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Com qualidades e sem tradição

Iniciado por Faka, 05 Julho 2013 às 00:02:42

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Faka

Sem questionar o valor da tradição, há marcas que despertam o seu interesse sem este atributo? Como a tradição tem seu preço, tenho me interessado por marcas mais novas (e além do preço, há a ideia de ser "pioneiro", como teria sido quem comprou um dos primeiros rolex ou omega). Partindo do que já li aqui, acho interessantes alguns modelos destes fabricantes, que já tiveram comentários positivos no forum:

- Frédérique Constant (forma atual em 1988, opções interessantes nas lojas no Brasil)
- Christopher Ward (fundada em 2004)

Imagino que, para alguns, Montblanc também seria considerada "sem tradição".

Outras sugestões de relógios bons mas sem tradição?

Sifion

Eu vou colocar aqui marcas, tirando as já mencionadas, que pra mim são "novas", no sentido de que conheci a maioria delas depois que entrei em fóruns e são, em sua maioria, "micromarcas".

Steinhart
Prometheus
Bremont (apesar de ser high-end, é relativamente nova)
Magrette (marca Neozelandesa)

Todas acima tem relógios com movimentos suíços.

Os steinhart tem uns modelos muito bonitos e a Magrette tem uma edições com a caixa e movimentos trabalhados que são muito legais.

Ex:


Existem várias outras, só não estão vindo à cabeça agora. Tenho certeza que o pessoal vai ajudar.
Abraços.

Adriano

Sim, não é simples definir com precisão o que é necessário para dizer se uma marca é tradicional ou não. A idade é um dos fatores, e é o principal.

Não precisamos ir muito longe não. Tal como a Montblanc, temos a Hublot, a Parmigiani... só para citar marcas famosíssimas mas sem tradição.

E isso não é problema quando você tem justamente a qualidade como adjetivo para compensar. Fazer relógio barato sem tradição é difícil. Mas na gama de alta relojoaria, hoje, temos tantas ou até mais marcas sem tradição do que as tradicionais. Temos incontáveis marcas que vendem relógios de mais de CHF 50k e que não têm nem 15 anos de história. E fazem sucesso do mesmo modo.

Ministrei uma palestra há alguns meses e um dos tópicos era justamente a explicação de que, na mais alta gama de relojoaria, marcas novas se misturas com marcas das mais tradicionais que há. Logo, relógios de mesma faixa de preço, para públicos também diferentes. Pois existem também públicos bem diferentes, ainda que com a mesma cifra na conta bancária.

Logo não é a tarjeta de preço que determina o perfil do consumidor, nem a conta bancária. Essa compreensão é fundamental nesse ramo.

Abraços!

Adriano

ogum777

é...

não se pode confundir marca com produto. nem qualidade do produto com o tal "valor agregado".

dou apenas um pequeno exemplo para pensarmos. imaginem um rolex sub. agora imaginem que apaguemos os dizeres acerca da marca no dial. que ele fique "sterile", como dizem por aí.

seria vendido pelo mesmo preço? é o mesmo relógio. mesma máquina, caixa, dial, cristal, vedação, ponteiros e etc. mas não tem o "rolex" estampado. perde a qualidade? não. mas talvez perca o tal "valor agregado".

e daí, o que motiva uma pessoa gastar X num relógio? consumidores diferentes, escolhas diferentes. com certeza, o que um relojoeiro vê num relógio não é o que um novo rico vê nesse mesmo relógio. e preço, hoje em dia, não necessariamente implica em qualidade.

na verdade, nunca implicou: um relógio com caixa de ouro custa mais que um com caixa de aço, não sendo necessariamente melhor.

Faka

Obrigado a todos pelas respostas, já estou me informando a respeito das marcas citadas.

fabs77

Além das marcas citadas pelo Adriano, vale mencionar a Victorinox... tem qualidade, embora não tenha tradição em relojoaria.

Abraços!

Fabs
"Time is more valuable than money. You can get more money, but you cannot get more time."
Jim Rohn

mmmcosta

Sabe qual é, em minha opinião, o grande "X" da tradição em alta relojoaria? Relógios desta classe custam acima de 10.000, 20.000 verdinhas, mas são feitos para durar décadas, gerações. Imaginem qual é a probabilidade de em 25, 50, 100 anos, a Patek Philippe continuar "na área" e dando manutenção em suas obras de arte.

Façam, agora, o mesmo exercício com Parmigiani, Moser, F. P. Journe etc.

Capisce?
Marcelo

FALCO

Citação de: Adriano online 05 Julho 2013 às 08:35:31Sim, não é simples definir com precisão o que é necessário para dizer se uma marca é tradicional ou não. A idade é um dos fatores, e é o principal.

