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alberto a minha intençao foi realmente essa. trazer um pouco do sentimento do colecionismo. nao soh mostrar o relogio por mostrar. sei lah (SEM CRITICA A NINGUEM, POR FAVOR) mas mostrar a historia por tras de cada relogio. algumas sao mais longas, outras mais imediatistas. mas sempre tem historia. e gostoso eh poder compartilhar estas aventuras. e o FRM eh o lugar.
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Pegando "carona" neste interessante tópico do Amadeu, e
concordando totalmente com o que ele nos diz aí acima, eu me atrevo a contar uma historinha, da (minha) vida real...
Pois bem.
Lá nos idos da década de 1970, em Minaçu / Goiás, começaram os trabalhos de construção da usina de Serra da Mesa.
Eu participei diretamente da fase de prospecção e escavação de rochas, pois trabalhava em um importante fabricante de máquinas operatrizes.
E nós ficávamos por lá 15 dias, direto, voltando para Sampa por mais 15 e depois retornando, etc...
Isto nos deixava lá, teoricamente sem muito o que fazer, por vário finais de semana.
Num destes fins de semana, bebericando umas cervas com dois amigos, um era fiscal da FUNAI e outro um técnico da construtora - a Camargo Correia, surgiu a ideia...
"Vamos dar uma chegada na aldeia dos índios?" Disse o amigo da FUNAI.
Dito e feito...
Lá chegando eu vi um índio, não sei avaliar a idade, mas me pareceu já "maduro", embora forte.
Ele estava sentado em um daqueles banquinhos, feitos por eles mesmos, e, pasmem, ele estava fazendo pulseiras de relógio!
Ainda por cima elas eram de "croco", ou melhor eram de "jaca", pois eram de couro de jacaré.
Eu fiquei impressionado e quis comprar uma...
O amigo da FUNAI disse, "não pode, isto é controlado".
E deu uma dica...
"Procure em Brasília, tem uma lojinha da FUNAI no aeroporto, quem sabe você acha lá..."
Procurei, e nada achei...
Um belo dia, bem depois, eu vi as tais pulseiras na lojinha, certificadas, aprovadas e devidamente autorizadas.
Comprei e coloquei no meu Junghans.
Vejam...
Junghans, circa 1965.
Movimento 687 - um puro alemão.
Ah!
E as pulseiras?
Pois é...
Ficaram assim, como uma delas está até hoje, e a outra devidamente guardada.
A que está na parte de baixo está com a fivela que o índio usou, de alumínio e baixíssima qualidade, a outra foi uma troca feita por mim.
Ok...
Depois de usar a pulseira por um tempo com a fivela "melhorzinha" eu me arrependi e, em tributo ao velho índio, recoloquei a original.
Pois é...
Este é o "causo", a história de
como a filha do índio se casou com o alemão...
Abraços, e grato pela paciência de ler e, eventualmente, compartilhar o sentimento...
Alberto