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Meu Laboratório de Relojoaria Caseiro - Apresente o seu!

Iniciado por pradella, 27 Abril 2014 às 02:03:16

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pradella

Amigos do Forum,

Apresento à voces meu "Laboratório de Relojoaria Caseiro", para apreciação e sugestões de voces! Como faço Revisões, Reparos e Ajustes com Precisão em Relógios Mecânicos (apenas por Hobby - não sou Profissional), gostaria de receber sugestões para melhorar ainda mais esse local onde passo algumas horas nos meus finais de semana, me distraindo com essas maravilhosas maquinas (Relógios Mecânicos). Apresente o seu também! Abçs a todos do Forum! Pradella

Materias e Equipamentos:

- Teste Prova dágua
- Prensa de colocar vidros e fundos
- Desmagnetizador
- Vibrograph
- Lampada
- Benzina
- Rolos de polir
- Martelinho
- Alicate Dremel
- Chave de Abrir Fundo Bergeon
- Chave de Abrir Fundo Ching Ling
- Lava peças
- Pinças Antimagnéticas e de Nylon
- Saca Ponteiros Bergeon
- Saca ponteiros Ching Ling
- Chaves de Fenda Gedore
- Canivete Victorinox
- Saca Pinos
- Dispositivo para sacar pinos
- Porta Óleo
- Pica óleo
- Porta maquinas (jogo)
- Dispositivos para colocar ponteiros Bergeon
- Óleo Moebis
- Benzineiras
- Bombinha de soprar azul
- Caneta com ponta de escova de latão
- Caneta com ponta de fibra de vidro
- Jogo de Chaves de Fenda A&F
- Jogo de Chaves de Fenda Ching Ling
- Lupas 14vs -  8vs - 4,5vs
- Lupa de mão
- Boné Lupa
- Suporte para movimentos Bergeon
- Morsa para Caixas Azul
- Morsa para Caixas
- Suporte para movimentos ching ling
- Motor para Polimento
- Gaveteiro de peças
- Jogo de Chaves Drisma

automatic


Cigano

#2
Bela oficina hein !! 8) 8)
Parabéns, você é hobbista ou profissional ??


Está anos luz de eu chegar ter um laboratório como este ! ;D ;D ;D




[OFF] Tem algum parente que mora em Campo Grande MS ?
Abraços,
Cigano!

Stone Free

Maravilha, Pradella. Parabéns!

Você tem três itens aí que "namoro" há vários anos: O teste de prova d'água, a prensa de tampa e vidros, e o vibrograph. Seria indelicado de minha parte perguntar quanto pagou/onde comprou esses itens?

Tenho mais duas dúvidas: Não vi quais soluções voce usa para limpeza (Araújo/RT), e quais os óleos e graxas Moebius voce usa (na foto só vi um que parece ser um Moebius 8000/4).

Também gostei da disposição da sua bancada de trabalho.

Abraço.

Gustavo

pradella

Caro Automatic,

Faço também coleção de Relógios, pois é um vicio. Quanto ao meu Laboratório é o seguinte: Meu Tio (que era um exímio Relojoeiro), me ensinou as primeiras Liçoes. Depois disso, li mais três livros de Relojoaria para aprender bem a Teoria e aprimorar as Técnicas. Bom, então eu comecei a desmontar, limpar e lubrificar relogios mecanicos, mas tenha certeza de que estraguei uns 10 relogios até aprender, rsrsrsrs! Hoje faço isso como Hobby, pois trabalho com Telecomunicações e, relojoeiro aqui no Brasil morre de fome, não tem valor como na Europa. Abçs Pradella

pradella

Caro Cigano,

Obrigado por ter gostado do Laboratório! Sou apenas um Hobbysta, que aprendeu as primeiras Lições com o Tio que era Relojoeiro e me aperfeiçoei lendo alguns livros de Relojoaria para aprimoramento Técnico e Teórico. Devo ter um primo que mora em Campo Grande! Abçs Pradella

