion-watches
Bem interessante o artigo, não sabia que a Fossil e muito menos que a Guess já tinham tantos anos de mercado.

FelipeP

#1
Interessante o artigo....só o artigo, rsrsrsrsrs.

Lembrei que tinha visto um tópico aqui sobre os movimentos criados pela STP (que é do Fossil Group)
Vale a leitura também
http://forum.relogiosmecanicos.com.br/index.php/topic,13368.msg267751.html#msg267751

ascarneiro

me fez lembrar alguém aqui do forum que contou o seguinte:  deu um Omega para a sobrinha ou filha de 15 anos... o relogio ficou sempre na caixa, a menina só queria usar o Michael Kors que custou 98% menos.    ;D ;D
Alvaro Carneiro

Elvis Silva

#3
O artigo é de fato muito interessante e bem escrito. Boa iniciativa do Hodinkee, essa de abordar os momentos mais dramáticos da história da relojoaria.

Quanto ao objeto de discussão do artigo, há duas questões proeminentes: em primeiro lugar, é inegável que a revolução do quartzo constituiu um avanço técnico importante, tanto no sentido de tornar os relógios mais confiáveis quanto no sentido de universalizar o acesso a relógios precisos, em vista do baixo custo da nova tecnologia.

Por outro lado, esse mesmo processo acabou tornando o relógio um objeto bastante desinteressante: um item de baixíssimo custo, produzido de forma extremamente massificada e mecanizada, que não exige maiores cuidados além do periódico ritual de se trocar baterias e que pode ser facilmente substituído, dada sua ubiquidade no mercado, dificilmente poderia dar ensejo a algum tipo de relação mais pessoal com seu proprietário. É diferente do relógio mecânico de estimação, do qual se cuida por toda a vida e que não é tão facilmente descartável, seja pelo custo de se adquirir um novo, seja por certo apego da parte de seu dono.

Além disso, outro efeito colateral tenebroso da revolução do quartzo foi a apropriação da tecnologia pelas marcas de moda, menos por interesse horológico do que por mera estratégia comercial. Em princípio, não haveria nada de errado com isso. Teríamos apenas mais competidores no mercado de relógios a quartzo, já bastante saturado em razão de suas pouco significativas barreiras à entrada. O problema é outro: é o verdadeiro embuste que essas empresas promovem, por cobrarem verdadeiras fábulas  por peças cujo único fator de diferenciação é carregarem um logotipo famoso em seu mostrador!! Dentro delas, raramente há algo além de mecanismos pedestres, que relógios bem mais baratos (e honestos) também carregam.

Cria-se uma ilusão de sofisticação onde só há superficialidade: pouca gente adquire esse tipo de relógio consciente de que se trata de um produto que custa uma fração do preço exibido em sua etiqueta, para começar. O atrativo reside apenas na imagem de prestígio que certa marca e o simples ato de pagar caro por qualquer coisa propiciam. Quanto ao interesse em horologia, esse inexiste. E temos aí um paradoxo: não há dúvida de que muita gente ainda usa relógio e se dispõe a pagar caro por um, mesmo na era do smartphone e do PC. Nada obstante, há pouco interesse em horologia. O interesse de quem adquire relógios é, em geral, realizar algum tipo de declaração não verbal de estilo ou de status financeiro pelo porte de um signo material. O pior de tudo isso é pensar que essa atitude acabou contaminando muitos dos que compram relógios mecânicos suíços e dando origem a uma geração de consumidores que pouco se lixam para a arte e a história por trás das marcas e dos objetos e os trazem apenas como símbolos de realização material, fenômeno, aliás, bastante relacionado à insana elevação de preços dos relógios suíços a partir dos anos 1980...