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Gatos... Sempre fantásticos!

Iniciado por solano, 19 Novembro 2011 às 13:15:36

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solano

 Linda Dalila !!!! Cuidado com Sansão!!!! ;D ;D ;D ;D ;D ;D ;D ;D
" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana

Byron

Ô Melão, mas a Dalila é mesmo linda demaaais. :-*
Abraço, meu caro.
" J'ai plus de souvenirs que si j'avais mille ans."  C. Baudelaire

Paulistano

estou colocando o meu para fazer ginástica.

vai ficar em forma.
abraços.

thomas.bnu

A Lala está crescendo e olha só, ela tem no máx 6 meses e Meio!



O efeito terapêutico dos animaizinhos comprovei mesmo rsrsrs
Reduz bastante o stress a compania da criaturinha!

solano

 Linda e cada vez mais! :D :D :D :D :D

A Lala tem um olhar de uma artista de cinema, dos anos 50, com aquele charme único de quem sabe o que quer ! ;)
" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana

thomas.bnu

Citação de: solano online 17 Dezembro 2011 às 08:51:59
Linda e cada vez mais! :D :D :D :D :D

A Lala tem um olhar de uma artista de cinema, dos anos 50, com aquele charme único de quem sabe o que quer ! ;)

rsrs, obrigado, e ela sabe mesmo, ela é bastante esperta!

kaiuka

pow....

não tem um tópico sobre cães?


nao sou chegada a gato.


sorry.


thomas.bnu

É o assunto aqui é sobre os gatos (Gatos nunca morrem)!
Eu havia pensado em fazer um tópico genérico 'Animais de estimação- mostre o seu', se quiser faça, tenho
certeza que tem gente com cães e outros animais querendo conversar e mostrar seu mascotinho!

solano

Citação de: kaiuka online 30 Dezembro 2011 às 02:34:37
pow....

não tem um tópico sobre cães?


nao sou chegada a gato.


sorry.




Sim! :D

Abra um tópico sobre os caninos. Eu tive e já fui criador da raça Weimaraner, veja o texto abaixo:

