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Preço de revisão - Omega Reduced

Iniciado por Rafael_DF, 28 Janeiro 2014 às 23:37:23

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flávio

#140
Como ressaltei acima, enviei o Longines maldito para a Vana, representante autorizado no Brasil Longines. Não vou repetir a história do relógio, todos sabem.

Queria com isso não apenas solucionar (tentar, claro) o problema, como testar toda essa história de assistência técnica autorizada. Pois bem...

Como tenho ressaltado, é impressionante a disparidade de preços NAS PRÓPRIAS autorizadas, para realizar tarefas às vezes completamente diversas e outras vezes iguais.

Ninguém nega que o ETA 2894 seja um dos movimentos mais chatos para revisar, mas achei a VANA, pelo menos ao orçar o serviço, com preços justos. Mas... Bem, vamos primeiro à revisão. Eis o orçamento, tudo discriminado:

Revisão completa do movimento: 520 reais
Polimento do relógio (serviço opcional): 220
Tambor de corda (segundo eles, é isso que está causando os problemas no relógio): 338
Junta da luneta: 28
Coroa: 87 reais
Junta do vidro:20
Junta do vidro traseiro:20


Total, 1230.


No entanto, não autorizei o polimento, porque o relógio está polido. Caiu, então, para 1000 reais, o que reputo justo. Ressalte-se que o tambor não precisaria ser trocado normalmente, o que encareceu o preço.

Mas nem tudo são flores...

Em primeiro lugar, só confio que esse relógio ficará bom quando o receber e testar. Dão garantia de um ano...

E... Alguém pode me explicar por que raios uma autorizada não tem o maldito tambor de corda no estoque, já que este nem é incomum, mas de ETA 2892 sem qualquer modificação? E a junta do vidro dianteiro? Também não tem.

Vão ter que pedir na Suíça, com prazo DE 60 A 90 DIAS PARA CHEGAR AQUI, sendo que essa duas peças inicialmente deveriam estar em estoque e, depois, mesmo que não estivessem, que fossem enviada via carta para cá.


Minhas considerações continuam como as anteriores e mantenho as críticas. A determinação de preços em autorizadas, MESMO EM AUTORIZADAS (não estou falando aqui de relojoeiro independente, mas da autorizada Longines que, presumo, tem que prestar contas à matriz na Suíça, que em síntese é dona de outras marcas de relógios também) parecem não ter qualquer tipo de critério.

Eu achei muito justo 500 reais pela revisão completa de um movimento crono. Aliás, achei até aquém do que esperava (esperava só pela revisão do movimento uns 700 reais). Achei justo, ainda, darem a opção de fazer ou não o polimento, o que reduziu, no meu caso, o preço em 220 reais.

Não achei legal uma autorizada de uma marca como a Longines não possuir em estoque peças tão simples como juntas e tambores de corda carne de vaca, usando em zilhões de modelos na marca. E, claro, não gostei do prazo pedido para revisão.

Mas autorizei, ficou em 1000 reais.

Espero que com a troca do tambor e revisão a maldição que recai sobre esse relógio seja extirpada para sempre.


Flávio

Betocd

Flavio,
Falando como leigo, achei o preço da revisão bem em conta.
Realmente a questão da troca do tambor é que encareceu um pouco.

Assusta bem menos do que o da Omega.

Abs

rpaoliello

Flávio;

Sinceramente acho muito, mas muito caro o preço do tambor.

O que tem para custar nisto uma engrenagem tranqueira, não tem polimento, eventualmente um eixo (árvore) ou seja nada de mais. Imbricado ao fato de ser produzida as milhares. 

Bom não podemos esquecer que muitas marcas as peças de reposição são partes consideráveis do faturamento.

Abraço.

Renato

flávio

#143
Cara, não sei qual o preço do tambor no exterior, então, nada posso dizer.

Repito, minha indignação não diz respeito a custos, MAS FALTA DE CONCORRÊNCIA inicialmente criada, há uns 15 anos, pela Rolex e, depois, copiada por várias marcas. Voltando às comparações com carros, se apenas houvesse em Brasília uma autorizada a consertar carros da GM, por exemplo, eles cobrariam o preço que quisessem. Mas como é notório, a concorrência estimula a redução e comparação de preços.

