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Deixar o cronógrafo funcionando o tempo todo.

Iniciado por PRTORRES, 26 Dezembro 2011 às 00:49:42

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PRTORRES

Algumas pessoas gostam de ver o ponteiro grande do cronógrafo funcionando como se fosse o de segundos, que na verdade é o ponteiro menor que tem o movimento contínuo, este sim é o de segundos. Independente do relógio ser mecânico ou quartz, tem algum malefício deixar o cronógrafo ligado o tempo todo, além é claro de gastar mais bateria?

igorschutz

Nos quartzo, em geral, a única diferença será o maior consumo da bateria, já que um motor a mais estará sendo acionado, mas o desgaste será ínfimo.

Já nos mecânicos, depende do movimento.
Em linhas gerais, num movimento clássico, com acoplamento lateral, haverá uma perda de amplitude, já que o trem de força receberá engrenagens a mais, e, consequentemente, a "precisão" do relógio vai pro saco. Pode ser também que algumas peças sofram um desgaste mais acentuado, já que nesse tipo de movimento o crono não foi desenvolvido para ficar acionado o tempo todo.

Porém, há movimentos de concepção mais modernas onde o crono pode ficar acionado intermitente que não haverá problema, tanto de desgaste quanto de precisão.
Num calibre tipo o 28-520 da Patek, com acoplamento vertical, a própria empresa sugere que se deixe o crono acionado a todo instante e que se use a função flyback quando quiser cronografar algo. Se não me engano, alguns cronos japas vintage também recebem a mesma recomendação.
Opinião é como bunda: todos têm a sua. Você dá se quiser.
Opinião é como bunda: você dá a sua e eu meto o pau.

NÃO ACREDITE NO QUE 'FALAM' AQUI, ESTUDE BEM E TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES

vinniearques

uma pergunta que não sei se é meio besta, mais com o cronógrafo acionado fora o pulso a reserva de marcha diminui?

igorschutz

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Paulistano

este fórum é mesmo muito legal.
semana passada pensei em abrir um tópico exatamente com esta dúvida.
comprei um speedmaster moon, e confesso que fico em dúvida se deixar o ponteiro do crono funcionando desgasta o mecanismo.
enfim, muito legal o tópico.
abraços.

Sergiaum

Citação de: igorschutz online 26 Dezembro 2011 às 08:55:11Num calibre tipo o 28-520 da Patek, com acoplamento vertical, a própria empresa sugere que se deixe o crono acionado a todo instante e que se use a função flyback quando quiser cronografar algo. Se não me engano, alguns cronos japas vintage também recebem a mesma recomendação.

tio, a conclusao q eu tirei disso foi a seguinte: a principio, deixar o crono ligado o tempo inteiro, num relogio mecanico, desgasta o mecanismo e prejudica a precisao... se a patek recomenda q se deixe o crono ligado, qr dizer entao q o relogio sofrera menos desgaste e tera uma precisao maior, eh isso?! ???

pq se nao for isso, entao nao tem "vantagem" nenhuma deixar o crono acionado... alias, so desvantagem, pois o flyback se tornaria uma funcao crono comum...

ou viajei?! ;D

abs.

igorschutz

Sergiaum,

A Patek não "recomenda" que se deixe o crono acionado, e sim "sugere" que se deixe acionado. São coisas diferentes.

Esse calibre específico não conta com ponteiro de segundos permanente, então, se você deixar o crono parado, o relógio fica como que sem "sinal de vida".
Se você acionar o crono no momento exato, o ponteiro de segundos do cronógrafo fará as vezes de segundeiro do relógio.
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Adriano

Complementando, na maioria dos relógios a quartzo o consumo dobra. Em alguns, triplica ou quadruplica, como alguns 7Txx da Seiko cujo ponteiro de segundos tem mais de um pulso por segundo.

Nos mecânicos, na minha opinião, não há qualquer evidência de que isso cause desgaste. Primeiro que é dificílimo notar sinais de desgaste típicos de uso intenso (como eixos com pescoço) em rodas de cronógrafo. Segundo que as peças relativas a parte do cronógrafo não são subdimensionadas. Basta observa a diferença entre um eixo de segundos normal e de uma roda de crono, para ver que é a mesma coisa. Alguns cronos podem raramente apresentar algum desgaste não pelo uso, mas pela repetição do acionamento e zeramento. Ou seja, o problema aí não é deixar ligado o tempo todo, mas acionar, parar e zerar 50 vezes por dia. Pois o atrito na roda do crono é tão pequeno quanto a de uma roda de segundos. É muito difícil haver desgaste. Já o atrito entre as alavancas e peças responsáveis pelo comando do crono, aí sim, é alto e sem lubrificação somado ao abuso, pode, eventualmente (dependendo muito da qualidade do mecanismo também) trazer algum prejuízo a longo prazo.

Uma regra é básica: se o mecanismo estiver em ordem, devidamente revisado, não há com que se preocupar com absolutmente nada.