pradella

Caro Stone Free,

(Gustavo), Obrigado por ter gostado do meu Laboratório! Investi aí R$ 5.000,00. O Vibrograph paguei 600 Dólares e a Prensa R$ 400,00 com as Matrizes. Eu só uso esse tipo de óleo (Moebis) para lubrificação geral das maquinas, com exceção do tambor de corda onde utilizo graxa grafitada especial. Não é necessário 3 tipos de óleo. Só com esse aí voce terá sempre bons resultados. O endereço de onde adquirir o Vibrograph e a Prensa é: Rua Quintino Bocaiuva 561 1º Andar (se não me engano), Centro, São Paulo SP. Se voce precisar de mais informações envie-me um e-mail: pradella@stecsistemas.com.br, Abçs  Pradella

edson rangel

Já tinha visto esse laboratório em outro post, mas é sembre bom ver, eu tenho um simples kit relojoeiro e depois de uma imagem dessas não tenho tenho coragem de postar fotos. rsss Mais uma vez parabéns!!!!
FIQUEM  TODOS NA PAZ DE DEUS !!!!

Adriano

É uma bela oficina, honestamente melhor do que de profissionais que já vi por aí.

Sobre lubrificação, eu já discorri sobre o assunto inúmeras vezes por aqui. Não, não vou recomendar que você use antidispersantes (Fixodrop) nem nada desse gênero como hobby, mas já que investiu tanto em ferramental, eu recomendaria (e como diz o ditado, se palpite fosse bom...) que você desse uma estudada nos manuais técnicos de mecanismos suíços modernos e adotasse o esquema de lubrificação deles (com certas adaptações, obviamente, de mecanismo para mecanismo). Por exemplo, o uso da graxa grafitada (e depende da graxa grafitada) só é recomendado para certos tipos de mecanismos, como os japoneses mais simples. Japoneses "high-end" e suíços não usam esse tipo de lubrificação pois prejudica fortemente a amplitude a curto e a longo prazo. O ideal mesmo, para os japoneses, seria usar a graxa da Seiko (Seiko Watch Oil S2 salvo engano), mas que há tempos não se encontra mais no mercado (tornando-se exclusiva para as assistências da marca). Nesse caso eu recomendaria utilizar, com bastante parcimônia, a Moebius 8207. Caso contrário, use o método suíço, que é corda sem lubrificação (de for corda manual) ou apenas graxa brecante (Kluber P125 Chronogrease) na parede do tambor. Vai obter o melhor resultado de amplitude especialmente em vintages, com cordas já "cansadas", pois vai conseguir obter o máximo de tensão da corda. E se lambuzar de óleo ou graxa cordas que não são feitas para isso, vai perder MUITA amplitude e desempenho geral, isso é absolutamente certo.

Não é barato, mas pela quantidade, vai comprar uma vez na vida e nunca mais. Se tiver o 9010, o HP 1300 para rodagem, uma graxa de levées 9415, uma graxa sintética tipo 9504 OU uma Molycote DX OU a graxa natural pesada 8300 para o que precisar de graxa, e graxa grafitada 8207 para os japoneses e Kluber P125 para a parede de todos os outros, faz-se tudo, e com qualidade. Repito, é palpite meu, mas que acho que é de se pensar em fazer a coisa ainda melhor já que tem uma aparelhagem profissional aí.

Abraços!

Adriano

naio21

Citação de: Adriano online 30 Abril 2014 às 10:47:17
Não é barato, mas pela quantidade, vai comprar uma vez na vida e nunca mais.

Estas graxas e lubrificantes não têm prazo de validade?  ???
Abs,

Ivan B. Prado

Adriano

Well, não esperava que a frase fosse levada tão ao pé da letra, mas em todo caso, sim, tem validade. Se você for uma oficina autorizada de uma marca de alta relojoaria, vão recomendar que você descarte lubrificantes em uso (abertos) após 3 anos da data da compra, ou 6 anos de estiverem fechados, ou se a validade do fabricante for atingida dentro disso.

Uma vez despejado no porta óleo, tem que trocar toda semana.

Isso é uma medida de segurança para manter os lubrificantes em boas condições. Dentro desse prazo, é garantido que os lubrificantes estarão com suas características inalteradas. E é uma média, pois há lubrificantes que se deterioram mais rápido que outros, dependendo da viscosidade e da composição. Se forem sintéticos, duram mais, se forem graxas, idem.