Volto a dizer. O Avigation não foi enviado para um relojoeiro independente, mas para a autorizada Longines que, como faz parte do Swatch Group, pressuponho que tenha certo controle sobre o que eles fazem aqui. E volto a dizer: revisar um movimento 2894 não é tarefa simples e um relógio do nível atual do Avigation da Longines custa, em loja, na faixa de 8 mil reais. Não estamos falando de Seikos aqui...

O que justifica, pois, que uma revisão de um mecanismo de relógio COMPLEXO, feito em autorizada, num relógio caro, custe UM QUARTO DE UM MALDITO ROLEX que, repito, possui o movimento mais boçal para se revisar na face da Terra?

Falta de concorrência, claro! Se a Rolex vendesse as peças dela para todos, certamente ele poderiam até cobrar os 2200 reais numa revisão de um mecanismo estúpido como os 3130, mas eu poderia ir a outro local e tentar conseguir por 1000.

O problema é que indiretamente ninguém pode mais fazer isso no mundo, porque se precisar trocar (se precisar, diga-se) alguma peça, fodeu!

Como já ressaltei alhures, a birra não é minha, mas mundial. Na época que participava do Timezone, há uns 20 anos, o Walt Odets, cuja técnica ninguém questionava na época, possuindo, inclusive, uma PUTA de oficina, precisou trocar uma peça da Le Coultre e não lhe forneceram. Afinal, ele não era "autorizado". Ele vendeu o seu relógio e blasfemou a marca.

Eu não acho que as marcas deveriam vender para qualquer um, mas se o cara tivesse algum tipo de certificação, como aprovado no BHI, AWCA, etc, deveria receber as peças.

Como divulquei aqui, nos EUA a questão foi levada a autoridades locais de lá e, em algumas, as associações perderam. Na Austrália, para citar um exemplo, a querela era semelhante. Imagine o paradoxo... Você não pode mandar o relógio para um cara formado no WOSTEP, os relojoeiros mais foda do mundo, porque eles não tem acesso a peças!

Vejam, a título de exemplo, notícias no mundo:


http://www.theaustralian.com.au/news/nation/rolex-insists-parts-ban-is-about-quality-not-monopoly/story-e6frg6nf-1226368723296


Flávio

flávio

Renato


Numa rápida pesquisa no Ebay, encontrei o tambor completo com corda. 35 dólares... Sairia mais rápido e bem mais barato eu comprar a peça e enviar para a autorizada! hahahahahah! Ver para crer!

http://www.ebay.com/itm/ETA-2892-AUTOMATIC-MOVEMENT-BARREL-COMPLETE-MAINSPRING-NOS-ORIGINAL-/261192741159?pt=Wristwatches&hash=item3cd04cf127


Achei com outro tipo de acabamento também, dourado. O meu, porém, é o prateado, elaboré. Caro é pouco...

Mas para adicionar insulto à injúria, antes que digam: ah, mas é Ebay!

Encontrei na Otto Frei mais barato ainda!

http://www.ofrei.com/page1463.html

Depois vocês acham que estou sendo muito chato nessa história...


Flávio

rpaoliello

Flávio; desculpe-me a expressão, mas chega a ser pornográfico um negócio destes.

Dizer o que de um markup de 7, 8!!!

O custo disto deve ser uns US$ 10,00. Se arrumar quem compre 5 mil mês paro a advocacia e sugiro uma sociedade para vender tambor. Sem dificuldade dá para fabricar um por segundo. Fácil com investimento de menos R$ 50mil!!!

Negócio, não???

Renato

FPiccinin

#146
Boa noite

Pessoal custo e preço são coisas muito distintas. Temos que ter parcimonia nas criticas.

Por exemplo:
Montei uma importadora de pulseira para relogio e vendo 1000 pecas por mes.
Custo da pulseira R$10,00 * 1000 = R$ 10.000,00
Impostos R$ 3000,00
Custo Fixo R$ 15000,00
Total R$ 28000,00

Se eu vender minhas pulseiras a R$ 28,00/un nao ganharei nada!