Weimaraner


Já fui criador dessa raça de cães. São animais superiores e especiais sobre os quais tenho algumas histórias para contar.
Meu pai, um eterno otimista, gostava de animais e, mais ainda, de aparecer. Sendo vaidoso, estava sempre na vanguarda de seu tempo. Ainda pequeno, na época da construção de Brasília, o engenheiro José Solano por lá trabalhou e, como bom aventureiro, achou na estrada um filhote de avestruz. Colocando a ave no carro e a levou para conhecer a cidade maravilhosa. Na ladeira do Leme, havia uma bela casa com um pátio grande onde a ave seria cuidada pela minha mãe (sobrava sempre para ela). Ele, por sua vez, tomaria seus whiskies contando estórias sobre o Planalto Central e acompanhado por amigos incrédulos. Esse era o plano! E falhou... O bicho sobreviveu uma semana e foi de encontro ao Pai Eterno: morreu de fome, coitadinho. Não, por favor, meu querido pai não era má pessoa, não! Ele não deixou de dar milho, farinha com leite, migalhas de pão e outros alimentos para a penosa. A moça simplesmente não comia. O velho entrou em contato com biólogos e estudantes do assunto, só que não se podia contar com celulares nem com papai Google para ajudar. Assim, quando a solução chegou, o óbito já tinha ocorrido. Explico: a mamãe avestruz bota seus ovos e, antes de chocá-los, bica um e deixa lá apodrecendo. Os filhotes nos outros ovos, ao saírem, vão comer as moscas do irmão morto. Dessa forma, a espécie sobrevive nos primeiros dias. Esse meu pai...
Voltemos aos cães. Com mesmo espírito de vanguarda e exibição pessoal, o Coroa passou na casa do Moogen, um biólogo famoso da época. Após a conversa fantástica e sábia que tiveram, papai fez amizade com o cientista. Esse homem tinha cães Weimaraner. O cão dessa raça é diferente e raro, lindo: pelos prateados, olhos claros, belo porte e habilidades de grande caçador. Papai voltou para casa trazendo uma cadela no carro, tal qual fizera com o filhote de avestruz no passado. Com uns 4 meses de vida, eu vi Iaba, uma paixão logo de cara e um projeto de renda extra.
Jovem, já morando em Ipanema e com casa no Alto da Boa Vista, resolvi criar esses cães. Munido das informações básicas e desfilando com aquela belezura, fiz uma pesquisa de campo e descobri um negócio bem rendoso: investimento ZERO, custo de manutenção (comida) ZERO, venda FÁCIL e preço ÓTIMO. Assim, nasceu meu canil de Weimaraners, que foi um sucesso total! Vendi alguns e, quando estava prosperando, me mudei para a Barra da Tijuca. A casa estava localizada na avenida "F" (hoje, av. Adilson Seroa da Motta), na quadra da praia. Então, me desfiz da criação. Contudo, levei comigo a cadela Tula, filha de Iaba. Tulinha era um amor, conquistava todos com seu suspiro ao sentar e no cruzar elegante das pernas. Corria comigo na praia da Barra, atrás dos pombos. Era lindo vê-la tentar pegá-los, mesmo sem sucesso, com aquele porte de caçadora, "congelando" ao ver a presa  se aproximar – era a clássica pose de três patas no chão e uma suspensa ao ar, dobrada, prenunciando o ataque fatal! Bons tempos de praia vazia: Barra da Tijuca limpa, "mar caribenho" todos os dias... Saudades...
Taciana tinha medo de todos os cachorros nessa vida, menos de Tulinha. Tulinha sabia das unhas treinadas da patroa e, ao vê-la, corria com seu focinho frio para o meio das pernas dela e suspirava, esperando a divina carícia na cabeça. Bem, nem tudo é maravilha e a danada tinha problemas digestivos com uma fabricação espetacular de gases tóxicos, coisa de louco! Porém, até certo ponto, tudo tem um ponto positivo. Nas reuniões familiares, quando algum conviva soltava um "traque", a coitada levava a culpa "Foi Tulinha". E a cadela era enxotada para fora aos gritos de mamãe. Tulinha saía de cabeça baixa para o jardim e o "mão pálida" se safava do vexame.
Eles são animais especiais e com uma boa dose de sorte você pode ter um  Buck na sua vida. Meu amigo de colégio, infância e bar, foi convidado a levar para casa um belo macho por mim escolhido, como prova da minha forte amizade. E lá se foi Luiz, com aquele cachorrinho de 3 meses, já vacinado e de rabo cortado (eu mesmo aprendi a cortá-los nas ninhadas, era fera nisso!), a cabeça de formato quadrado, uma pequena mancha no peito, cor adequada e patas grandes – um belo exemplar de Weimaraner. O problema é que esse amigo morava no Flamengo, num apartamento pequeno, cuja área era inadequada para receber o novo habitante. O plano "B", em caso de recusa da mãe (dona Lúcia) dele, era levar o quatro patas de volta para minha casa e vendê-lo. Entretanto, o bicho era charmoso e bonito demais! Aqueles olhos azuis conquistaram a família Castro e, não deu outra, virou um ente querido da casa. Ele cresceu com o carinho habitual e a disciplina do meu querido Luiz, transformando-se no animal mais humano que já conheci: educado, comportado e obediente! Aprendeu a andar sem coleiras e atravessar a rua. Seu playground  era o Aterro do Flamengo – uma festa! Ele corria feliz da vida pela grama, pegando as bolas que Luiz jogava. Até um fatídico dia, em que a namorada do Antonio, tio do cão, levou o bichinho para andar de bicicleta com ela na pista escaldante do aterro! Que sofrimento! O animal foi até o MAM com aquelas almofadinhas que os animais da espécie têm nas patas, um amortecedor natural – e voltou sem. Vocês já viram um hambúrguer na chapa com o pão por cima, quando se dá aquela levantadinha no pão para ver o ponto da carne? Uns 30º de inclinação já são o bastante para ver o cozimento, né? Assim estava o Buck – com 4 "hambúrgers" nas patas, olhos vermelhos e lacrimejantes. Enquanto isso, a Tereza reclamava de Luiz, "Você disse que esse cachorro corria, que decepção...". O bichinho mancava e olhava para o pai num suplício final, "Me afaste dessa mulher ". E lá foi o Luiz colocar as patas do bicho on the rocks.
Nossa casa em Arraial era um paraíso. BUCK sabia que o mar era gelado, tanto que, ao ver Tereza, corria desesperado para água. Esse comportamento era estranho e eu nunca o entendi. Cachorro tem cada coisa esquisita... Outro drama era CHOPP, um boxer grande e pesado, que morava na Praia grande. O tal cão odiava o Buck e latia desvairadamente ao vê-lo, num ódio mortal: um, feio e preso; o outro, lindo, solto e de férias! Sacanagem! Então, deu-se o embate: a "tal bebida alemã" se soltou das ferragens que o prendia e num átimo correu na direção de Buck, indefeso adolescente. Uma luta de um atleta de vale tudo com o cantor Fiuk . Um cheiro de morte emergiu da areia branca – nós tínhamos que salvar o Buck! Tudo foi feito com coragem e valentia: cadeira de praia quebrando, barraca no quengo do cachorro e o pau comeu, quando num lance de habilidade, entre uma dentada e outra, nossa vítima foi resgatada com vida.
Hoje, sinto falta de um cão, amigo e parceiro. E se um dia, você leitor, quiser viver essa alegria animal, tenha um Weimaraner. Com muita sorte e benção divina, um outro Buck pode reaparecer na face da Terra – mas longe, bem longe do Aterro do Flamengo.