Para uso amador, se usar óleos naturais, eu seguiria essa regra. Se usar óleos sintéticos, e eles forem bem armazenados (bem fechadoe e especialmente longe de luz e umidade), eu seria mais flexível e me preocuparia menos com isso. Eu usaria com mais tranquilidade um Moebius sintético bem armazenado por 10 anos do que um óleo natural sem marca, ou o óleo errado.

Mas claro, denovo, isso é palpite meu, e se palpite fosse bom...

Abraços!

Adriano

ogum777

adriano, perguntinha de curioso mesmo.

graxa grafitada tb não prejudica a amplitude tb nos japinhas mais baratos?

[]s

Adriano

Hummm... talvez. Mas eles vêm de fábrica lubrificados assim. Na verdade, a questão não é ser grafitada ou não, mas o fato de haver lubrificação sobre a corda. E se for haver lubrificação sobre a corda, melhor que seja grafitada. O ideal é que a corda trabalhe a seco, pois a lubrificação faz com que as voltas da corda colem uma sobre as outras, e isso rouba tensão dela, e amplitude é prejudicada. Num relógio de parede com corda de aço para 8 dias, isso não é problema, mas num relógio de pulso com muito menos tensão, isso é. Pois é justamente o descolamento de cada volta da corda, uma sobre a outra, que promove a força. Se houver resistência nesse processo, perde-se energia. As ligas modernas (e digo por modernas qualquer coisa com menos de 40 anos de idade) não precisam disso. Elas são suficientemente lisas para não haver problemas com o deslizamento entre as voltas. Mas a manutenção tem que ser respeitada. Mesmo sem lubrificação, o tempo de uso pode deformar a corda que pode passar a roçar no fundo ou tampa do tambor, causando desgaste. Esse é mais um motivo para a troca periódica de cordas.

Eu imagino, e isso é uma suposição minha, que, como os 7S26 e companhia são feitos para serem trocados por completo, e para funcionarem sem manutenção até explodir, devem manter o sistema de graxa que é para preservar o tambor até o dia do apocalipse. Não posso dizer que alguma vez na vida peguei um 7S26 zero quilômetro, desmontei só o tambor, lavei, e lubrifiquei "a la suisse" para provar que, trabalhando a seco (só com graxa brecante na parede), ocorreu ganho de amplitude. Mas se eu cruzar a experiência com a teoria, tudo indica que sim.

O oposto, inclusive, é fato: canso de ver suíço moderno, tipo ETA 2892, revisado por curioso, que enche o tambor de graxa grafitada como se fosse um 6119. Resultado? Não dá amplitude nem por brincadeira.

Ah, outra coisa aí: se você tiver um suíço vintage com tambor com tampa ou fundo já comidos, e não tiver como substituir, é aceitável (a critério do relojoeiro) que a tampa ou o fundo receba uma fina camada de lubrificante, como óleo grosso ou graxa semi-líquida, para evitar que as voltas da corda se prenda nos degraus do tambor e haja muita flutuação de amplitude. Mas isso é um "filme" de lubrificante, e não a corda "nadando" no óleo.

Abraços!

Adriano

ogum777

bom, adriano, obrigado pela explicação.

eu arrisco a pensar que essa lubrificação em mecanismos baratos como os 7s26, seja automatizada. e talvez por isso apliquem graxa,que seja grafitada pra reduzir os eventuais danos, caso atinja a corda...

Adriano

Acho que não pelo fato da lubrificação ser automatizada não. Pois um ETA hoje tem a produção praticamente 100% automatizada, inclusive toda a lubrificação e ajuste e regulagem. É tudo feito por máquina. Já vi uma máquina de lubrificação funcionando, é um absurdo a velocidade na qual ela lubrifica tudo.

E o que vem de graxa nos tambores de um 7S26 não é brincadeira. A corda vem "nadando" na graxa, é um pretume só. O grafite é realmente porque para o deslizamento de superfícies amplas e em baixíssima velocidade, ele é ideal. É o caso da corda.

Abraços!