Ou um advogado cobrar seus honorarios baseado na tinta da caneta, papel, toner....Acho que vai morrer de fome!

Relogio e principalmente manutencao é negocio de nicho os custos diretos sao menos representativos que os custos fixos.

Abraço

GuilhermeLago

Citação de: FPiccinin online 12 Fevereiro 2014 às 22:40:06
Boa noite

Pessoal custo e preço são coisas muito distintas. Temos que ter parcimonia nas criticas.


Claro que são, mas, como é uma máxima do livre mercado, quem faz o preço é a concorrência. Você pode vender suas pulseiras de $10 por $220? Seria ótimo para você, mas duvido que venderia alguma.
O cartel suíço determinou a suspensão da venda de partes sob a alegação de que havia relojoeiros "fabricando" relógios falsos à torta e a direito - o que não era mentira. O cara comprava um ETA 7750 genérico por 250 euro e encomendava uma ponte gravada  e um mostrador e pronto, aí está um Omega Speedmaster que, para um leigo, passaria fácil. Com relógios antigos e marcas menos conhecidas então, era festa!
Entretanto, tem que haver um termo entre a festa do "falsário" e a atual "bacanal romana" dos fabricantes. Os órgãos que regulam o comércio tem o dever de estabelecer essas regras. Entidades de classe e de defesa do consumidor poderiam aumentar a grita...
Alegar que alguém pode cobrar o preço que quiser, pois o mercado é livre, só vale se o mercado for realmente livre (se é que isso existe em algum mercado).
Abs!

igorschutz

Caso as fabricantes voltassem a fornecer peças para relojoeiros independentes, uma medida que ajudaria a coibir o uso dessas peças em falsificações seria uma marcação diferenciada, para sinalizar que determinada peça assinada é uma "segunda via", por assim dizer.

Então, usando o exemplo acima, a tal ponte gravada teria um sinal característico, também gravado, que indicaria se tratar de uma peça de reposição (um ponto, uma marca, por exemplo). O mostrador também poderia ter o tal sinal, mas no verso, ou então na borda, junto com o "Swiss made".

Esse tipo de peça que não se desgasta e troca no dia a dia, e que ajudariam de certa forma a "autenticar" uma falsificação, até admito que possa haver um controle mais ferrenho em sua distribuição, no entanto, peças que se desgastam ou que podem ser danificadas com mais facilidade, tais como tambores de corda, rodas, pinhões, etc., deveria ser obrigatório o fornecimento.
Opinião é como bunda: todos têm a sua. Você dá se quiser.
Opinião é como bunda: você dá a sua e eu meto o pau.

NÃO ACREDITE NO QUE 'FALAM' AQUI, ESTUDE BEM E TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES

Betocd

Citação de: GuilhermeLago online 13 Fevereiro 2014 às 10:49:00
Citação de: FPiccinin online 12 Fevereiro 2014 às 22:40:06
Boa noite

Pessoal custo e preço são coisas muito distintas. Temos que ter parcimonia nas criticas.


Claro que são, mas, como é uma máxima do livre mercado, quem faz o preço é a concorrência. Você pode vender suas pulseiras de $10 por $220? Seria ótimo para você, mas duvido que venderia alguma.
O cartel suíço determinou a suspensão da venda de partes sob a alegação de que havia relojoeiros "fabricando" relógios falsos à torta e a direito - o que não era mentira. O cara comprava um ETA 7750 genérico por 250 euro e encomendava uma ponte gravada  e um mostrador e pronto, aí está um Omega Speedmaster que, para um leigo, passaria fácil. Com relógios antigos e marcas menos conhecidas então, era festa!
Entretanto, tem que haver um termo entre a festa do "falsário" e a atual "bacanal romana" dos fabricantes. Os órgãos que regulam o comércio tem o dever de estabelecer essas regras. Entidades de classe e de defesa do consumidor poderiam aumentar a grita...
Alegar que alguém pode cobrar o preço que quiser, pois o mercado é livre, só vale se o mercado for realmente livre (se é que isso existe em algum mercado).
Abs!


Guilherme,
É isso ai, muito bem resumido.

A questão agora é saber se esse mercado representa algo significativo, que faça com que  algum orgão regulador ocupe tempo com isso....