Roberto Solano
" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana

kaiuka

adorei o texto, solano.

parabéns.


eu tenho trauma de gatos pq minha madrinha faleceu em virtude de toxioplasmose adquirida dos felinos que possuía.

coitada, doença terrível.

padeceu por alguns anos, definhando aos poucos com sofreguidão.

mas eu amo animais.

todos eles.

principalmente cães.

cuidem bem de seus mascotezinhos.

;)

thomas.bnu

Toda a mais pura verdade do início ao fim:



"ODE AO GATO





Artur da Távola



Nada é mais incômodo para a arrogância humana que o silencioso bastar-se dos gatos. O só pedir a quem amam. O só amar a quem os merece. O homem quer o bicho espojado, submisso, cheio de súplica, temor, reverência, obediência. O gato não satisfaz as necessidades doentias de amor. Só as saudáveis.

 
            Já viu gato amestrado, de chapeuzinho ridículo, obedecendo às ordens de um pilantra que vive às custas dele? Não! Até o bondoso elefante veste saiote e dança valsa no circo. O leal cachorro no fundo compreende as agruras do dono e faz a gentileza de ganhar a vida por ele. O leão e o tigre se amesquinham na jaula. Gato não. Só aceita relação de independência e afeto. E como não cede ao homem, mesmo quando dele dependente, é chamado de traiçoeiro, egoísta, safado, espertalhão ou falso.

 
            "Falso", porque não aceita a nossa falsidade e só admite afeto com troca e respeito pela individualidade. O gato não gosta de alguém porque precisa gostar para se sentir melhor. Ele gosta pelo amor que lhe é próprio, que é dele e o dá se quiser.

 
            O gato devolve ao homem a exata medida da relação que dele parte. Sábio, é esperto. O gato é zen. O gato é Tao. Conhece o segredo da não-ação que não é inação. Nada pede a quem não o quer. Exigente com quem o ama, mas só depois de muito se certificar. Não pede amor, mas se lhe dá, então o exige.

 
            O gato não pede amor. Nem dele depende. Mas, quando o sente, é capaz de amar muito. Discretamente, porém, sem derramar-se. O gato é um italiano educado na Inglaterra. Sente como um italiano, mas se comporta como um lorde inglês.

