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Lendo os manuais técnicos da Omega,vejam mais uma coisa que vi sobre o Coaxial

Iniciado por admin, 07 Março 2011 às 20:54:41

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flávio

http://www.hebdomas.com/stuff/oce11.jpg



Já discutimos isso aqui e não chegamos à conclusão alguma e, pior, a Omega nunca deu uma declaração oficial sobre o tema. Com certeza Daniels não previu isso nos movimentos produzido em massa e vou além: qual seria a vantagem teórica a longo prazo com esse tipo de coisa? A vantagem em funcionamento parece clara, pois o impulso é tangencial. Parece-me que com certeza há menos perda de energia no sistema. Por outro lado, a longo prazo, que é o que a Omega divulga, não sei se haveria vantagem.


Flávio

Adriano

Flávio, ninguém na Omega discute esse assunto. É meio na base do "é assim e ponto". Particularmente, ainda acho que trata-se de uma questão de impacto. Especialmente pelo fato de se usar óleo grosso para essa função. Vou além: depois de ler o livro do Daniels, passei a achar que a grande vantagem do Co-axial é seu ângulo de levantamento bem inferior. O melhor desempenho do Co-axial para mim se deve mais à isso.

Mas tem coisa nova por aí: esqueça esse desenho da roda de escape. As novas, executadas por extrusão, são totalmente diferentes. Já estão começando a vir nos 3313 e nos novos 2500 versão D.

Abraços!

Adriano

Paulo Sergio

"Mas tem coisa nova por aí: esqueça esse desenho da roda de escape. As novas, executadas por extrusão, são totalmente diferentes. Já estão começando a vir nos 3313 e nos novos 2500 versão D."

Tem um desenho delas?
Abraço
Paulo Sergio
Abraço
Paulo Sergio

flávio

Isso é uma questão de precisão a curto tempo também, mas sinceramente, aí já não tenho dados para afirmar nada. Os ângulos de escape do de âncora giram em torno de 50 graus, cerca de 35 no Coaxial, idem nos de cronômetro. Teoricamente, estou apenas pensando aqui Adriano, você acha que, no longo prazo, uma deterioração da amplitude modificaria menos (se é que me fiz entender...) a marcha, ao contrário do de âncora? Ou também nas constantes variações de posições verticais, que já levam à perda de amplitude?

Digo isso porque, pensando num ou outro caso, o relógio com escapamento coaxial seria mais preciso do que um de âncora. Mas quanto mais preciso?

Digo isso porque os escapamentos de âncora atuais alcançam marchas excelentes, basta ver os boletins do COSC da própria Omega, que indicam boa marcha tanto com um ou outro sistema.

Nos escapamentos de cronômetro, a questão do ângulo de escape é importante apenas para manutenção da "precisão" com a perda a longo prazo de amplitude. As questões de variação posicional, é claro, não eram problema, pois ficavam na horizontal.

Eu sei lá...Eu acho que o ângulo de escape inferior e inerente ao próprio desenho de impulso tangencial em ambos (no de cronômetro e no coaxial).

Eu sinceramente não tenho conhecimentos práticos e teóricos para afirmar nada. Sabe quem eu gostaria que respondesse sobre isso, já até pensei em mandar um e mail? O Roger Smith. Mas acho que tendo participado da produção dos Millenium Watches, a ligação com a Omega, etc, tenho minhas dúvidas se ele responderia.

Tenho que voltar aos estudos técnicos, os perdi completamente! Minha bagagem teórica se deteriorou com o tempo. A prática, acho que só saberíamos se testássemos. Gostaria que a Omega apresentasse dados cara, do tipo: olha, mesmo lubrificando o escapamento (de forma mínima, e com graxa), asseguramos que a deterioração da amplitude não causa tantas mudanças de marcha como no escapamento tradicional, porque o ângulo de escape no nosso é menor, ou seja, no ângulo de giro total do balanço, a influência também é menor. O problema Adriano, é que não sei se as perdas posicionais no escapamento coaxial são menores, iguais, o maiores do que no de âncora. Digo isso porque, também se não me falha a memória, no coaxial o ângulo de giro completo é menor também. Não sei se entendeu o que quis dizer...Sacou?


Flávio

Adriano

Sim, é exatamente essa a vantagem: melhor isocronismo, pois a porcentagem de deslocamento gasta com a condução da âncora, que é a própria definição do ângulo de levantamento, é menor. E todo o ângulo de levantamento é puro disturbio, pura perda de energia. Se a cada 300 graus você só perde 38 com disturbios, ao invé de 50 e poucos graus, você tem mais graus de oscilação pura gerada pela espiral. Quando a amplitude cai, seja pelo desenrolar da corda, seja pelas posições verticais, seja pela deterioração da transmissão de força, o impacto desses 38 graus é menor.

A prática mostra que os co-axiais mantém marcha boa mesmo com muito pouca corda, abaixo dos 200 graus. Impressiona! Com escapamento de ancora suíça, tudo precisa estar muito ajustado para isso acontecer.

Ah, sobre a imagem da nova roda de escape: tenho, mas não posso mostrar. Esperem até que outro informante "vaze" a informação, ou até a Omega divulgar. Rsrsrsrs. Mas é sério, é documentação interna, não posso mostrar.

Abraços!

Adriano

flávio

No vídeo da Omega, clararmente é mostrado que uma roda é pregada sob a outra. Vejam:

http://www.youtube.com/watch?v=cprVkPlLFwg


O Roger Smith, por exemplo, já mudou o design e faz tudo em peça única, para manter ainda mais a conentricidade:

http://tempered-online.com/forums/viewtopic.php?t=525


Quanto ao ângulo de escape, parece simplista o que vou propor, mas qual a proporção de tempo livre do balanço existem em cada escapamento? Volto a dizer: muito embora no coaxial o ângulo de escape seja menor, seu ângulo total de funcionamento também é menor. Proporcionalmente, matematicamente falando, pode ser que ambos cheguem em valores bem aproximados. Por isso perguntei sobre as perdas: se elas são menores, aí sim haveria diferença.

Mas então meu raciocínio enferrujado não estava tão ruim assim!  ;D  Mas lanço essas outras questões:

- É melhor um maior ou menor ângulo de funcionamento livre, em qualquer tipo de escapamento?
- Basta o ângulo de escape ser menor, ou deve ser proporcionalmente menor em cada tipo de escapamento para ele se mostrar vantajoso?

São indagações que fiquei a pensar depois da discussão.


Flávio

Desotti

Flavio, você postou o mesmo link do Youtube repetidamente.

A animação abaixo mostra o trabalho do escape coaxial em velocidade reduzida, bem interessante:

http://www.youtube.com/watch?v=K45aMlLa6Yo

[[]]'s



Corrigido.


Flávio

Adriano

Flávio, segundo o Daniels, mesmo o escapamento co-axial tendo amplitude teoricamente menor, a proporção ainda é vantajosa. Aliás, a amplitude não tem que ser menor, mas sim, ela pode ser menor. A amplitude menor, girando em torno dos 270 graus, ou seja, 3/4 de volta, favorece os pequenos erros de balanceamento. Por isso, já que a amplitude pode ser menor, é preferível assim.

Na Omega, os primeiros calibres 2500, versão A, de 28.800 bph não davam muita amplitude. As versões seguintes davam amplitude normal, como um escapamento de âncora suíça. Essa informação foi confirmada pela Omega, de que a amplitude tem que ser normal, como de qualquer relógio.

Abraços!

Adriano