Exato, muitos donos de Harley, por exemplo, andam virando o nariz para a marca porque muitas motos de entrada estão povoando as ruas. E o Brasil é um dos mercados mais interessantes para a marca...
Tendo em vista que, as HD mais vendidas no país são as V-ROD e FatBoy. Que não são os modelos mais baratos. Na questão da Harley, acho que o buraco é um pouquinho mais abaixo:
1) Não é de hoje que a fabrica HD está desgostando seus fiéis seguidores (não só no Brazil). As V-ROD, projeto Rushmore, HD 500 e 750cc são todas consideradas heréticas aos Harleyros "de verdade". Mas isso não explica o que ocorre hoje no Brasil com as HD.
2) Aqui, pelo Custo Brasil, Harley é sinonimo de luxo. E luxo aqui é ter para ostentar.
Aí, vejamos quem ostenta uma HD nas rodovias: tiozão de 40~60 anos que compra uma HD para passear no FDS com ela toda limpinha, e a leva ela de carretinha para algum encontro de moto.
Chegando lá, o tiozão, que se achava pimpão em cima da HD é ignorado pelos Riders de verdade, pois possui uma HD somente para se exibir. Rider "de verdade" prefere conversar com dono de uma CG que já rodou ida e volta à lua, do que com proprietário de HD que só sai com ela para ir na padaria, no FDS.
Aí só resta ao tio Pimpão vender a HD, ou deixá-la na garagem, para no futuro um sobrinho herdar a mesma, isso porque ele quis entrar num clube que não o aceita.
Por isso, está existindo este descompasso, com a Hd no Brasil.
3) HD é Mito, e não Moto. O cara compra uma achando que vai ter o mesmo conforto que tem na sua BMW. Quando na verdade o treme-treme é para quem tem Iron Butt.
hehehe, isso me lembrou um fato ocorrido ano passado. eu fazia uma viagem de bike, de sp a parati via sul de minas (3 dias, uma foto da bike carregada abaixo), no primeiro dia subi de sp a sapucaí-mirim, no segundo fui de sapucaí-mirim a guaratinguetá, e no terceiro dia, estiquei de guaratinguetá a parati. (uma noite em cada estado).
entre guaratinguetá e cunha, eu, com a bicicleta da foto abaixo, paro num local pra tirar fotos. param 3 grandes motos - duas HD e uma triumph. eles faziam o percurso inverso, de cunha a guartinguetá.
e também tiravam fotos, puxaram conversa ao ver minha bike, perguntaram do percurso e etc, e eu contando, e um deles solta essa:
- ca.....lho! e eu gastei uma grana pra comprar essa p... (apontando pra HD) pra ficar me achando machão... (e dando risada). é isso que dá, a gente vai chegando perto dos 40 e entra em crise por causa da idade! é, se eu fosse mais moço que tem tu eu tava nessa! é, filho, já tô na fase do viagra! (e os colegas dando risada). hardey-davidson é para os fracos! (continuou ele)
eu ri apenas, concordei e logo parti.não contei que tava com 43 anos naquela viagem. e que em ubatuba ia encontrar uma senhorita que pedala ainda mais que eu.
o fato é que pessoas compram, no mais das vezes, marca, o que vem junto com ela, a afirmação de status, ou o que pensam que vai ser a sensação de usar o produto. o produto em si pouca gente compra. bom, escalador não liga pra marketing de corda, né? nem pra pós-venda e blaláblá. ou a corda é boa ou ele morreu.
os fatores objetivos relativos ao produto valem em qualquer lugar. mas os subjetivos.... esses são localizados no tempo, na comunidade onde tá inserido o caboclo...
essa história do tiozão de mercedes AMG me lembrou uma certa socialite brasileira, que num programa de TV contou que em miami ela tinha uma ferrari, mas não era um carro lá muito cômodo pra fazer compras....
bom, a minha HD é essa aí:
em tempo, essa entrevista aqui esclarece algumas coisas sobre mercado de luxo.
http://www.terra.com.br/istoe-temp/edicoes/2031/imprime104422.htm