Olha só, o título do tópico está mal formulado, mas os posts tocaram num assunto que ouso dar pitaco, a noção de luxo. Definir o que é ou não luxo é uma das coisas mais difíceis que existem, e a opção escolhida acima eu diria que é "clássica", a definição de museu. Um museu escolhe peças para seu acervo com três aspectos em mente: valor de custo do produto (na época e, claro, atual), raridade e importância sociológica. Podemos dizer, então, que produtos que estão num museu são de luxo, sobretudo quando possuem juntos os três atributos. Aliás, esse o grande problema dos museus: tornam-se reflexo das classes abastadas de determinado período histórico, porque os bens do proletariado, por assim dizer, não resistem ao tempo. Falando em relógios, é muito mais fácil encontrar um Patek antigo em bom estado, porque foi bem cuidado, guardado em cofre, do que um Rolex antigo, usado como "beater".
E então, seria a Rolex luxo? Bem, a definição de luxo atual vai além dos critérios de museu e de "raridade". Digo isso porque de modo algum um Rolex é raro, não é mesmo. Entre as marcas suíças, só a Omega produz mais do que a Rolex (um milhão e pouco vs 800 mil ano ano). Um milhão de relógios ao ano! Vou repetir: UM MILHÃO! Tenham em mente, a título de comparação, que um Roger Smith, por exemplo, produz dez relógios ano. Antes de terminarem de ler essa frase, a Rolex já produziu, e em série, com pouca intervenção humana, mais relógios que Smith produziu em sua vida!
Mas... Eu vou além na definição. Em primeiro lugar, um Rolex não é barato, mas não é mesmo. Ora, 8 mil dólares são 8 mil dólares em qualquer lugar, e 8 mil dólares é grana paca, mesmo que se compare com outras marcas que custem muito mais. Mas não só: o luxo, na minha definição, entrega produtos com "heritage" e qualidade. A qualidade de um produto de luxo deve ser superior à média do mercado... E nesse ponto também não podemos deixar de negar que a Rolex seja um produto de luxo.
Portanto, eu acredito sim que a Rolex é uma marca de luxo.
Flávio