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As dádivas do amante

Iniciado por solano, 05 Abril 2011 às 18:06:27

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solano

 Deu-lhe a mais limpa manhã
que o tempo ousara inventar.
Deu-lhe até a palavra lã,
e mais não podia dar.


Deu-lhe o azul que o céu possuía
deu-lhe o verda da ramagem,
deu-lhe o sol do meio-dia
e uma colina selvagem.


Deu-lhe a lembrança passada
e a que ainda estava por vir,
deu-lhe a bruma dissipada
que conseguira reunir.


Deu-lhe o exato momento
em que uma rosa floriu
nascida do próprio vento;
ela ainda mais exigiu.


Deu-lhe uns restos de luar
e um amanhecer violento
que ardia dentro do mar.


Deu-lhe o frio esquecimento
e mais não podia dar.





Do grande poeta Pernambucano Carlos Pena Filho,

Abs,
" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana