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revolta do brasileiro...

Iniciado por LF, 02 Julho 2013 às 13:00:56

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LF

Amigos,

Isso já deve ter se tornado viral: https://www.youtube.com/watch?v=v21WiXspRO0&feature=youtube_gdata_player

Não sei se já assistiram, mas eu assisti e, infelizmente, não consegui criticar o sujeito. Apesar de ser contra a autotutela, não consegui lhe tirar a razão e estou um pouco incomodado com o meu posicionamento favorável ao radicalismo  >:(

O que acham?

Abs.,

LF

vinniearques

Também sou contra o radicalismo!

mais tem horas que o descaso é tanto e o consumidor tão abusado que uma atitude dessas se justifica, principalmente pela publicidade que ela trás, esse sim será o prejuizo da empresa, o que ele quebrou é o de menos!

igorschutz

Vi este vídeo hoje cedo e retransmiti por e-mail a alguns amigos.

A autotutela é perigosa, pois dificilmente a pessoa lesada conseguirá dosar a "pena" de maneira justa. Vai que um maluco, por um leve aborrecimento qualquer, inspirado nisso aí, ache que é justo quebrar uma loja inteira... não dá, né?

...No entanto, verdade seja dita, já sofri esse tipo de aborrecimento extremo algumas vezes, e gostaria de ter tido a coragem desse cara para fazer uma coisa dessas. Portanto, eu também não lhe tiro a razão e apoio o que ele fez.

Tenho a mais absoluta convicção que, se mais coisas desse tipo ocorressem, esses sem-vergonhas abusariam menos do consumidor.

Vale dizer que, a alternativa à esse tipo de atitude seria procurar seus direitos no Tribunal, porém, acho que o Juizado Especial só funciona direito para alguns poucos abençoados, como nosso Patrão, pois, para mim, quando precisei (e olha que sou advogado), em duas oportunidades, uma foi indeferida e outra demorou DOIS ANOS para ser resolvida. Sendo que em ambos os casos eu estava coberto de razão e não foi necessário produzir provas.

Olha como funciona a Justiça no Brasil: comprei uma TV com defeito. Reclamei com a loja, que mandou buscar a TV para conserto. A assistência ficou com minha TV por mais de dois meses (sendo que o prazo legal do art. 18 do CDC é de 30 dias), sem me dar qualquer previsão de prazo ou qual origem do defeito. Ajuizei uma ação no JEC, pedindo tutela antecipada. A tutela antecipada foi indeferida pois a juíza alegou que eu não provei que a TV ainda não havia sido restituída (como provar uma coisa dessas, santo deus???). Durante o prazo de citação da parte contrária, a TV foi devolvida. Citada, a parte contrária se manifestou alegando que a TV já havia sido devolvida e, portanto, não haveria mais dano a ser reparado. Repliquei, dizendo que havia dano sim, pelo tempo que fiquei sem minha TV além do prazo legal. A juíza julgou a ação extinta, dizendo que, como a TV foi devolvida, a ação perdeu seu objeto, e que o prazo que fiquei sem TV não configura dano moral...

Aí eu pergunto: cadê a JUSTIÇA brasileira? Além de ter demorado mais de seis meses só pra eu ler essa baboseira, a porra de uma juíza de direito (tudo com minúscula!) não foi capaz de reconhecer um direito óbvio, que eu consumidor possuía. Ficar sem TV mais de dois meses é um problema besta? É! Mas ainda assim é um desrespeito à lei e a assistência deveria ser penalizada, e não foi. Lendo nas entrelinhas, isso significa que a justiça brasileiro deu carta branca para a assistência abusar a vontade do consumidor que nada vai acontecer com ela!

Com base nesse tipo de experiência, acho muito mais válido quebrar tudo na loja e sair de alma lavada, sentindo que a Justiça foi feita, do que esperar a merda do nosso Judiciário PODRE resolver alguma coisa e ainda por cima sair sem nada...

Enfim, apoio, aprovo e gostaria de ver mais!

Assino embaixo: IGOR
Opinião é como bunda: todos têm a sua. Você dá se quiser.
Opinião é como bunda: você dá a sua e eu meto o pau.

NÃO ACREDITE NO QUE 'FALAM' AQUI, ESTUDE BEM E TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES

flávio

Igor, para que fique claro aos colegas, em virtude do meu cargo de promotor de justiça, a realidade dos juizados de Brasília. Digo isso porque senão podem interpretar que o "privilégio" ao qual se referiu diz respeito a meu cargo. Bem... Mais ou menos.

No DF, o juizado mais lento é o do plano piloto. Mesmo assim, audiências de conciliação tem sido marcadas para 2 meses da data de distribuição e as de instrução para dois meses depois de por acaso não haver acordo. Tempo total do processo, SE NÃO HOUVER RECURSO, 4 meses. Os recursos tem sido julgados pelas turmas recursais em 6 meses.