Adriano

flávio

Esse assunto de fato já foi discutido muitas vezes aqui. Há alguns anos (décadas...), não existiam tantos lubrificantes assim. Aliás, havia graxa, óleo grosso e óleo fino. Essa história de óleos diversos surgiu com os movimentos automáticos. Portanto, conquanto concorde com o Adriano que uma revisão feita por autorizada deva seguir os critérios do fabricante, "no mundo real" do hobbistas e até mesmo relojoeiros profissionais, isso nem sempre é possível. Caso contrário, todo relojoeiro deveria ter em sua oficina uns 15 lubrificantes diferentes, o que não é razoável e, repito, até mais ou menos anos 60, nem havia essa exigência. Nesse ponto, costumo ressaltar as palavras de Mick Watters que, conquanto tenha escrito um livro muito "ruizinho", sobretudo pela falta de fotos e desenhos que expliquem os textos, não é um idiota, mas FBHI. Disse ele:




E continuando a sua explicação, o Mick Watters indica o que ele entende razoável, pelo menos, que exista numa oficina, mesmo profissional. Repito: não discordo de modo algum do Adriano, que está no meio. Se a Mercedes Benz exige, por exemplo, lubrificante plutonite 5676 tabajarator especificação 5w50 nos seus motores, a autorizada deve usar isso. Mas se existe alguma coisa 5w50 no mercado que só não é o que montadora usa, mas está nas especificações, o que impediria o mecânico de usar? Na relojoaria há movimentos que estão aí há décadas e que antigamente NUNCA seriam lubrificados como hoje. Ocorreu, é certo, um desenvolvimento nos lubrificantes e se é possível ter tudo, bem, mas muitas vezes isso é absolutamente desarrazoado, como dito pelo Mick Waters. Tabela sugerida pelo cabra:




Flávio

erivelton

Incrível o conjunto de equipamentos. E eu que achava que tinha um tanto de traquitanas aqui em casa (mas nesse caso não do universo horológico).

Adriano

É isso Flávio. Nunca insisti que hobbystas usassem "Lubeta" em rodas inversoras, ainda que já houve quem interpretasse assim. Neste caso específico, o meu ponto é justamente que, com uma oficina tão equipada, talvez valesse a pena seguir essa idéia com a lubrificação.

Se avaliar, verá que sugeri quase a mesma coisa que o livro: óleo fino, óleo grosso, óleo de escapamento, e graxa de uso geral, sendo que só adicionei uma graxa especial para automáticos, que vai na parede do tambor. Essa acho mesmo muito bom usar, pois realmente ela garante uma amplitude boa, impedindo o deslizamento prematuro da brida.

Essa recomendação do livro, imagino, é um pouco antiga, pois o Moebius 941 por exemplo não existe mais, sendo substituído pelo 9415, que é uma forma gelatinosa do 941, sendo aceitável eu uso sem fixador até 21.600 a/h. Com o 941, o uso do fixador era indispensável.

Hoje também o uso do 9020 está em desuso. Hoje prefere-se um óleo mais grosso naqueles mesmos pontos.

Eu sempre sugiro analisar o manual do ETA 2824. É o que se faz em 90% dos automáticos.

Uma das provas de que lubrificação envolve preciosismos dos fabricantes, basta comparar como a ETA lubrifica o 2892 e como outras marcas lubrificam o mesmo mecanismo (Ulysse Nardin, por exemplo), e verá diferença de lubrificantes nos mesmos pontos.

Abraços!

Adriano

Il capo

Pô Pradella,

Você é profissa cara!!
Ducari sua bancada!!!
Um dos meus projetos de hobby para minha aposentadoria é "brincar de relojoeiro".
Quem me dera ter um tio para me iniciar nesta arte maravilhosa.
Paraaabéééénnnsssss....

Forte abraço.

Il capo
"Resisto a tudo, menos às tentações."

edson rangel

Não tive essa sorte de ter um familiar próximo que pudesse me ensinar um pouco dessa arte, mas já que você teve, boa sorte e quando precisar vou tirar dúvidas com você. Abraços!!
FIQUEM  TODOS NA PAZ DE DEUS !!!!