Estendendo um pouco as fronteiras de "tradição" e entendendo que isto é uma "conversa informal", sem certo ou errado...
Para mim, o maior exemplo do "com qualidades e sem tradição" da indústria é a A. Lange & Söhne, a família tem tradição, a região (Glashütte) também, mas a fábrica/marca tem pouco mais de 20 anos e nem 15 como é hoje. Aprofundando um pouco mais, os poucos (mínimos) ativos restantes da antiga A. Lange & Söhne, aquela destruída (bombardeada) em 45 e nacionalizada em 48 vivem hoje na Glashütte Original, sem relação com a nova ALS.
FRM: contra argumentos, não há fatos !!!

mmmcosta

Citação de: FALCO online 18 Julho 2013 às 12:28:57
Citação de: Adriano online 05 Julho 2013 às 08:35:31Sim, não é simples definir com precisão o que é necessário para dizer se uma marca é tradicional ou não. A idade é um dos fatores, e é o principal.

Estendendo um pouco as fronteiras de "tradição" e entendendo que isto é uma "conversa informal", sem certo ou errado...
Para mim, o maior exemplo do "com qualidades e sem tradição" da indústria é a A. Lange & Söhne, a família tem tradição, a região (Glashütte) também, mas a fábrica/marca tem pouco mais de 20 anos e nem 15 como é hoje. Aprofundando um pouco mais, os poucos (mínimos) ativos restantes da antiga A. Lange & Söhne, aquela destruída (bombardeada) em 45 e nacionalizada em 48 vivem hoje na Glashütte Original, sem relação com a nova ALS.
O fato é que o tal do alemão é PHODA!
Marcelo

flávio

É... Sim, é verdade que a Lange e Sonhe de hoje só tem relação com o passado porque o Walter Lange entrou no negócio, para dar "credibilidade" a marca. Mas eles pelo menos honram (e bem!) o nome. Se formos olhar a ferro e fogo, há várias marcas no mercado que, apesar de sua aparente tradição centenária, não tem ligação nenhuma com a marca "antiga". Querem maior exemplo do que a Blancpain? A Blancpain, antiga, já estava falida há uns 10 anos e completamente defunta quando o Jean Claude Biver a retirou do ostracismo e não apenas a "fundou" novamente como a transformou numa marca de luxo (algo que ela nunca foi no passado). Aí podemos pensar com nossos botões: será que é honesto, por parte da Blancpain, dizer que eles estão no mercado desde 1735, sendo que há um claro "gap" histórico aí, quando a fábrica foi extinta e, depois, surgiu de novo? Não sei... Dizer isso sobre algumas fábricas não me parece tão simples.

Há outras em que isso é simples. O exemplo de sempre: Graham. NUNCA existiu uma manufatura Graham. Graham era o cara que tinha seu atelier pequeno em Londres e fabricava relógios. Quando morreu, a manufatura morreu junto, e isso lá no século 18. O que existe hoje claramente não tem nada a ver com a Graham, seja na linhagem ou mesmo no estilo.

Mas... E a Leroy? A Leroy teve manufatura, com linhagem direta da família, que durou até meados do século XX. Mas hoje não tem absolutamente nada a ver com a Leroy antiga, muito embora ache que os relógios tem a ver com a tradição da marca.

Isso é muito complexo. O que vejo, em grande parte, são marcas de patrão se apropriando de nomes famosos do passado, arrumando algum subterfúgio para lhes dar credibilidade (seja fazendo relógios com o estilo da fábrica antiga, com CEOs que são netos, tataranetos, etc dos fundadores, na mesma "fábrica" ou mesmo em um lugar de origem, etc) e tem gente que gosta, outras que não.

Voltando ao início. Alguém ficaria infeliz de receber um Lange? Eu não. Alguém acha que a marca é tabajara no mercado? De modo algum, são competidores da Patek. Alguém não lhes dá credibilidade alemã? Claro que não! Mas de fato, como disseram aí, se formos levar a ferro e fogo, marca alemã com efetiva gênese alemã do passado é a Glashutte original que, pasmem, é do Swatch Group, empresa suíça! Independente ela não é... E aí?


Flávio

Faka

Citação de: flavio online 18 Julho 2013 às 15:39:13
(...) marca alemã com efetiva gênese alemã do passado é a Glashutte original que, pasmem, é do Swatch Group, empresa suíça! Independente ela não é... E aí?

Flávio

Belíssima exposição Flávio. Mas, reproduzindo a sua pergunta, a independência da empresa tem alguma importância para o consumidor? Eu me interesso por saber a qual grupo pertence uma empresa como conhecimento geral, mas não considero este fato ao decidir comprar um relógio...deveria? Isto influencia o pessoal do forum?

Alberto Ferreira

#11
Bom,...
Minha opinião, Faka...
Olhando por um lado talvez um pouco diferente do que fez o Flávio, e sem discordar do que ele disse.

Como a sua pergunta original me fez entender (e se não for isso, por favor me corrija), eu creio que a questão seja mesmo a tal da "tradição".
Ou o valor que muitos de nós, os "amantes", damos a ela, ou talvez como a entendamos.


Mas,...
Realmente, se nós pensarmos por outro lado, sem novas empresas (digamos, newcommers no metier) a coisa ficaria sempre um tanto "restrita", e talvez de certa forma não evoluiria, no bom sentido, com novos produtos e novos conceitos, mesmo sem muita "tradição" horológica.

Eu não estou falando especificamente (não apenas, ok?) de marcas que usam a sua "tradição" em outras áreas onde têm um belo nome, para trazer os seus clientes para o campo da Horologia.

Alberto