Resumindo: sou favorável de que o desgaste com o cronógrafo acionado por tempo integral é algo nulo ou insignificante ao longo da vida de um relógio.

Mas há sim, a segunda parte, que é o prejuízo da amplitude e consequentemente da marcha. Tudo vai depender de mecanismo para mecanismo, pois com um mesmo sistema de acoplamento, há os que perdem mais amplitude, há os que perdem menos, considerando ambos em perfeita ordem. Vai depender também do isocronismo: a marcha de alguns mecanismos vai sofrer mais com a perda de amplitude, outros menos.

Exemplo: um 7750 de nível mais ou menos deve sofrer mais com a perda de amplitude do que um com COSC.
O tipo de acoplamento faz diferença. Como bem notado pelo Igor, o acoplamento horizontal envolve mais atrito e há mais perda de amplitude. Podem ser 10 graus, podem ser 40. Com embreagem vertical normalmente a queda de amplitude não existe, e pelo contrário, em alguns mecanismos, a amplitude é maior com o crono acionado. Isso porque na embreagem vertical, basicamente o que ocorre é que o ponteiro de segundos fica freado e uma parte da roda tem que girar com atrito contra o eixo central. Quando se aciona o crono, tudo é liberado e passa a roda junto, apoiado naturalmente sobre o rubi. O atrito diminui.
Esse é o motivo da sugestão da PP. Aliás, uma perda muito grande de amplitude com o crono parado é indicativo de defeito na roda central do crono quando com sistema de embreagem vertical. Já notei isso em Seiko 6139/6138, em que a amplitude despenca com o crono parado e volta ao normal com ele acionado.
Uma vez em uma conversa informal com o Dr. Kurt Klaus, ele confessou que a F. Piguet teve problemas no desenvolvimento dos calibres 1180 justamente porque eles funcionavam perfeitamente com o crono ligado, mas paravam com o crono desligado.

Abraços!

Adriano

igorschutz

Adriano,

Belo adendo! ;)

Eu ia mencionar sobre um calibre específico, com acoplamento vertical, que quando acionado teria amplitude melhor do que com o crono parado, mas tinha esquecido qual calibre era, por isso deixei de comentar. Mas, pelo visto, isso ocorre com todos os mecanismos com esse acoplamento.

Um parêntese: diz a PP que com o 28-520 não há essa alteração na amplitude, e até por isso mesmo deixaram de fora um ponteiro de segundos [indireto] constante, pois isso afetaria a qualidade da marcha.
Mas isso é marketing, e, como sabemos, o que o marketing diz nem sempre se comprova na bancada.

Em relação ao desgaste/não desgaste do crono com acoplamento horizontal, você está corretíssimo, como de costume.
Quando li a pergunta, meio veio à cabeça a quantidade de registros de rodas transmissoras com dentes quebrados, mas, estupidamente, não pensei que isso decorre mais do acionamento constante do mecanismo do que pelo funcionamento intermitente do crono.

Como se vê, é só parar um pouquinho para pensar que as coisas ficam muito mais claras.

Obrigado e um abraço,

Igor
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Adriano

O atrito extra que ocorre com o crono ligado é pequeno e é fácil de ser observado. Vejamos por exemplo um Omega 861, que é um crono com embreagem horizontal bem clássico. Quando o bicho está revisadinho, não perde mais que 15 graus com o crono acionado. É muito pouco e revela que, estando tudo em ordem, o atrito extra é mesmo pequeno, ou, em outras palavras, a roda central do crono é bem leve e sofre pouco atrito contr seu rubi. O acumulador de horas, por sua vez, propelido diretamente pelo tambor, nem implica em esforço extra. E o acumulador de minutos, só rouba energia por cerca de 2 segundos por minuto, no momento do salto.

Quanto à alteração de amplitude com embreagem vertical, eu realmente não tenho notado isso acontecer em F. Piguet ou no Omega 3303 quando em ordem. Praticamente não há variação de amplitude ou quando há é inferior a 5 graus. Nos Seiko 6139, a subida de amplitude é mais notável quando o crono é acionado, mas acho que se deve mais ao fato da amplitude ser num geral baixa nesses mecanismos e pelo fato de os 6139 que existem por aí já estarem meio sambados.

Uma curiosidade é que a Seiko prevê manutenção da roda central do crono, que requer lubrificação no ponto onde o eixo central desliza sobre a roda. O manual técnico prevê que se lave e relubrifique a roda. Já nos F. Piguet e Omega 3303, o preciosismo suíço é mais esperado: a roda recebe uma lubrificação de fábrica que não pode ser refeita. Por isso não recomendam que se lave a roda do crono. Se ela estiver suja demais, tem que ser trocada. Nunca vi isso ser necessário, mas é uma coisa típica de suíço. Como é de se imaginar, a roda não é barata.

Abraços!

Adriano

Adriano

Ah, para refrescar a memória e para os novatos, segue meu artiguinho do site principal. O que se lê ali sobre a embreagem é válido para todo mecanismo com esse sistema. Praticamente nada muda em concepção nem em desenho. É assim para o F. Piguet, Omega 3303, Breitling B01, Rolex 4130 e etc.

http://www.relogiosmecanicos.com.br/seiko_automatic_chronograph.html

Abraços!

