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Hublot do Ceará

Iniciado por mmmcosta, 24 Fevereiro 2017 às 11:54:23

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mmmcosta

Acabo de ver um cartaz anunciando um show daquele Ceará, ex-Pânico, em Goiânia. No pulso dele um Hublot cronógrafo. Impressionante como certas marcas se tornam padrão entre os "famosos". E eu fujo delas.

Famoso que sabe das coisas é como o Clint Eastwood [emoji379] , que tem um Lange 1.
Marcelo

ogum777

Marcelo.

Os " famosos" querem o que muita gente quer: símbolo de status. bicheiros, banqueiros, atores, mafiosos, diretores de cinema, atletas, todos os famosos querem símbolos de status. cosias que mostrem que eles atingiram determinado padrão de compra.  como carro: não apreenderam Lamborhini com Fernando Collor?

A questão é que confunde-se luxo com preço alto. Rolex não é relógio  de luxo: 1 milhão de peças ao ano. a finada loja gigante da Daslu em SP também era  antítese do luxo,pois era um grande supermercado de marcas famosas.

Luxo é o raro e refinado. Como era achar Guaraná Jesus aqui em SP. Alguém tinha que trazer contrabandeado do Maranhão.  Como era uma bolsa Louis Vuiton quando ela tinha apenas duas lojas, e não 370.

Agora, tem gente que tem fetiche por coisa, cara, não importa qual. Aí já viu, né? Vai aparecer esperto vendendo a coisa cara pra quem tem esse fetiche. Bota um brilho dourado e ploft !Lucram-se milhões. Tendo o "bling"!, vende. Daí já foi.

E assim o Faustão expõe sua coleção, Sylvester Stallone deu um empurrão na Panerai, Rolex deixou de ser um um G-Shcok da antiguidade pra fazer diver de ouro que não conhece nem água de chuva, e etc.

Exclusividade hoje é achar um Orient cebolão, KD, anos 70, NOS. Mais raro que um Hublot.







Erika@SM

Cada um faz o que quer com o dinheiro. Essas pessoas vivem de imagem, relógio da moda, bolsa da moda, etc. A marca de relógio associa a imagem dela com "famosos", jogadores de futebol, diretor de fórmula 1, etc., por ser lucrativo. Bom para eles que devem estar enchendo as burras de dinheiro. Se você gosta de coisa realmente refinada, parabéns!

Achei importante colocar essa foto da linhagem Clint Eastwood  ;D ;D ;D


ogum777

Tem uma série de reportagens sobre mercado de luxo na Época Negócios que é bem legal.

São textos curtinhos, 5 ou 6, começam nesse link aqui:
http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI135949-18055,00-O+CONCEITO+DE+LUXO+ATRAVES+DOS+TEMPOS.html

O interessante é justamente tocarem no modo de produção: preço caro não é fator determinante, mas modo de produção, elaboração.

Na época em que eu era professor num MBA do setor do luxo, participávamos duma discussão justo nesse sentido. E uma professora de moda, sempre dizia que roupa sob medida é sempre mais luxuosa que roupa prêt a porter cara. Claro, isso contraria um pouco o senso que temos moldado pleo fetiche do marketing agressivo.

É. Luxo é o refinado. Não necessariamente caro. Mas refinamento não é alguma coisa que todos entendam. E por isso justamente é o luxo. O verdadeiro luxo a massa nem percebe.

GuilhermeAzeredo

Realmente, antes da Hublot, o pessoal "famoso" comprava Rolex... Ainda que não entendessem nada de relógios, acabavam levando uma marca extremamente consolidada no mercado e com produtos acima da média... Hoje a Hublot abocanhou essa fatia de mercado e o pessoal leva algo que, ainda que subjetivo, de gosto duvidoso e, no meu ver, inferior (na média) ao Rolex...


  Mas isso serve pra mostrar como a propaganda é a alma do negócio... Como bem disse a Erika@SM, basta associar a imagem da marca ao seu público alvo, fornecer algo razoável e pronto...

Abraços!

TUZ40

"All your base are belong to us"

Dicbetts

Citação de: mmmcosta online 24 Fevereiro 2017 às 11:54:23
Acabo de ver um cartaz anunciando um show daquele Ceará, ex-Pânico, em Goiânia. No pulso dele um Hublot cronógrafo. Impressionante como certas marcas se tornam padrão entre os "famosos". E eu fujo delas.

Famoso que sabe das coisas é como o Clint Eastwood [emoji379] , que tem um Lange 1.

Marcelão,

Vou discordar de você.

Estamos, infelizmente, "criminalizando" (assim mesmo, com aspas) as coisas no Brasil. Tentam estigmatizar marcas como se fossem coisa de novo rico, de endinheirado sem classe ou de corrupto que não tem mais onde lavar propina.

Geralmente as atrelam à suposta falta de classe desses personagens. Só que definir "classe" é complicado, e quem tenta o faz com base na própria régua. Habitualmente se mistura classe com costume, etiqueta ou educação formal.