Se uma coisa dessas acontece com peças de automóveis ia ser um escandalo.
Imagina: nenhum oficina independete poder mais comprar peças originais.... Seriamos obrigados a fazer todos os serviços nas autorizadas.....  O pessoal iria cair da pau imediatamente....

Mas relógios Suiços? Sei não.... Acho que estamos sozinhos nessa....

Abs

Betocd

Citação de: igorschutz online 13 Fevereiro 2014 às 11:03:22
Caso as fabricantes voltassem a fornecer peças para relojoeiros independentes, uma medida que ajudaria a coibir o uso dessas peças em falsificações seria uma marcação diferenciada, para sinalizar que determinada peça assinada é uma "segunda via", por assim dizer.

Então, usando o exemplo acima, a tal ponte gravada teria um sinal característico, também gravado, que indicaria se tratar de uma peça de reposição (um ponto, uma marca, por exemplo). O mostrador também poderia ter o tal sinal, mas no verso, ou então na borda, junto com o "Swiss made".

Esse tipo de peça que não se desgasta e troca no dia a dia, e que ajudariam de certa forma a "autenticar" uma falsificação, até admito que possa haver um controle mais ferrenho em sua distribuição, no entanto, peças que se desgastam ou que podem ser danificadas com mais facilidade, tais como tambores de corda, rodas, pinhões, etc., deveria ser obrigatório o fornecimento.

Igor,
Seria um caminho  bom mesmo....

E como o Flávio falou, poderia ser exigida uma determinada certificação de quwm fosse fazer o serviço. Assim o fabricante teria certeza de que a qualidade técnica de quem esta dando manutenção é elevada.

Outra coisa que não cola muito é o papo de que vão fazer  falsificaçòes.
A assistencia seria obrigada a passar o número de série , para receber a  peça.
Imagina se ia pedir 100 mostradores..... Para que? Comprove que vc tem 100 unidades ai precisando de mostrador....

Foi uma forçada de barra sem tamanho para criar um monopólio criminoso.....

Abs

GuilhermeLago

Citação de: Betocd online 13 Fevereiro 2014 às 11:06:35

Mas relógios Suiços? Sei não.... Acho que estamos sozinhos nessa....

Abs

+1.
O pensamento geral é do tipo: "compradores de relógios suíços, cheios da grana, tão reclamando de quê? paga aí, marajá!" kkkkk

flávio

Vou falar agora não como Flávio, mas como Flávio Promotor de Justiça. Esse tipo de demanda é típica do MP, da promotoria de relações de consumo. E creiam, de acordo com o Direito do Consumidor brasileiro, com muitas chances de vitória em caso de eventual demanda coletiva que, vejam só, poderia ser ajuizada aqui mesmo, pelo MPDFT, com validade para o Brasil inteiro.

Ué Flávio, então por que não encampa isso?

Sinceramente? Porque não temos uma entidade que regule o mercado independente no Brasil. Nos EUA, todas essas demandas chegaram à Justiça através da Associação de Relojoeiros de Pulso e Bolso, bastante forte no país, um órgão centenário. E eles tinham um bom argumento a defender perante o Poder Judiciário: quem certifica relojoeiros a exercer a profissão aqui somos nós,  não revendas autorizadas!

Aqui não há escolas, certificações, etc. Como o MP só pode atuar na esfera coletiva, a fundamentação de uma demanda dessas ficaria muito mais fraca.

Ah, mas nos EUA os caras perderam. Sim. Mas pelas idiossincrasias do sistema americano. Lá o MP não tem funções de tutela coletiva, associações devem contratar advogados e GASTAR dinheiro com isso. E bater de frente com uma Omega, Rolex, etc, seria bater de frente com zilhões de advogados caros.

No Brasil a história é diferente. Quem paga uma demanda dessa são vocês, não há limite de despesas, agimos em nome do Estado, algo que, por exemplo, nos EUA, é feito pelas chamadas agências.

Mas creiam: eu já pensei nisso. Se aqui existisse uma associação de relojoeiros independentes que estivesse incomodada, não apenas consumidores, que podem até vir a conseguir a peça, mas ficarão sem o relojoeiro, eu encampava a demanda. E quem me conhece sabe: iria até o Inferno por isso.


