Menu principal

Dúvidas sobre funcionamento TAG HEUER Carrera

Iniciado por Silasbh, 27 Junho 2019 às 16:01:03

tópico anterior - próximo tópico

Adriano

Citação de: dr.alexneuro online 28 Junho 2019 às 19:11:07
Perfeito Adriano, como imaginei, vindo do mesmo lugar, a tensão pra iniciar depende de cada projeto.. mas eu imaginava q este arranque deveria sempre ser averiguado com corda pela coroa, pra diferenciar de problemas exclusivamente no automático.. não sei se expliquei.. até pq nem sei se entendi,rsrs

Sim, o arranque é averiguado dando-se corda pela coroa. Não há outro meio de fazê-lo. Nem faz sentido fazer tentando-se carregar o automático, pois você teria que movimentar o relógio, logo falsificando o resultado, ao ajudar o arranque com o movimento. Além de não ter motivo para esperar horas para dar a mesma quantidade de corda que se dá em segundos, pela coroa.

O arranque é irrelevante para diagnósticos do sistema do automático. O diagnóstico no sistema do automático é feito com o cicloteste, deixando o relógio movimentar por um número padrão de tempo, e verificando posteriormente sua reserva de marcha.

Abs.,

Adriano

AlexandreMed



Silasbh

Obrigado a todos e caro Flávio o relógio acabou de retornar de uma revisão, por isso a dúvida, pois excetuando o arranque, o funcionamento esta perfeito, com 5 segundos atraso dia


Enviado do meu iPhone usando Tapatalk

eflach10

Essas aulas são muito legais. Obrigado Flávio e Adriano!


Enviado do meu iPhone usando Tapatalk

dmfelipe

Citação de: Adriano online 28 Junho 2019 às 16:22:24
Não é exatamente uma questão de eficiência. É apenas uma característica. Um arranque mais difícil não faz de um escapamento pior ou menos eficiente.

As vantagens do co-axial dariam um livro, mas muito resumidamente, a maneira como ele promove impulso é menos - ou nada, em teoria - dependente de atrito, o que faz com que a eficiência desse impulso independa da lubrificação ou sua condição. A princípio, inclusive, ele não necessitaria de lubrificação nos dentes. Segundo, ele é um escapamento mais destacado, ou seja, tem menos contato (em graus de giro) com o balanço e por isso é mais eficiente, tem menos desperdício de energia e perturba menos as oscilações do balanço.

Abs.,

Adriano

Somente a Omega usa o Co-Axial?


Enviado do meu iPhone usando Tapatalk

igorschutz

O relojoeiro independente Roger W. Smith, que foi aprendiz do George Daniels, inventor do co-axial, também usa, mas a produção dele é reduzidíssima.
Opinião é como bunda: todos têm a sua. Você dá se quiser.
Opinião é como bunda: você dá a sua e eu meto o pau.

NÃO ACREDITE NO QUE 'FALAM' AQUI, ESTUDE BEM E TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES

flávio

#27
Vou resumir a principal diferença do escapamento Coaxial em duas imagens que, acredito, todos irão entender;

Esse primeiro filme mostra o funcionamento de um escapamento de âncora tradicional. O balanço está girando e, claro, perdendo energia a cada vai e vem, que deve ser "restaurada" de alguma forma. Como é feito isso? Todo o trem de rodagem está sob a tensão de uma corda enrolada que, se não fosse o escapamento o travando, se desenrolaria em segundos. O escapamento, pois, trava, mas também libera de tempos em tempos, a rodagem do relógio. E o movimento das engrenagens é transferido em algo "visual" para nós, os ponteiros, de modo que possamos ver as horas. Um relógio mecânico, pois, nada mais é do que um conjunto de engrenagens mantido sob a tensão de uma mola, que é liberada de tempos em tempos, possibilitando algo "pregado" numa das engrenagens, ponteiro, a visualização de algo tangível, as horas. A precisão com a qual essa liberação do trem de engrenagens ocorre é o que define, ou primordialmente define, como devem ter percebido, a precisão da marcação das horas. Mas, como eu disse no começo, para o balanço continuar girando, ele deve receber a energia da mola de alguma maneira. Como é feito isso. Prestem muita, mas muita, mas muita atenção no vídeo, a partir dos 48 segundos. A ação da roda de escape à esquerda no vídeo, que é mantida sob tensão junto com todo o conjunto de engrenagens, "raspa" a levee. E ao fazer isso, COM ATRITO (lembrem-se como impulsionávamos um jogador de botão com a palheta para lança lo adiante...), o balanço, à direita (mas não mostrado, só seu pivô), continua se mexendo. Essas superfícies precisam de lubrificação e, pela própria natureza do ato, RASPAR, com o tempo ficam secas e o relógio começa a marcar o tempo com erro.



https://www.youtube.com/watch?v=Wmk2mA6dg3o&t=36s

Sigamos, então, ao vídeo 2, um escapamento Coaxial. Os princípios são exatamente os mesmos acima, muito embora o desenho do escapamento, justamente por uma questão de projeto, seja diferente. Mas vale tudo o que falei acima, menos... Prestem atenção a partir dos 57 segundos, na lupa que aparece à direita, mostrando o impulso dado pela roda de escape ao balanço, através das levees. Notaram que não há deslizamento do dente da engrenagem sobre o plano das levees? O que ocorre é um "peteleco". O impulso, pois, é dado em menor tempo, de forma tangencial e sem necessidade de lubrificação. A Omega utiliza graxa na superfície, mas não para lubrificar a "raspagem" de uma superfície sobre a outra, mas para amortecer o impacto do peteleco que ocorre. A precisão teórica nesse sistema e durabilidade são maiores.


https://www.youtube.com/watch?v=3mJDk4e_AbU


Sacaram?



Flávio

Devenalme Sousa

Perfeito, Flávio! Com o auxílio dos vídeos, ficou muito clara a diferença entre o escapamento suíço comum e o sistema co-axial.

Obrigado!