Para piorar, misturam deliberadamente alguns conceitos. Produção em larga escala jamais foi, é ou será sinônimo de preço acessível. Assim como produção artesanal, pequena, jamais foi, é ou será representativa de estado da arte. Existem milhares de exemplos diários que confirmam isso.

Vou dizer algo incômodo: a Rolex é uma senhora marca. SENHORA! Tem produtos admiráveis e é a que mais retém valor entre todas, talvez somente comparada à Patek.

Mais: a Rolex é um modelo de gestão. Poucas são as empresas que chegam a esse patamar alicerçadas somente em um aspecto. Tem que formar um conjunto fortíssimo de fatores positivos para alcançar um grau assim.

(Antes que perguntem quantos Rolexes tenho, respondo: NENHUM! Comparei algum um dia? TALVEZ!)

Concluo dizendo que a Hublot é, também, uma tremenda marca. Não é apenas o marketing que faz dela grande e importante. Propaganda não é suficiente para sustentar nada.

Dic



flávio

Olha só, o título do tópico está mal formulado, mas os posts tocaram num assunto que ouso dar pitaco, a noção de luxo. Definir o que é ou não luxo é uma das coisas mais difíceis que existem, e a opção escolhida acima eu diria que é "clássica", a definição de museu. Um museu escolhe peças para seu acervo com três aspectos em mente: valor de custo do produto (na época e, claro, atual), raridade e importância sociológica. Podemos dizer, então, que produtos que estão num museu são de luxo, sobretudo quando possuem juntos os três atributos. Aliás, esse o grande problema dos museus: tornam-se reflexo das classes abastadas de determinado período histórico, porque os bens do proletariado, por assim dizer, não resistem ao tempo. Falando em relógios, é muito mais fácil encontrar um Patek antigo em bom estado, porque foi bem cuidado, guardado em cofre, do que um Rolex antigo, usado como "beater".

E então, seria a Rolex luxo? Bem, a definição de luxo atual vai além dos critérios de museu e de "raridade". Digo isso porque de modo algum um Rolex é raro, não é mesmo. Entre as marcas suíças, só a Omega produz mais do que a Rolex (um milhão e pouco vs 800 mil ano ano). Um milhão de relógios ao ano! Vou repetir: UM MILHÃO! Tenham em mente, a título de comparação, que um Roger Smith, por exemplo, produz dez relógios ano. Antes de terminarem de ler essa frase, a Rolex já produziu, e em série, com pouca intervenção humana, mais relógios que Smith produziu em sua vida!

Mas... Eu vou além na definição. Em primeiro lugar, um Rolex não é barato, mas não é mesmo. Ora, 8 mil dólares são 8 mil dólares em qualquer lugar, e 8 mil dólares é grana paca, mesmo que se compare com outras marcas que custem muito mais. Mas não só: o luxo, na minha definição, entrega produtos com "heritage" e qualidade. A qualidade de um produto de luxo deve ser superior à média do mercado... E nesse ponto também não podemos deixar de negar que a Rolex seja um produto de luxo.

Portanto, eu acredito sim que a Rolex é uma marca de luxo.


Flávio

GuilhermeAzeredo

Dic, concordo com vc quando diz que propaganda não sustenta nada por si só. Mas creio que, não raras vezes, ela é maior que a qualidade da marca em si, ou, pelo menos, em comparação com suas concorrentes de fato, cirando uma falsa percepção pelos consumidores. Não que, em alguns casos, seu produto não seja muito bom...


A titulo de exemplo:


Os carros da Hyundai: Tem proprietário de Azera que realmente acredita que seu carro é superior a um sedã alemão médio, ou que seu IX 35 é melhor que um Q3...


Os relógios da marca Invicta... Puro Luxo pra muita gente...


Outro exemplo é a Harley Davidson... Quem tem sabe que não são as melhores motos do mundo.. São ruins de curva, ruins de freio.. cozinham os ovos e etc.... mas são uma lenda!!



A propaganda, é sim algo extremamente poderoso... mas, evidentemente, deve estar alinhada com um minimo de qualidade que se espera do objeto...


Abraços!

TUZ40

Citação de: GuilhermeAzeredo online 24 Fevereiro 2017 às 15:08:41
A propaganda, é sim algo extremamente poderoso... mas, evidentemente, deve estar alinhada com um minimo de qualidade que se espera do objeto...

Colocação mais do que perfeita.

Mas não precisamos nos estender, basta pesquisar os números gastos com ela por esses conglomerados.
"All your base are belong to us"

GuilhermeAzeredo

Exatamente e assistir à MADMEM!! hahahahahaa



JotaA


Dicbetts

Citação de: GuilhermeAzeredo online 24 Fevereiro 2017 às 15:08:41

A propaganda, é sim algo extremamente poderoso... mas, evidentemente, deve estar alinhada com um minimo de qualidade que se espera do objeto...

Abraços!

Bem, então você concordou integralmente comigo.