Adriano

Eliton-JT

  Isso com certeza perde o charme do cronografo, é muito legal quando as pessoas perguntam: "E esse ponteiro nao anda?" No meu ver fica mais interessante o ponteiro grande parado, fica mais caracteristico e bem diferente. Entao se ficar funcionando sempre perde sua principal caracteristica e deixa de ser diferente, uma humilde opinião

BCRodrigues

Pessoal....me tire uma dúvida...um colega meu tem um TAG KIRIUN...QUARTZ..CHRONO....só que ele sempre deixa tudo ligado...tentei explicar que gasta mais bateria, etc..mas ele sempre deixava toda que batiamos um papo...tava lá...tudo girando...agora a bateria acabou, ele me disse que trocou a bateria e que o mesmo ficou com um problema, digamos de micro-paradas no ponteiro do chrono....ele me questionou o que poderia ser...eu pensei em várias coisas...dentre elas: 1) Até a propria bateria ser menos profunda ou de menor diâmetro e findar causando um micro mal contato, 2) placa do circuito com defeito...3) Uma Bateria de má qualidade
....alguma sugestão o que realmente pode ser? agradeço a todos!!! abraços BC :) :)
"Nunca se afaste de seus sonhos, pois se eles se forem, você continuará vivendo, mas terá deixado de existir". (Charles Chaplin)

Adriano

Necessidade de limpeza e lubrificação é mais provável. Essas citadas são quase impossíveis de causar esse sintoma.

Abraços!

Adriano

FALCO

Adriano, li por aí (não vou lembrar onde ou trazer o link, já faz tempo, ultimamente mal vejo fotos...) que os "el primeiro", no exemplo era um striking 10h mas não me recordo se era esta modificação ou todos, perdiam muita amplitude com o chrono ligado, indo abaixo de 170/180º e o isocronismo subia para mais de 15s. Não sei qual a amplitude normal deste movimento, para saber se estes valores estão nos 40/50º aceitáveis, mas este delta...
Já viu/ouviu algo a respeito?
FRM: contra argumentos, não há fatos !!!

Adriano

Interessante! É provavel sim!

Isso deve ser algo específico do Striking Tenth, e faz todo sentido. No El Primero "normal", é como qualquer outro crono com embreagem horizontal.

Abraço!

Adriano

Mauro

Citação de: BCRodrigues online 27 Dezembro 2011 às 18:25:01
Pessoal....me tire uma dúvida...um colega meu tem um TAG KIRIUN...QUARTZ..CHRONO....só que ele sempre deixa tudo ligado...tentei explicar que gasta mais bateria, etc..mas ele sempre deixava toda que batiamos um papo...tava lá...tudo girando...agora a bateria acabou, ele me disse que trocou a bateria e que o mesmo ficou com um problema, digamos de micro-paradas no ponteiro do chrono....ele me questionou o que poderia ser...eu pensei em várias coisas...dentre elas: 1) Até a propria bateria ser menos profunda ou de menor diâmetro e findar causando um micro mal contato, 2) placa do circuito com defeito...3) Uma Bateria de má qualidade
....alguma sugestão o que realmente pode ser? agradeço a todos!!! abraços BC :) :)
Isso pode ocorrer por um simples fato de revisão como o Adriano mencionou, e também por uma bateria incorreta para o mecânismo.

Abs.

Mauro

Mauro

Citação de: Adriano online 26 Dezembro 2011 às 18:47:44
Uma curiosidade é que a Seiko prevê manutenção da roda central do crono, que requer lubrificação no ponto onde o eixo central desliza sobre a roda. O manual técnico prevê que se lave e relubrifique a roda. Já nos F. Piguet e Omega 3303, o preciosismo suíço é mais esperado: a roda recebe uma lubrificação de fábrica que não pode ser refeita. Por isso não recomendam que se lave a roda do crono. Se ela estiver suja demais, tem que ser trocada. Nunca vi isso ser necessário, mas é uma coisa típica de suíço. Como é de se imaginar, a roda não é barata.
Abraços!
Adriano
Somente completando, a questão da troca das rodas ou não, digo pelo que eu conheco os F.Piguet , que Omega 3303, Audemars Piguet, Patek , Blancpain . Todas estas marcas usam e mais algumas.
E cada uma tem a polítoca diferente, pela Omega e Breguet , a política é a troca da roda , ja por Patek e AP. pode lavar e lubrificar sem problemas.
O que eu acho é que a política S.G. é produção , tempo e dinheiro, e com a troca da roda completa, tudo é mais fácil e mais rápido.
E como foi mencionado antes, um relógio em boas condições, não tem problema algum ficar com o crono funcionando, ele pode até variar um pouquinho a marcha entre 1 a 3 s/d no máximo caso contrário , sinalização de problema. revisão neles.
Um forte abraço.

Mauro