Pateks Gondolos eram relógios de qualidade superior na linha deles, facilmente identificáveis não só porque eram vendidos para o Brasil, mas pelo "bigode" de equilíbrio nas levees. Mas... Não eram incomuns. Meu avô os vendia na sua juventude, aos fazendeiros ricos de Minas Gerais.
Independentemente do ano, custam caro, mas não tanto. Aliás, observo que sempre familiares tendem a achar que estão com a joia da coroa britânica em suas mãos e que valem milhões, quando não é verdade.
Pois bem. Por incrível que pareça, quando comecei a mexer com essa história de estudos de relojoaria, os relógios de bolso com os quais mais me deparava eram Pateks Gondolos. E, mesmo de fins do século XIX ou início do XX, com caixa e certificado. Sim, sempre modelos ultra mega bem cuidados, como se houvessem saído das lojas. Estamos falando do final dos anos 90... Nessa época os modelos grandes, de 22 linhas, custavam em torno de 4 mil dólares, o que significava pouco mais do que seu peso em ouro (sério!), sendo que os menores, de 18 linhas, valiam uns 3 mil dólares.
Eu acredito que estes relógios passaram a ser vendidos ao exterior, que paga melhor e de fato os colecionam. No Brasil, como já foi dito aí, os preços continuaram mais ou menos no mesmo patamar. Eu diria que hoje um Patek Gondolo em perfeito estado de conservação não passaria de 15 mil reais, no maior tamanho, E COM CAIXA E CERTIFICADO. Como esse não tem caixa e certificado, e isso conta muito, já viu...
Mas veja: já foram vendidos nas casas de leilões tipo Antiquorum Gondolos brasileiros por fábulas acima de 50 mil dólares, porque eram de um modelo raro, aquela coisa que vocês já sabem... Mas isso um ou outro, porque no geral, para o Brasil vieram modelos todos iguais, com mostrador igual, caixa igual, movimento igual, etc.
Excelente relógio, histórico, etc, mas 30 mil reais? Não... 30 mil dólares? Só se forem dólares de outro planeta.
Flávio