Gente, pelo amor de Deus, sério, parece que vocês não estão lendo o tópico. Uma história rápida.
Há alguns tipos de mecanismos no mercado:
1) Data normal, que pode conter dia do mês ou dia do mês e semana como, por exemplo, os Seikos 5 que todos conhecem, MAS QUE PRECISAM DE AJUSTES A CADA MÊS, POIS O RELÓGIO VAI ATÉ O DIA 31, independentemente do mês ter 30, 31, 28 ou 29 dias. Ou seja, para quem, como no passado (e vocês tem que pensar em algo útil, não algo para nós, colecionadores, que trocamos de relógios todos os dias), usava apenas um relógio e de forma contínua, objeto de aporrinhação.
2) Calendários perpétuos, que possuem um complexo (e bota complexo nisso) mecanismo de "programação" através de cames que, como o nome diz, funcionam sem necessidade de ajuste por parte do usuário, levando em conta variações de 30, 31 dias, mas não só: também levam em conta 28 e 29 dias do mês de fevereiro, sequer precisando de ajustes em anos bissextos. A bem da verdade, os mecanismos perpétuos - pelo menos os tradicionais, com os da Patek, IWC, etc, não são tão perpétuos assim - precisam de ajuste a cada 400 anos, em virtude das idiossincrasias do calendários gregoriano.
Enfim, foram esses dois mecanismos que surgiram inicialmente.
Depois, e tenho lá minhas dúvidas se isso se refletiu em menor custo, pois os mecanismos são igualmente complexos, foram lançados relógios com calendários bissextos, que LEVAVAM EM CONTA TUDO, menos a alteração de dia de fevereiro de 28 para 29 dias. Ou seja, ajustado, seu usuário poderia esquecê-lo por quatro anos. Exemplo de relógio atualmente com isso, só lembro de um, os Breitling 1461 que, como o nome diz, só precisam ser ajustados de 1461 em 1461 dias.
Foto aqui:
http://www.watchaholic.com/wp-content/uploads/2012/03/Breitling-Transocean-Chronograph-1461.jpgFinalmente, há poucos anos, a Patek lançou algo que, acreditem, NUNCA havia sido feito, pelo menos não comercialmente: um relógio de calendário anual
Foto aqui:
http://www.passions.com.sg/v2/files/imagecache/watermark/files/PB6592-Patek2_0.jpgEsse relógio, como é notório, tornou-se ícone instantâneo na Patek, pois oferecia ao consumidor um relógio que só precisava ser ajustado UMA VEZ POR ANO, pois levava em consideração as variações de 30 e 31 dias e, claro, custava a metade do perpétuo deles. Salvo engano, na época do lançamento, esse relógio custava 30 mil dólares, o perpétuo na casa dos 70 (não faz muito tempo, como disse, uns 15 anos). Ademais, apresentava um mostrador mais limpo do que o normal.
Curioso, algo que só vim a saber anos depois, é que o movimento anual da Patek possui MAIS peças do que o perpétuo! Ou seja, é mais complexo em número de peças.
Enfim, a Omega, atualmente, é uma das poucas marcas, junto com a Patek, que oferecem calendários anuais na sua linha e, como mostrei antes, o NORMAL deles é apresentar a complicação com dia da semana e mês em janelas, como num Seiko 5.
Ou seja, não estamos falando aí de um mecanismo boboca que apenas marca data, é algo que literalmente facilitaria (e facilita, para quem usa relógio como relógio, não como peça de vesturário hobby) a vida do usuário, pois só exige sua intervenção para ajuste após um ano.
E repito, num mundo de relojoaria de frufruzagem no qual turbilhões giram e dão mortais, não há complicação que eu consiga imaginar QUE SEJA DE FATO MAIS ÚTIL que essa. Ela é sim útil.
A Omega, pois, acertou na complicação. Acertou, ainda, nos modelos anteriores que oferecem essa complicação em dupla data. Acertou, ainda, no preço, pois similar a um Rolex Datejust que, claro, não faz o que o Omega faz (aliás, na Rolex, só o Sky Dweller tem calendário anual). ERROU, porém, e isso parece notório, no visual que deu a esse modelo.
Porém, com já ressaltei, esse mecanismo não é exclusivo desse modelo. Há Aqua Terras "normais" que o utilizam, apenas com dupla data à direita.
Flávio