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Mercado de trabalho para relojoeiro

Iniciado por Meneghetti, 09 Agosto 2011 às 04:13:59

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Meneghetti

Bom dia caros colegas deste forum alguem poderia informar como está o mercado de trabalho para relojoeiros e a onde haveria vagas para trabalho  ??? ??? ???

cass

Caro amigo, como vai?... infelizmente aqui em rio preto,
há pouquíssimas pessoas habilitadas, que sabem realmente
o que é um "relogio"  :P :P :P :P. Venha para cá..garanto que vai revisar
varias peças minhas,,,,  ;D ;D ;D ;D
QUANTO MAIS AUMENTA-SE  NOSSO CONHECIMENTO, MAIS EVIDENTE FICA NOSSA IGNORÂNCIA.

Adriano

Relojoeiros pouco capacitados há muitos. O que está uma raridade é relojoeiros bem preparados, aptos para mexerem em cronógrafos mecânicos de primeira qualidade, máquinas finas, complicações, e máquinas modernas. O mercado está precisando desses profissionais, cada vez mais.

Mas está difícil achar até quem faça Valjoux 7750 com perfeição, e estamos falando de uma máquina extremamente básica. E precisa-se ter habilidade para máquinas modernas. Há relojoeiros antigos, com grande experiência, mas que pouco conhecem máquinas modernas. Não adianta revisar bem uma Omega 565 e travar em uma ETA 2892, trocar parafusos e etc.

Abraços!

Adriano

murilolsd

Escrevam: daqui a 15 ou 20 anos vamos revisar nossos mecânicos na Suiça!
Todos os bons relojoeiros estão com mais de 50 anos...

Adriano

Não creio. Minha visão, de dentro do ramo, é que os melhores relojoeiros que conheço são justamente os mais jovens, são os mais bem preparados, mais bem treinados e aptos para continuar evoluindo.

Abraços!

Adriano

melao

Acho que o mercado que o amigo Adriano se refere tem razao de ser.Faltam profissionais na area das complicaçoes e dos relogios modernos no mercado das grandes marcas.
Masssssss... pelas minhas andanças na area da Sé e pela Barao de Paranapiacaba,em todos os lugares relacionados a relogios,fornituras,vidreiros,polidores,sarica tambem faltam profissionais nas marcas menos nobres.Em todos existem murais com anuncios procurando relojoeiros e até aprendizes.
Acredito e vejo que em Sampa exista um campo gigantesco para quem realmente conhece a arte relojoeira.
Tirando alguns velhos caciques da relojoaria,que se podem contar na mao,faltam mesmo profissionais novos na area.E o mercado cresce a cada dia.

Paulistano

concordo com o amigo melão.
acho que existe mercado, tanto para o relojoeiro mais novo, como para o mais velho.
como em todo ramo existe sempre aquela questão da idade. o mais novo é melhor? mais interessado? mais focado?
por óbvio que não. se sobra energia ao relojoeiro(e a qualquer outro porfissional) falta-lhe experiência. e isso conta muito na maioria das vezes.
o jovem é afoito, o velho é cauteloso demais. mas quem é melhor?
quanto a capacidade, a idade não determina quem será melhor profissional. vai do interesse de cada um.
o que adianta treinamento amplo se o cara não tem estrutura psicológica para enfrentar uma questão, lidar com clientes, tem paciência para deixar um caso complicado para amanhã, humildade e outras qualidades mais, necessárias a todo bom profissional.
da mesma forma, do que adianta ter muita habilidade mas ser cabeça dura, turrão, achar que é o dono da verdade defeitos (típicos dos mais idosos), e não saber lidar com os colegas e clientes.
a conversa é ampla.
acho que o ideal é ter os dois tipos de profissionais reunidos. um renova o outro, e o serviço torna-se completo.
enfim, é apenas a minha opinião sobre este assunto. respeito quem pensa diferente.
resumindo, acho que tem mercado para todo mundo.
abraço a todos e ótimo final de semana.