Flávio

Betocd

Pois é Flavio......
Ficamos parados olhandoa s coisasa do tecerem contra nós e não fazemos nada. Vamos absorvendo as oancadas... E pior, compactuando com elas.....

Quando a Rolex sobe os seus preços 2x por mes e continuamos comprando relógios deles é exatamente o que estamos fazendo.....
Vamos lá, choramos um desconto, saimos felizes da loja pois pagamos o preço da tabela anterior, e a vida segue....

O mesmo com automóveis. Hoje um carro popular custa cerca de 36/40k. E continua vendendo. Ué, então por que não subir mais os preços? E tome aumento.....
Eu não tenho a menor vontade de trocar o meu carro, quando vejo o preço me desanima enormemente, pois me vejo sendo roubado. Vou acabar pegando um semi novo, com 1 ou 2 anos de uso, como custumo fazer..... Poderia pegar o zero que eu quero? Sim, poderia. Mas me recuso.

Agora uma dúvida: existe um  número de assistencias que se iteressariam por uma ação como essa? Valeria a pena para eles se envolver nisso? Pergunto pois, pelo que entendi da sua colocação, isso daria peso e força a uma eventual ação, estouc erto?

Abs

FPiccinin

#154
Citação de: GuilhermeLago online 13 Fevereiro 2014 às 10:49:00
Citação de: FPiccinin online 12 Fevereiro 2014 às 22:40:06
Boa noite
Pessoal custo e preço são coisas muito distintas. Temos que ter parcimonia nas criticas.
Claro que são, mas, como é uma máxima do livre mercado, quem faz o preço é a concorrência. Você pode vender suas pulseiras de $10 por $220? Seria ótimo para você, mas duvido que venderia alguma.

GuilhermeLago

O custo variável é um dos fatores na composição do preço que em muitos negócios é a menor parcela do preço. Sobre o exemplo do preço da pulseira, você realmente acha que uma Hirsch vendida por USD 50,00 tem o custo variável superior à 10% do preço, ou seja, USD 5,00 ?

Abraço


flávio

Claro que não. Como já ressaltado pelo Adriano aqui, toda a política não é definida por assistências. Nessa história toda, a assistência autorizada é a ponta do problema. O problema efetivo é de política de fábrica! A assistência, justamente para ser AUTORIZADA, deve seguir a política da marca, sob pena de descredenciamento.

O grande problema, como disse, é que nos EUA relojoaria é profissão, existem MUITOS independentes. No Brasil não, quem está formando relojoeiros atualmente são as próprias fábricas, porque não há - e na verdade nunca houve - órgão que regulamentasse a profissão de relojoeiro e fiscalizasse o meio.

Flávio

FPiccinin

Citação de: flavio online 13 Fevereiro 2014 às 12:12:50
Claro que não. Como já ressaltado pelo Adriano aqui, toda a política não é definida por assistências. Nessa história toda, a assistência autorizada é a ponta do problema. O problema efetivo é de política de fábrica! A assistência, justamente para ser AUTORIZADA, deve seguir a política da marca, sob pena de descredenciamento.

O grande problema, como disse, é que nos EUA relojoaria é profissão, existem MUITOS independentes. No Brasil não, quem está formando relojoeiros atualmente são as próprias fábricas, porque não há - e na verdade nunca houve - órgão que regulamentasse a profissão de relojoeiro e fiscalizasse o meio.

Flávio

Flávio a grande diferença é o tamanho do mercado. Isso pode se traduzir em quantas cabeças podem contribuir para o meu negócio conseguir honrar com suas obrigações e remunerar meu capital investido.
No Brasil se houvesse um grande volume de independentes, possivelmente a maioria morreria de fome.

flávio

Com certeza. Foi por isso que sempre achei que uma demanda e investigação conduzida por mim poderia bater num muro. Eu consigo fundamentar um pedido de investigação preliminar com base na lesão aos consumidores, que deveriam ter acesso às peças. Mas... Quais consumidores? Digo isso porque seria difícil convencer algum juiz que todos os compradores de relógios precisam ter acesso às peças. Para que, se para montá-las precisam de relojoeiros? Nos países onde existem associações, seria muito fácil. Bastava eu ter um pedido de investigação formulado por alguma associação que congregasse dezenas, talvez centenas ou milhares de relojoeiros, e eu tocaria o barco para frente. No Brasil, como você mesmo disse, mesmo antes dessa política, já não havia muitos relojoeiros, a profissão era morta. No exterior não. As indústrias estão MATANDO a figura do relojoeiro independente!