 
            Quem não se relaciona bem com o próprio inconsciente não transa o gato. Ele aparece, então, como ameaça, porque representa a relação sempre precária do homem com o (próprio) mistério. O gato não se relaciona com a aparência do homem. Vê além, por dentro e avesso. Relaciona-se com a essência.

 
            Se o gesto de carinho é medroso ou substitui inaceitáveis (mas existentes) impulsos secretos de agressão, o gato sabe. E se defende ao afago. A relação dele é com o que está oculto, guardado e nem nós queremos, sabemos ou podemos ver. Por isso, quando esboça um gesto de entrega, de subida no colo ou manifestação de afeto, é muito verdadeiro, impulso que não pode ser desdenhado. É um gesto de confiança que honra quem o recebe; significa um julgamento.

 
            O homem não sabe ver o gato, mas o gato sabe ver o homem. Se há desarmonia real ou latente, o gato sente. Se há solidão, ele sabe e atenua como pode (enfrenta a própria solidão de maneira muito mais valente que nós).

 
            Se há pessoas agressivas em torno ou carregadas de maus fluidos, eles se afastam. Nada dizem, não reclamam. Afastam-se. Quem não os sabe "ler" pensa que "eles não estão ali", "saíram" ou "sei lá onde o gato se meteu". Não é isso! É preciso compreender porque o gato não está ali. Presente ou ausente, ensina e manifesta algo. Perto ou longe, olhando ou fingindo não ver, está comunicando códigos que nem sempre (ou quase nunca) sabemos traduzir.

 
            O gato vê mais, vê dentro e além de nós. Relaciona-se com fluidos, auras, fantasmas amigos e opressores. O gato é médium, bruxo, alquimista e parapsicólogo. É uma chance de meditação permanente ao nosso lado, a ensinar paciência, atenção, silêncio e mistério.

 
            Monge, sim, refinado, silencioso, meditativo e sábio, a nos devolver as perguntas medrosas esperando que encontremos o caminho na sua busca, em vez de o querer preparado, já conhecido e trilhado. O gato sempre responde com uma nova questão, remetendo-nos à pesquisa permanente do real, à busca incessante, à certeza de que cada segundo contém a possibilidade de criatividade e novas inter-relações, infinitas, entre as coisas.

 
            O gato é uma lição diária de afeto verdadeiro e fiel. Suas manifestações são íntimas e profundas. Exigem recolhimento, entrega, atenção. Desatentos não agradam os gatos. Bulhosos os irritam. Tudo o que precisa de promoção ou explicação os assusta. Ingratos os desgostam. Falastrões os entediam. O gato não quer explicação, quer afirmação. Vive do verdadeiro e não se ilude com aparências. Ninguém em toda a natureza, aprendeu a bastar-se (até na higiene) a si mesmo como o gato.

 
            Lição de sono e de musculação, o gato nos ensina todas as posições de respiração e yoga. Ensina a dormir com entrega total e diluição no Cosmos. Ensina a espreguiçar-se com a massagem mais completa em todos os músculos, preparando-os para a ação imediata. Se os preparadores físicos aprendessem o aquecimento do gato, os jogadores reservas não levariam tanto tempo (quase quinze minutos) se aquecendo para entrar em campo. O gato sai do sono para o máximo de ação, tensão e elasticidade num segundo. Conhece o desempenho preciso e milimétrico de cada parte do seu corpo, ao qual ama e preserva como a um templo.

 
            Lições de saúde sexual e sensualidade. Lição de envolvimento amoroso com dedicação integral de vários dias. Lição de organização familiar e de definição de espaço próprio e território pessoal. Lição de anatomia, equilíbrio, desempenho muscular. Lição de salto. Lição de silêncio. Lição de descanso. Lição de introversão. Lição de contato com o mistério, o escuro e a sombra. Lição de religiosidade sem ícones.

            Lição de alimentação e requinte. Lição de bom gesto e senso de oportunidade. Lição de vida e elegância, a mais completa, diária, silenciosa, educada, sem cobranças, sem veemências ou exageros e incontinências.

              O gato é um monge portátil sempre à disposição de quem o saiba perceber."