murilolsd

Sou de Brasília.
Aqui existem 3 ou 4 (isso mesmo: 3 ou 4) relojoeiros capacitados em relógios mecânicos. :'( :'(
Todos estão na casa dos 60 anos.
Ninguém vai tomar o lugar deles pelo simples fato de que 95% dos movimentos mecânicos aguentam o tranco 05, 10 anos sem manutenção. E os que precisam de manutenção mais constante ou são ordinários ou são grandes complicações. Os ordinários não valem a manutenção (lembrem que estou falando do público que usa o relógio para ver as horas e não de nós membros do FRM). As grandes complicações só as manufaturas revisam (Carregalo's a parte, mas quantos Carregalo's nós conhecemos?).
Assim, os que ainda estão no ramo é por falta de opção (99%) e os novos não vão entrar por falta de capacitação acessível e por incerteza no retorno financeiro.
O meu relojoeiro aqui em Brasília é um MESTRE. Tem um prestígio lascado. Mas vive na pindaíba, anda de ônibus, roupa puída etc.
O ciclo vai ser o seguinte: 1) daqui a 10 anos só vamos conseguir profissionais em São Paulo; 2) daqui a 15 ou 20 anos só vamos conseguir profissionais estrangeiros.
E isso me preocupa especialmente porque tenho 32 anos e pretende revisar meus mecânicos por pelo menos mais uns 40 anos! ;D
O que acham?
Abraço a todos!
Murilo

murilolsd

O que quero dizer, resumindo, é que o mercado de trocadores de bateria e de pulseira é vasto, mas de verdadeiros profissionais é restrito.
Hoje a carência de profissionais é grande e só vai aumentar, mas não haverá reposição.
Poderíamos até criar uma bolsa do FRM para mandar algum jovem talento para capacitação na Suiça. A cada um ano ou dois, selecionaríamos uns três relojoeiros jovens (mas verdadeiramente da carreira) e faríamos votação entre os contribuintes da bolsa para eleger o que ganharia o curso. Os administradores do FRM fariam a gestão do fundo.
Com isso estaríamos nos beneficiando, garantindo o futuro saudável de nossas coleções...
O que acham? ???
Abraço a todos!
Murilo.

Alberto Ferreira

Salve, amigos!

Bom,...
Eu vou contar uma história só para corroborar um dos pontos levantados pelos amigos.

Tempos atrás, anos atrás, por razões meramente diletantes, pois eu nunca cogitei de fato ser um profissional da área, eu fiz dois cursos para formação de relojoeiros.
Nas turmas em que eu estive havia sempre jovens profissionais (ou quase profissionais), que lá estavam com os cursos pagos por seus empregadores.

O que eu observei, já naquela ocasião, foi...

Falando de uma forma geral, se é que me entendem.

- O nível cultural daquelas pessoas era, para dizer o mínimo, baixo.

- Não se sentia muita "vocação" entre eles. Em alguns casos parecia quase uma espécie de "oportunismo".
Não havia, da parte de muitos, a disposição de aprender (a fundo). "Eu cheguei a ouvir coisas como... "o que eu quero é o certificado, ganho mais trocando pilhas..."

E por aí vai...

Bem,...
Por que eu estou fazendo este tipo de comentário?

Para tentar levantar a seguintes questões, para as nossas trocas de opiniões.

1) Relojoeiro de "nível" precisa de boas escolas, no exterior é nível superior.

2) Existe o mercado para os profissionais "de nível"? Sim. Mas o que está de fato sendo feito no sentido da formação de novos?
Nós temos até alguns exemplos aqui no FRM de empresas que investem (e muito) na formação e treinamento dos seus profissionais, mas, convenhamos que (sem demérito) muitos dos profissionais que hoje atuam no nosso país (já em meia-vida profissional) são de outra época (onde aprendiam de forma quase que exclusivamente autodidática).