Flávio

Dicbetts

Citação de: GuilhermeLago online 13 Fevereiro 2014 às 10:49:00
Citação de: FPiccinin online 12 Fevereiro 2014 às 22:40:06
Boa noite

Pessoal custo e preço são coisas muito distintas. Temos que ter parcimonia nas criticas.


Claro que são, mas, como é uma máxima do livre mercado, quem faz o preço é a concorrência. Você pode vender suas pulseiras de $10 por $220? Seria ótimo para você, mas duvido que venderia alguma.
O cartel suíço determinou a suspensão da venda de partes sob a alegação de que havia relojoeiros "fabricando" relógios falsos à torta e a direito - o que não era mentira. O cara comprava um ETA 7750 genérico por 250 euro e encomendava uma ponte gravada  e um mostrador e pronto, aí está um Omega Speedmaster que, para um leigo, passaria fácil. Com relógios antigos e marcas menos conhecidas então, era festa!
Entretanto, tem que haver um termo entre a festa do "falsário" e a atual "bacanal romana" dos fabricantes. Os órgãos que regulam o comércio tem o dever de estabelecer essas regras. Entidades de classe e de defesa do consumidor poderiam aumentar a grita...
Alegar que alguém pode cobrar o preço que quiser, pois o mercado é livre, só vale se o mercado for realmente livre (se é que isso existe em algum mercado).
Abs!


O que já começou a acontecer é o seguinte: vários relojoeiros independentes estão começando a comprar relógios com a única intenção de canibaliza-los.

O cara que me dá manutenção já comprou carradas de 7750 e algumas variações que equipavam marcas suíças menos valorizadas. Assim, tem reposição por bom tempo.

Também já comprou um torno para construir peças de menor complexidade.

Isso indica que a "seca" das peças levará, em alguns momentos, à utilização de usadas e também à fabricação por conta própria. As primeiras são loteria; as outras, um desastre até que se adquira o "norrau" em faze-las.

Ruim pra todo mundo.

1- A autorizada vai jogar o preço ainda mais lá em cima em função na inundação de reposições problemáticas  e de falta de opções razoáveis no mercado ("Quer o relógio zerinho, originalzinho? Então, paga!");

2 - O custo da manutenção independente vai subir ("É, meu chefe! Essa peça aqui é ruim de achar em boas condições. Vou ter que acionar uns canais...");

3 - Haverá o estímulo à venda por baixo do pano de uma autorizada para o independente ("É 5, mas te cobro 25 e você cobra 50 do seu cliente"). E contabilmente dá para fraudar o eventual controle das peças fornecidas à autorizada pela fábrica;

4 - algumas marcas interessantes tendem a virar carne de terceira no mercado de usados.

"Ah!, mas isso é muita teoria da conspiração". Pode ser. Mas que ninguém nesse meio joga pra perder e estão enxergando quatro, cinco lances à frente de todos nós, não tenho a menor e mais escassa dúvida.

Dic


CSM

teve um caso muito interessante tambem na australia com uma autorizada da omega chamada Watchco. os caras vendo uma demanda nao suprida por relogios vintages, comprou um porrilhao de caixas, dials, ponteiros etc. pegaram movimentos originais omega da epoca, nao necessariamente do mesmo relogio. e montaram/venderam um porrilhao de seamaster 300, ploprofs, babyploprofs etc. Acho que os caras deixaram de ser autorizada. o meu seamaster 300 foi o mesmo esquema, um cara que mora no canada comprou todas as pecas separadas originais, arrumou um movimento original da epoca, revisou e montou tudo com aquele relojoeiro chamado ARcher que alguem citou por aqui tambem......

abracos
Membro do RedBarBrazil