Nas outras circunscrições, porém, é mais rápido, cerca de dois meses no total, mais os seis meses de eventual recurso (nunca tive que enfrentar recursos), os mesmos 6 meses.

A vantagem para mim é que, como funcionário público, tenho dois domicílios. Portanto, no caso de demandas de consumo, posso ajuizar a bagaça na circunscrição onde trabalho, o que poupa chateação e tempo. Afinal, no dia combinado, eu simplesmente atravesso a rua, não perco meu dia de trabalho e compareço na audiência.

O problema de juizados, em demandas que não envolvem tanta grana, é que às vezes não compensa (financeiramente falando) a chateação. Pelo que o Igor me contou, por exemplo, ele perdeu uns 3 dias de trabalho nos juizados longe aí em São Paulo, que simplesmente não compensaram o valor da demanda.

Sobre minhas demandas, elas praticamente envolveram a TAM (vários atrasos, cancelamentos de voos, etc, já que viajo demais). No ano de 2010, por exemplo, foram 3 demandas totalizando quase 12 mil reais em indenizações.

Eu, pela facilidade que tenho tanto em redigir as petições, porque sou da área, como processar os caras onde trabalho, não dou ponto sem nó: vacilou comigo, dançou, ainda que pelo valor pedagógico. Não tenho vergonha alguma de contar que movimentei toda máquina do judiciário, certa feita, por 50 reais contra as Lojas Americanas, que me encheu o saco durante um mês. Ah! Já o fiz por 120 reais contra a TIM, pelo "vou estar te transferindo para..."

Hoje nem perco tempo nesses canais de atendimento, já os processo, porque - acreditem - esses negócios me tiram do sério, fico muito, mas muito irritado com "o cliente nunca tem razão" do Brasil.


Flávio

igorschutz

Sim, que fique claro que sua "bença" não é por alguma irregularidade ou abuso do seu cargo, e sim porque você tem essas facilidades de:
1. Ser da área jurídica;
2. Ajuizar uma ação no local onde trabalha;
3. Os JEC do seu domicílio serem relativamente céleres.


Sou da área jurídica, mas não tenho as outras duas facilidades, portanto não sou abençoado, e me fodo quando preciso do Judiciário.
Aqui no Brasil acontecem todos esses abusos justamente porque o Judiciário não tem condição de atender todas as demandas propostas com a devida rapidez necessária. Se pra resolver um causo besta eu precisei de DOIS MOTHERFUCKING ANOS, como é que faço pra não sentir que estou com uma mão na frente e outra atrás na defesa dos meus direitos como cidadão e como consumidor? Não dá! E o pior é que as empresas sabem disso, e por isso usam e abusam do consumidor, sem medo de levar prejuízo.

Se pra mim está ruim, imagina pra quem é leigo! Esse é um fodido mesmo, e é por isso que acontece tanto abuso.

Somos maltratados quase que diariamente por empresas, especialmente concessionárias de serviços essenciais (celular, energia, água, etc.) e bancos, e não fazemos nada, pois o remédio pode ser pior que a doença.

Aliás, quem foi o FDP que inventou que relação cliente-banco não é relação de consumo? Porra, os bancos são os maiores putos que existem, te comem na frente e atrás, gozam na cara e ainda mandam você chamar a mamãezinha! E nada os atinge! Ah, vá pro cacete!!! Fico puto com essas conversas... vou até embora, que é pra não ter estifoque...
Opinião é como bunda: todos têm a sua. Você dá se quiser.
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NÃO ACREDITE NO QUE 'FALAM' AQUI, ESTUDE BEM E TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES

SandroZC

Sou advogado, e também tenho pavio curto quanto a demanda consumerista.

Não consegui abrir o vídeo daqui onde estou, mas em relação ao que o nobre promotor disse, sou inteiramente a favor de abarrotar o judiciario com demandas que demonstre a insatisfação com os fornecedores em geral.

Comigo, elegi as prestadoras de serviço telefonicos e operadoras de cartão de crédito (Vivo, Oi/telemar, Claro, Unibanco/Unicard), tretou, rolou, me prometeu, vendeu, não entregou, dona justa neles.

Infelizmente, o serviço público de um modo geral não pode ser demandado para prestar um serviço eficiente. Pois nesta mesma seara, estou com uma ação para um cliente, contra uma varejista daqui do ES e a Nokia do Brasil, para a simples troca de um celular na garantia que se arrasta pelo JEC a incriveis 5 anos. Aí o Estado é que está tendo dando um tratamento vergonhoso ao consumidor de seus serviços.