Olha, se fosse para citar coisas pontuais nos relógios, minha lista seria gigante: movimentos pequenos para caixa que centralizam contadores, preços surreais, uma pseudo propaganda voltada para tradição, quando a marca não tem nenhuma, defeitos, ocultação de defeitos, etc, etc, etc.
Mas o que me afastou praticamente de forma definitiva da compra de relógios (o último que comprei já faz uns dois anos e provavelmente será... O último) foi a política das empresas de pós venda, sobretudo manutenção, como já ressaltei à exaustão aqui. Não é razoável, por qualquer ótica que se olhe, que uma simples revisão de um relógio não complexo, como um Rolex, Omega ou congêneres custe, "de saída", cerca de 1500 reais. O trabalho envolvido pelo relojoeiro não custa isso... Aliás, se custasse, eu mesmo abandonaria minha profissão, que me paga muito bem por mês, e me enveredaria na relojoaria. E eu não conheço relojoeiro rico...
O que ocorre é que as empresas obrigam as autorizadas a se equiparem de forma DESNECESSÁRIA com um monte de ferramentas que encarecem o giro do negócio; não fornecem peças a terceiros; e possuem uma política de preços no mínimo obscura, como a Rolex, para citar a pior delas, que sequer fornece um orçamento condizente com o que exige A LEI BRASILEIRA, discriminando tudo o que irá fazer e o preço DE CADA COISA.
Mas isso é só a ponta do problema... Não sou nenhum tolo e, claro, entendo perfeitamente que relógios mecânicos são mecanismos complexos e miniaturizados que precisam de manutenção. Porém, era de se esperar que já tivéssemos chegado ao estado da arte no qual a revisão de um relógio fosse estendida (o prazo necessário) e que peças básicas não dessem defeito. Ora, o sistema de carga dos ETA 2892 é notoriamente ruim. Por que não mudaram essa porcaria para não nos encher mais o saco?
Resumindo: hoje eu não tenho deal breakers na minha lista, toda a relojoaria mecânica se tornou deal breaker. Eu ADORO ler sobre relógios, ADORO conversar sobre o assunto, ADORO tocá-los, etc. Mas não mais ADORO tê-los. Qualquer um...
Flávio