3) Qual será o futuro a médio prazo?
Será que a tendência será apenas a "troca de pilhas" (nos caso dos "independentes") ou as concessionárias (no caso das marcas com representação local)?

Pois é...
O que vocês acham?

Abraços a todos,
Alberto

flávio

Também moro em Brasília e, ao contrário do colega, só conheço mesmo o povo da antiga autorizada Omega aqui, Francelino e Cia. Um dos filhos dele está seguindo o caminho e, inclusive, o acho muito competente, tem feito seus treinamentos do exterior, etc. Mas eles não são barateiros, pelo contrário. E também não estão na pindaíba, justamente porque resolveram seguir o caminho de somente revisar relógios que, comercialmente, valham à pena. Entenda-se: eles revisam qualquer coisa, mas às vezes a revisão custa mais caro do que o relógio que o cara quer arrumar, e o serviço acaba não sendo feito.

O outro filho dele certamente irá pular fora do negócio, pois está se formando em Direito e atuando na área.

Porém, vejo o seguinte. Apesar dos pesares, temos uma classe média incipiente se formando no Brasil (não digo só aqui, mas em todo mundo, apesar de toda crise). No Brasil, bens de consumo que não eram acessíveis às pessoas estão começando a ser, inclusive relógios de luxo, e aqui retorno ao conceito que envolve vários segmentos, que vão de coisas de 1000 reais (o que não é pouca grana NUNCA) até centenas de milhares.

Os poucos relojoeiros no Brasil suprem a demanda? Não sei...Com a palavra o Adriano, que é gerente de uma Autorizada no Brasil. Acredito que não, pois mesmo nas autorizadas, os serviços não tem sido feitos de forma tão rápida como eu gostaria. O volume de serviços deve estar razoável. Mas são ilações.

No entanto, chegará num momento em que teremos mais relógios de luxo no mercado, precisando de revisão. Acredito que a tendência seja o mercado para relojoeiros ressurgir, no médio prazo.

Mas não acredito no ressurgimento do relojoeiro independente no Brasil e até mesmo no resto do mundo, sobretudo pela política de distribuição de peças pelas empresas e credenciamento de autorizados.

Uma coisa, porém, é fato: a clientela exige serviço de altíssima qualidade e investimentos deverão ser feitos pelas próprias fábricas. Afinal, quem compra uma Mercedes não quer serviço pós venda mal feito.

Flávio

murilolsd

Flavio,
a única assistência técnica de "swiss made" em Brasília e que tem acesso a peças ETA direto do fornecedor é o Francelino.
Ele deve estar com uns 70 anos...
Não sei se vc conhece o Faria (mesmo andar do Francelino - CNB sala 6.204). Ele é meu relojoeiro. Deve ter também os seus 70 e não tem filhos na profissão...
Dois relojoeiros experientes vão nos deixar logo logo e um filho vai ficar no lugar sabe-se lá com que qualidade e por quanto tempo...mantenho minha preocupação... :-\ :-\ :-\
Abraço!
Murilo

automatic

Uma coisa já estou percebendo.
Os preços estão aumentando vertiginosamente, esta é uma tendencia devido a falta de profissionais capacitados.

Na minha opinião, daqui a uns 10 anos manutenção só em autorizada...
Fora da autorizada, só troca de pilha e pulseira.

moebius

Sou relojoeiro a 17 anos , desde de os 13 ,e ja comecei a ensinar o meu filho Cris que tem 13, se depender de nós, os amigos não estarão desamparados!

murilolsd

Boa notícia! ;D
Seja muito bem vindo! ;D
Por curiosidade, vc tem algum curso ou é autodidata?
Abraço!
Murilo

moebius

Sim,comprei um curso por correspondencia do Instituto Brasileiro de Relojoaria que ja nao existe mais o metodo foi escrito pelo professor Dimas de Melo Pimenta(DIME) custou 80,00 URV em 94