Dic

ogum777

a grande questão é: se é produzido em larga escala, não é de luxo. é caro, símbolo de status (no sentido de poder de compra, obviamente, e às vezes só isso), mas não de luxo.

luxo é o exclusivo - não necessariamente caro - acessível a poucos - não necessariamente em razão de preço.  e não se trata de edições novas e exclusivas de algo já existente, mas do diferente mesmo.

claro, o novo rico sempre tem mais necessidade de afirmar externamente o poder de compra. não raro sacrificando qualidade de vida por isso.  hoje, luxo, é poder dormir bem numa cidade como SP, onde as pessoas estão dormindo durante a semana 5 ou 6 horas por noite apenas, não apenas o mais pobres, mas toda classe média e média alta.

luxo hoje talvez seja não precisar ter um carro. ter tempo e formação pra ler uma edição bilíngue de um clássico qualquer da literatura.  ou ter acesso a algumlugar silencioso durante o carnaval brasileiro...hehehehe

o resto talvez seja apenas afirmação de classe, de poder de compra.  estilo Donald Trump e seus dourados - rico, presidente dos EUA e ainda um grosso sem tamanho.  parece que tá na moda isso, não?



mmmcosta

#14
Gentes,

Please... Não pretendi falar de luxo, marketing, nada disso. Apenas citei o FATO dos novos-ricos e famosos brasileiros estarem "caidinhos" pelos Hublot, além dos Panerai. São grandes marcas e relógios, contudo.

E concordo que luxo não é preço, mas refinamento. E já dei o exemplo por aqui de que luxo, para mim, é muito mais um pequeno apartamento funcional e bem localizado em Berlim (ou Manhattan, Toronto, Londres, Roma, Paris, Amsterdam...) do que uma mansão em Miami.

Capisce?
Marcelo

Adriano

Citação de: Dicbetts online 24 Fevereiro 2017 às 17:44:30
Bem, então você concordou integralmente comigo.

Dic

Agora vou fazer uma pergunta: vocês acham que isso tem sido seguido na industria relojoeira, hoje?

Abraços!

Adriano

GuilhermeAzeredo

Não... Eu acho que não... Creio que em se tratando de relógios, muitas coisas que vêm sendo empurrada "guela abaixo" do consumidor,  não justifica o preço que cobram, enquanto algumas marcas lançam algo muito bacana, mas meio que passa desapercebido pelo público, pois não possuem, ainda, uma boa reputação e/ou aceitação mundo afora...

  Mas creio que seja uma questão de tempo... Uma hora os poucos que ainda se interessam por essa nossa cachaça vão perceber que algumas marcas passaram a viver só do nome... Mas o nome, tal qual a propaganda, não sustenta nada sozinho... E só uma questão de tempo..


Abraços!

Dicbetts

Estou para ver luxo barato. E se não é barato, é para poucos. E isso pode ser um produto feito em larga ou pequena escala.

Brihantes têm aos milhares por aí e nem por isso são acessíveis. Há brilhantes e brilhantes, mas mesmo o mais mequetrefe não é para todos.

Mas se o conceito de luxo passa por comparações (prefiro isso a aquilo), vamos mal. Aí é o intangível, a percepção particular. E pior de tudo: fica um cheiro de ressentimento no ar.

Dic

Dicbetts

Citação de: GuilhermeAzeredo online 24 Fevereiro 2017 às 22:36:41

Uma hora os poucos que ainda se interessam por essa nossa cachaça vão perceber que algumas marcas passaram a viver só do nome... Mas o nome, tal qual a propaganda, não sustenta nada sozinho... E só uma questão de tempo..


Quais estão nesta condição?

O que vejo é uma briga de foice explícita das fábricas pelo consumidor. Talvez não alcance ninguém aqui, visto que somos um público à parte. Mas quem tem grana e gosta, consome com vontade o que é oferecido.

Sobre os preços, convençam-se: relógio mais e mais será um produto de nicho. Quem só quer ver as horas, se satisfaz com o celular ou o termômetro plantado na avenida.

Dic

GuilhermeAzeredo

Dic, prefiro n apontar nenhuma marca em específico, visto que esse tipo de comentário sempre ofende algum membro do fórum. 

  Entretanto, posso dar como exemplo algumas marcas que estão do lado oposto. Um Seiko GS sai por uns 4k dólar (o hi beat!!!) E 99% do povo (muitas vezes quem entende de relogios tbm) acha simplesmente um absurdo! Mas um Tag heuer Carrera cal 16, com um valjoux do mais basico, sem qualquer alteração, pedem  3,7k dólar e tá tudo certo!

Outro exemplo é A frederique Constant com seu perpétuo. Pela fração do preço do que qualquer outra cobraria...  Entretanto, como nunca tive unem mãos, mesmo que do mais simples, n posso atestar a qualidade. Mas fato é que se cobra o nome é não a suposta complexidade do movimento, como querem passar..

Eu simplesmente n concordo com  o raciocínio de que  luxo é igual a uma montanha de dinheiro e que se f0d@...  sem que haja um motivo justificavel para tanto dinheiro.  Não ligo de pagar caro em algo, desde que n me sinta sendo feito de otário...

Mas essa é a minha visão dá coisa.... E sim, para a maioria das pessoas, produtos de luxo são qualquer coisa que a a separe  dos demais mortais....Alguém aí se lembra do aplicativo mais caro pra iPhone?

Abraços!