olás,
Já que a discussão derivou pra outras pautas, dou pitacos.
Numa coisa o Marx acertou: o inimigo do capital é o capitalista.
Economia de mercado pressupõe concorrência, mas o empresário sonha com monopólio.
Como não estamos no século XIX, estados já aprenderam a fazer o papel de preservar as economias de mercado dos próprios capitalistas. Inclusive intervindo pesado, seja com base nas ideias da esquerda (Kalecki) ou da direita (Keynes). aí entram as legislações e claro, as a ações judiciais dos órgãos de controle, como o MP.
Mas tem lá o demônio querendo matar a própria galinha dos ovos de ouro, né? Querendo o monopólio. Aí as incompatibilidades das peças, o cerceamento a acesso a peças de manutenção, criação de redes autorizadas e etc. Muitas vezes disfarçados de avanço tecnológico, mas metade das novas tecnologias é só pra ter patente, pra ter exclusividade e etc.
Em determinadas áreas, antes dos concorrentes copiarem a tecnologia já tá obsoleta, então a empresa só busca inovação e nem precisa protegê-la. mas isso só acontece quando uma tecnologia está no início.
Relógios? Desculpem, pouco espaço pra inovar nos mecânicos, inova-se no detalhe. Quantos anos levaram entre o surgimento d o escapamento de âncora e a inovação (já velha, já caindo em domínio público) do escapamento co-axial?
Sendo tão difícil a inovação de projeto, vai-se ao detalhe, espiral de adamantiun, ponteiro de vibranium, dial feito de pedra extraída do subsolo do planeta Tatooine,caixa de ouro diamantado com tom bordô claro e brilho azul esverdeado e por aí vai.
Como segurar a concorrência? Como impedir que um chinoca faça uma cópia? Pq haja marketing pra fazer se pagarem os preços que são cobrados.
Essa disputa entre a corporação de ofícios britânica e o Swatch Group é só mais um capítulo dessa dança.
Agora, mudando de tecnologia e falando de outra que o Flavio presta atenção, bikes, a se lembrar que na década de 70 não se falava em "grupos" de peças. Freio era Weimann, câmbio era Campagnolo ou Dia Compe, alavanca poderia ser Sachs, cubo era Miche e por aí vai.
De uma forma ou outra as peças eram intercambiáveis. Espaço pra concorrência. Foi assim durante muito tempo. Na virada dos anos 80 pra 90, explosão do MTB pelo mundo, mais um zilhão de fabricantes de peças diversas. Pedivelas das mais diversas marcas... Câmbios traseiros? Paul Components fazia uns lindos.
Hoje virou um festival de incompatibilidades (Shimano consegue incompatibilizar entre ela mesma, trocadores de marcha de Speed não são compatíveis com câmbios dianteiros de MTB e vice-versa, SIS e Dyna-SYS não são compatíveis e etc ), mas se prenuncia um novo momento de concorrência pra melhorar o mercado. A onda de fazer cassetes com 11 ou 12 pinhões criou a necessidade de correntes tão finas e espaços entre os pinhões tão próximos, que há mínimas diferenças entre s peças, tão mínimas que caem na margem de tolerância. Então já tão praticamente compatibilizado cassete e corrente de qq fabricante quando se fala de 11 marchas.
E como a modinha é abandonar câmbio dianteiro e usar coroa única na frente, já tem gente fazendo coroas avulsas - inclusive brasileiros - de excelente qualidade, eu ma empresa chinesa, Sun Race, avança no mercado pelas bordas.
Vamos observar essa luta dos que buscam monopólios e os que querem preservar a concorrência durante muito tempo, em todos os setores. Vamos ver onde dará.
Tó Flávio:
Lindo, raro, pois deixou de ser fabricado há muuuuito tempo. E totalmente desmontável e reparável.