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Entrevista com o Jean Claude Biver no Revolution

Iniciado por admin, 07 Julho 2016 às 15:16:02

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flávio

Há dois caras da indústria que gosto sempre de ouvir, pela visão técnica da coisa mas, sobretudo, pela paixão e modo convincente de falar: Walter Von Kanel da Longines e o Biver, que hoje é o CEO do LVMH para todas as marcas de relógios. Aliás, até este ano tinha como objetivo levantar a Heuer. Seu próximo objetivo, pelo que li em outra entrevista, é a Zenith.

É uma pena que nem todos compreendam a língua, por isso resolvi pontuar alguns tópicos que ele abordou aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=Ll4IO9sb0_I&feature=youtu.be

- Quando ele recriou a Blancpain e decidiu pelo ressurgimento dos relógios complicados, algo que a indústria não fazia há décadas, o problema era CONSEGUIR fazer um turbilhão ou repetidor. Lembrem-se que era início dos anos 80, sem computadores, fresas CNC, etc. O dinheiro, pois, não era o problema. Passados 30 anos, é, pois o consumidor quer custo benefício.

- Ao tomar as rédeas da Heuer, Biver disse a todos: temos que fazer luxo ACESSÍVEL, não luxo inalcançável. Então, pediu para os projetistas da fábrica fazerem um turbilhão acessível. Disseram que não era possível, que precisariam de 45 mil dólares. Biver, então, disse: ora, então não vamos fazer! Porque por esse preço não vamos vender, pois o consumidor não irá comprar. Voltem para as pranchetas e mudem seus conceitos. Ele explica isso com a xícara que, diga-se de passagem, achei que fosse quebrar, tal a quantidade de socos na mesa. Para ele, o grande problema na relojoaria está no acabamento e intervenção humana. Façam as peças encaixarem-se sem precisar de intervenção que teremos o produto.

- Hoje fazem 1000 turbilhões por ano a 15 mil Obamas. A Patek divulgou que achava que eles estavam mudando a percepção do mercado quanto às complicações e poderia ser um tiro no pé para toda indústria, porque o produto poderia ser vendido pelo triplo do preço. Resposta do Biver? Muito obrigado Patek, era isso que queríamos ouvir.

- É tendência sim da Hublot buscas os consumidores (que ele trata com "reis". A rainha é o produto) em qualquer lugar que estejam, o que explica os diversos patrocínios da marca em mais diversas áreas, de jogos de pólo a festivais de música eletrônica.

- Apesar da queda global das vendas, NÃO É HORA DE ESQUECER OS MERCADOS NÃO CONSOLIDADOS (ele cita a China) e voltar-se para os estabilizados (ele cita os EUA). Para explicar seu ponto de vista, ele ressalta que a China tem apenas 10% das pessoas na classe média, sendo que um pequeno acréscimo, dada a população da China, representa uma enormidade em número de consumidores.

Gostei... A entrevista continuará em mais duas partes. Aguardemos.



Flávio

Andrevms

Excelente Flávio! Obrigado por compartilhar!
Membro do RedBar Brazil

Dicbetts

Sobre o Biver, digo que:

1) Foi uma grande jogada a votação da Heuer para a eleição da reedição do Autavia - que retorna com o icônico Jochen Rindt.

2) Também foi uma jogada de mestre reacender a chama da Techniques d'Avant Garde para recolocá-la no patamar dos tempos em que o Mansour Ojjeh atuava diretamente. A associação com a Red Bull na F1 já trouxe alguns bons resultados, em se tratando de um primeiro ano.

3) Tomara que ele consiga colocar uma coleira no Magada. Os El Primo Cohiba, Rolling Stones e SVRA são uma bobagem.

Dic

Adriano

Caras, o Biver é um dos caras mais brilhantes do mundo da relojoaria moderna. Acho que apenas o Hayek, Senior, esteva nesse nível.

E o cara é realmente contagiante. Já troquei algumas palavras com ele, e o vi falar outras três vezes. O carisma do cara toma conta de todo o espaço.

PS: Dic, apesar do slogan da marca fazer referência à vanguarda, a marca claramente resolveu de distanciar da ligação com a TAG do Ojjeh Mansur ao mudar este ano passado o logotipo da marca, especificamente a parte da TAG, diferenciando-o do logotipo clássico da Techniques d'Avan Garde.

Abraços!

Adriano

TUZ40

Figura fantástica! No aguardo das outras partes da entrevista.

Obrigado por compartilhar.
"All your base are belong to us"

fugas

Biver esbanja carisma, quase ele quebra a xicara.

Dicbetts

Citação de: Adriano online 07 Julho 2016 às 22:21:57
Caras, o Biver é um dos caras mais brilhantes do mundo da relojoaria moderna. Acho que apenas o Hayek, Senior, esteva nesse nível.

E o cara é realmente contagiante. Já troquei algumas palavras com ele, e o vi falar outras três vezes. O carisma do cara toma conta de todo o espaço.

PS: Dic, apesar do slogan da marca fazer referência à vanguarda, a marca claramente resolveu de distanciar da ligação com a TAG do Ojjeh Mansur ao mudar este ano passado o logotipo da marca, especificamente a parte da TAG, diferenciando-o do logotipo clássico da Techniques d'Avan Garde.

Abraços!

Adriano

Concordo com a questão da logo, Adriano. O que seria da Mercedes se resolvesse atualizar sua marca.

Sobre o envolvimento com a RB, foi como eu disse: reacendeu a parceria com os motores. Se vai manter acesa, sabe-se lá.

Abs,

Dic

fsguimaraes

Que legal essa entrevista!!! Showww! Obrigado por compartilhar!

flávio

Saiu a parte dois. Tópicos abordados

- É importante seduzir os jovens, porque temos que incutir nas suas mentes que um relógio é como um carro, um sonho a ser conquistado. Como fazê-lo? Através de campanhas junto de esportes, por exemplo, que curtem. Por isso apoiamos o futebol.

- O relógio inteligente suíço não deve competir com o "normal". Temos que criar percepção de valor agregado nele, por isso o da TAG não se parece com um computador, mas relógio. Mesmo assim o preço é competitivo com as marcas de tecnologia. Mas com uma vantagem...

- Nossa propaganda é transformá-lo em algo eterno. Por isso exigi que ao final de dois anos da compra do Smart Watch, quando este se tornar obsoleto, a pessoa possa trocar na assistência técnica autorizada o módulo eletrônico por um mecânico, pagando uma quantia barata. A pessoa terá, então, um Tag Heuer mecânico.

- Zenith. A Zenith irá lançar um cronógrafo de centésimo a preço competitivo, o El Primero 21, neste ano. Será a grande jogada da marca.


https://www.youtube.com/watch?v=h_qDj7AbxCg


Flávio

flávio

Parte 3, a mais fraquinha, na qual ele fala sobre o mercado de vintages. Segundo ele, o mercado de vintages está bombando, ao contrário do normal, porque no meio as pessoas querem comprar coisas que o dinheiro não compra. Então, quando um Patek que foi fabricado em pouquíssimas unidades é vendido a preços astronômicos, não é de se estranhar...

https://www.youtube.com/watch?v=VXDvuvPJaX8

TUZ40

"All your base are belong to us"

Vargas

Já pude assistir várias entrevistas dele, sempre carismático e passional. Esse amor pela indústria de relógio que o faz diferenciado.

Muito legal. Abs.