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A criação do Swatch Group parte 2

Iniciado por flávio, 15 Maio 2024 às 15:10:05

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flávio

Em 1981, a equipe de Hayek iniciou a auditoria dos grupos suíços de relojoaria SSIH e ASUAG e, apesar de não possuir nenhuma experiência no ramo, concluiu pela existência de uma estrutura completamente arcaica de gestão. A primeira providência sugerida em relação ao ASUAG foi a demissão de todo Conselho e sua substituição por representantes dos bancos e especialistas, como Ernst Thomke, diretor da ETA e, inclusive, o próprio Hayek. Em 1982, em uma reunião no hotel Victoria Jungfrau em Interlaken, o destino dois dois grupos foi traçado: ambos seriam fundidos e isso teria que acontecer rápido, pois um pedido de falência do ASUAG já havia sido protocolado. Para criação da nova companhia, denominada SMH, os bancos credores, que eram seus maiores acionistas, despenderam a quantia de cerca de 1 bilhão de francos. Os bancos, é certo, não pretendiam permanecer como acionistas por muito tempo se o plano de Hayek desse certo, e apostaram que poderiam receber dividendos e, depois, vender suas participações com algum lucro. Por este motivo, aliás, resolveram não aceitar a proposta da Seiko para compra da Omega, por cerca de 400 milhões de francos. Se isso ocorresse, segundo Hayek, a "cabeça" da nova companhia seria cortada. Em 1984, um ano após a fusão, a nova empresa apresentou pequeno lucro.... Na época, em um almoço com Peter Gross, Hayek, que já era um homem rico com um patrimônio de cerca de 200 milhões de francos, comentou que pretendia investir parte do seu dinheiro em empresas de alta tecnologia. Gross, então, disse-lhe: "ora, não seja idiota, a oportunidade está na sua frente! Por que não investe na companhia de relógios que ajudou a criar?" Ao apresentar sua proposta aos bancos, que queriam se ver livres do "abacaxi", esta foi aceita: Hayek adquiriu, com seu próprio dinheiro, 7% do capital. Temendo o aumento do preço das ações, Hayek resolveu se comprometer ainda mais e, ao formar um consórcio de investidores, conseguiu abocanhar o controle da empresa, com 51% do capital social. No final das contas, o grupo de investidores havia se tornado "dono" da maior empresa de relojoaria suiça, pagando apenas 150 milhões de francos.