Estrela, ninguém aqui incentiva relógios serem levados em profissionais carniceiros e, para saber o que é justo ou injusto no mercado, só havendo concorrência e parâmetros de comparação. Não precisa ir longe, como sabe, tenho feito diversos orçamentos para montagem do meu apartamento, e os preços das mesmas coisas variam em mais do dobro. Qual é o valor justo a ser pago ao trabalho de um relojoeiro? Se no Brasil houvesse algum tipo de certificação, como há na Suíça, poderíamos comparar. Mas isso não existe aqui e, então, resta o conhecimento de mercado e dos profissionais. Citei acima não profissionais boqueta, mas consagrados pelo mercado como, por exemplo, os caras da carpinopolis. Uma revisão de um Rolex simples lá custa por volta de 800 reais e creia, revisar relógios não é ciência espacial, tanto é que com um jogo de chaves de fenda, duas pinças, cinco óleos diferentes, um timer e outras poucas ferramentas, um profissional revisa 90 por cento de tudo existente no mercado. Quanto custa na autorizada? Uns 3000? E sendo sincero, há diferença de qualidade técnica entre os profissionais? Autorizada para mim, como as de carros, só me garantem acesso a peças e uma pseudo fiscalização por parte da fábrica que na maioria das vezes sequer ocorre. E resolução de problemas quando a merda acontece. Ora, não precisa ir longe, dando nomes aos bois, até mesmo porque eu sempre publiquei tudo aqui, pois não tenho rabo preso com marca ou ninguém, eu já tive problemas em autorizadas, vou repetir, autorizadas ebel, duas vezes, longines, tres vezes, Zenith, uma vez, nomos uma, Omega uma. Autorizadas! Autorizada não me garante certeza absoluta que a merda não vai acontecer, certamente me tranquiliza, mas me dar garantia? Jamé... As estatísticas me provam o contrário... Sendo honesto? Para um relojoeiro independente que, como ressaltou o Adriano, trabalha com staff enxuto e ferramental idem pois, repito, com poucas ferramentas é possível revisar 90 por cento de todos os relógios do planeta, acho 500 reais cobrados numa revisão de relógio simples, um Rolex sem data, mais do que justo, e até 1000 conto em algo mais complexo. Tudo, é claro, sem troca de peças, até mesmo porque essa política de troca de peças em estado perfeito pelas autorizadas é o que é: política de marca. Ou vai me dizer que a cada vez que se retira um ponteiro de ouro de um Rolex este deveria ser descartado? Como cheguei nesse valor? Olhando os preços cobrados pelos bons profissionais que ainda existem no mercado, ainda que poucos. Profissional ruim existe em qualquer lugar, até na welt motors que revisa BMW que tenho lá minhas dúvidas se é a melhor oficina alemã no Brasil... A realidade, em síntese, é que a profissão de relojoeiro no Brasil, até pela ausência de formação, está se extinguindo, o que limita a concorrência. Some se a isso o monopólio de peças... O Falco tem razão quando diz que a maioria dos consumidores não está nem aí para isso e certamente só procura oficinas quando algo deu errado. Mas certamente quando algo dá errado e o cara tem uma surpresa ao descobrir quanto irá gastar, provavelmente abandona uma nova compra ou mesmo essa história de relógios de corda. Não vou dizer que isso aconteceu comigo de forma preponderante, mas pelo menos metade da minha broxada com relógios, o bem em si, pois ainda gosto da relojoaria, se deu por conta das aporrinhações com manutenção, do preço, passando pela demora nos serviços, aos serviços mal feitos, mesmo em autorizada. E, repito, se no curto prazo essa é uma questão negligenciada pelas fábricas, no médio e longo é algo a ser enfrentado, sobretudo no terceiro mundo. Aliás, se o mercado estivesse tão bom assim, não haveria tantas boutiques fechando. Flávio
Enviado de meu Lenovo A6020l36 usando Tapatalk